A ruiva

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Olá pessoal! 

Espero que estejam bem. Onde estão os meus comentários? 

Como falei a hora não vai está muito definida.

Espero que gostem!

Beijão EJ!

18. A ruiva

Ele está apavorado. Eu sei. Eu sinto. Escuto seu coração bater em um ritmo desenfreado, sinto o cheio do suor sair por cada poro do seu corpo, até mesmo escuto seus dentes baterem um no outro. Ele deveria estar com medo. Ele é minha presa hoje.

Ele sabe que não tem para onde ir, mesmo assim o som de seus passos apressados se mistura ao meu andar lento, assim como aos sons da rua. Ele sabe que há alguém atrás dele, eu fiz questão de deixá-lo com mais medo do que normalmente estaria, o dom do Jasper realmente é interessante.

Ele não é um grande peixe, comparado com minha última refeição ele não passaria nem no meu radar atual, mas estou sedenta. Se eu o encontrasse há um mês atrás, talvez dois, apenas o entregaria a polícia, não perderia meu tempo, nem tomaria essa oportunidade de me expor.

Esse não é o melhor cenário tão pouco, eu apenas voltei para a cidade há um dia, mas faz quase três semanas que não me alimento. Isso não me incomoda, mas eu sei que preciso. Desde a morte dela eu não sentia a necessidade, não, eu a sentia, no entanto, a dor era mais forte do que qualquer outro instinto, agora não é mais. Três semanas sem sentir o doce sabor do sangue, sem experimentar o alivio que me proporciona quando o liquido quente desce pela minha garganta. Isso tem me enlouquecido. Ao que parece até a dor e a tristeza se curvam a fome, no meu caso a sede.

Não estava nos meus planos caçar hoje, ainda mais no centro da cidade, mas estou tão fraca que não conseguir manter meus dons sobre controle, o que resultou em ler a mente desse homem. Assim que ele passou por mim no sinal, pude ouvir cada pensamento, pude ver cada imagem.

Ele bate na esposa, batia na irmã mais nova e agora bate nos filhos. Pude ouvir cada suplica deles, todos os sons de seus ossos quebrados. Pude ouvir sua gargalhada enquanto o fazia. Então eu o segui, nem ao menos percebe que o fazia, parecia que meus dons haviam se prendido a ele e me impeliram a segui-lo para conseguir cada detalhe de sua vida, para usar isso para atormenta-lo.

Eu nunca tive um pai, o mais próximo que cheguei a isso foi do meu criador, e mesmo assim, ele só permaneceu ao meu lado por duas semanas. Talvez o meu ressentimento pelo meu próprio pai biológico me obrigou a segui-lo, acertar as contas por todos que ele machucou, machuca ou irá machucar. O meu pai biológico era exatamente como ele, eu o vi a muitos anos nas lembranças da minha mãe. Ele foi chefe dela. Ele foi uma das minhas primeiras refeições.

Dou mais um passo apressado e desvio das pessoas. A sacola em minha mão não pesa absolutamente nada. Tem um par de sapatos nela, um presente de boas-vindas para Alex. Ainda bem que não deixei a Alex vir comigo, ela está na minha casa. Um dos motivos para que eu saísse foi seu cheiro, enlouquecidamente doce. Então aqui estou, seguindo esse estranho pelo centro de Detroit às dez da noite, deixando-o apavorado com meus dons, fazendo seu cheiro ficar cada vez melhor com toda a adrenalina.

Apenas mais alguns metros e ele entrará naquele beco. Apenas mais alguns metros e eu vou poder rasgar sua garganta com os dentes e finalmente me sacia.

Ele vira no beco e o escuto se imprensar na parede suja. Sorriu e passo direito pelo beco, às vezes, eu adoro brincar com a comida. Quase posso senti o ar que saiu de seus lábios em um suspiros de alivio.

— Você realmente pensou que seria assim tão fácil? — Pergunto já de volta ao beco, ele nem ao menos me viu entrar na velocidade em que estava.

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