Olá pessoal!
Espero que estejam gostando. A partir de amanhã vou começar a postar em um horário não ordenado, vou voltar a faculdade, então não vou ter um cronograma muito certo, porém vai haver capitulo todos os dias sim.
Me contem o que estão achando, chamem amigos.
17. Tentando encontrar um ritmo
Já se passaram duas semanas e eu ainda não saí de Shreveport. Não estava nos meus planos voltar, bem não tinha plano nenhum na verdade, mas a cada dia eu pensava em voltar para Detroit e simplesmente não conseguia me obrigar a entrar no carro. Então fiquei. Deixo flores todos os dias no cemitério e tento trabalhar um pouco da minha casa, mas a verdade é que eu não faço a menor ideia se consigo ir embora, nem mesmo se consigo ficar.
Tento me convencer de que minha família precisa de mim, e precisa mesmo. Mas eu não posso aparecer em eventos sociais aqui ou apenas conversar com os vizinhos. E tem a Sam ela demanda muita atenção e por isso ninguém está vindo limpar a casa. Eu fiz isso assim que voltei do funeral, na velocidade humana. Levou seis horas para limpar tudo, mas eu não me importei, esfreguei o chão do modo mais minucioso possível, lavei todas as roupas, tirei todo o pó, limpei todos os armários, até toquei as cortinas. Há séculos eu não fazia tanto trabalho doméstico, há muito tempo eu não me permitia apenas fazer algo com minhas mãos como humana por tanto tempo. Foi libertador de certa forma.
Depois limpei o carro. Talvez tenha sido um pouco mais difícil, cada segundo nele me lembrava da viagem até o hospital, então o limpei o mais rápido que consegui e depois o vende. Eu adorava o carro, a Sam também, mas eu não poderia ficar mais com ele. Acabei comprando uma BMW preta um pouco mais discreta.
Não caço também. Meus olhos já estão pretos á dias, mas mesmo que a minha garganta reclame incansavelmente, ainda não estou pronta para matar. Eu sei que não importa o quanto eu espere, não importa o quanto eu queria respeitar a morte dela, precisarei matar em breve e se acabar esperando muito não vai acabar muito bem, eu deveria ter aprendido a lição a alguns dias, mas... ainda não consigo.
Há anos não mato aqui, mas quando ainda morava na cidade, havia um necrotério que eu usava para queimar os corpos, em sua maioria eles apenas desapareciam, foi antes que eu conhecesse a Morra, antes de todos as pessoas realmente ruins.
A Morra me ligou há dois dias, já estava tudo resolvido com o meu serviço anterior. Nunca me perguntei o que acontecia depois, mas bem a Morra sabe o que faz.
Escuto passos na entrada da casa e pego as cenouras na geladeira. Convidei minha família para jantar na minha casa hoje, preciso resolver tudo, não posso mais ficar, sei que não posso.
Coloquei a Sam em um quarto, mesmo que ela não vá machucar ninguém ainda assim não quero ter mais nada para explicar. A Jo adora a sopa que eu faço. Quando ela era pequena, até mesmo alguns meses depois da minha transformação a situação da nossa casa não era a das melhores. Tínhamos uma casa e um quintal é verdade, mas a mamãe trabalhava tanto, e o bairro não era de longe o mais seguro.
Escuto a voz da Alex no interfone e aperto o botão para abrir o portão. Escuto o som do carro entrar no jardim e estacionar atrás do meu. Posso ouvir cada respiração, o som de seus corações, até mesmo o som de seus passos. Os humanos não sabem, mas eles fazem um som único quando andam, assim como o som de seus corações e o volume de suas respirações e seus cheiros.
São coisas incríveis que se sabe quando se tem acesso as informações como eu.
— A porta está aberta. — Falo antes que a Lisa possa bater. Elas estão usando shorts jeans e camisetas leves, menos a Jo que está de vestido e um salto pequeno. — Estou fazendo a sopa que você adorava quando era criança. — Coloco as cenouras na panela e vou pegar suas bolsas. As coloco no armário na sala e volto a cozinha, elas se sentaram na mesa e estão conversando. — Não querem usar a mesa de jantar?
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Peregrina
FanfictionJezelia Marc é uma vampira a mais de 45 anos. Ela sempre seguiu sua vida se mesclado ao mundo humano, vivendo escondida por ordens de seu criador. Lia, por vezes, já encontrou outros da sua espécie, mas nunca fez nenhum esforço para manter contato o...