7. Preso. Mas Apenas Por Fora?

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Música Recomendada: Highway to Hell, AC/DC

Going down, party time

My friends are gonna be there too...

Será se a estrada para o inferno é daquele jeito? Odores de bebida misturado com os de suor, vômito, arrotos, mijo e outras coisas que Øystein não soube identificar. Além dos odores, também poderia haver gritos e músicas reprováveis aos ouvidos de religiosos.

Durante toda a noite, raramente tocara uma música que não tivesse blood, hell ou death em sua letra.

Diversas vezes algum vizinho chamara a atenção dos jovens quanto ao volume da música e, claro, as letras. "Há crianças por aqui", diziam eles, geralmente carrancudos. Na verdade, eles não se preocupavam tanto com as letras; as crianças mal sabiam o inglês. Eles se preocupavam com a influência que aquele tipo de música poderia ter sobre os pequenos. Claro, jovens barbudos, de longos cabelos e roupas pretas que se comportam como selvagens, muitas vezes, é um sinal perfeito de que aquele tipo de música não é saudável.

Øystein procura por Per há alguns minutos. Já faziam quase duas horas desde que o rapaz fora conversar com o seu conterrâneo. Os dois sumidos. Jørn dissera que tinha o visto, e o sueco não parecia nada bem.

I'm on the highway to hell

On the highway to hell

Em sua caminhada, Øystein Aarseth agradece por não ter tirado a sua bota, de acordo com os costumes noruegueses. Sim, os cidadãos da Noruega têm um costume peculiar de tirar os sapatos antes de entrarem na casa de alguém. O que não sabem é que este costume é um verdadeiro perigo quando se trata de casas cheias de jovens bêbados.

Jørn, perguntando para muitos amigos, não conseguira muitas informações satisfatórias sobre o paradeiro de Per, mas continua a procurá-lo. Inconvenientemente, o cansaço e o efeito das bebidas começavam a atingi-lo. Não é muito saudável subir e descer escadas muitas vezes quando está alterado, pode ficar tonto e vomitar todas as refeições do dia.

Muitas pessoas esbarram nele, quase o fazendo cair. Em alguns segundos, sua pele fica suada e mais branca.

Ele continua a andar.

Sua pequena franja gruda em sua testa e atrapalha a sua visão. Isto, antes das imagens embaralhadas começarem a bombardear a sua cabeça.

E ele continua a andar.

Hey, satan!

Paid my dues

Sua barriga solta sons estranhos e ele começa a sentir o bolo alimentar subindo. Isso tudo, misturado com o calor daquela casa, a música alta e a quantidade de gente que ele via. Sente-se sufocado e seu rosto queima.

E ele continua a andar.

Entrando na cozinha, ele procura desesperadamente por um copo de água e um lugar vazio. Sem vozes, sem movimento.

Não vomite, não vomite, não vomite... Diz a si mesmo.

Ele agacha-se e pega uma garrafa vazia de cerveja jogada no chão. O movimento deixando-o ainda mais tonto. Tudo roda e se torna mais confuso. O norueguês enche a garrafa com água da torneira e bebe rapidamente. O gosto de cevada ainda domina.

Enche a garrafa mais uma vez, dessa vez com o intuito de limpá-la e a enche novamente segundos mais tarde.

Ao seu lado há mais jovens que bebem e conversam animadamente, mas quando o refrão de Highway To Hell soa eles começam a gritar eufóricos. É tudo o que Stubberud precisa: uma boa gritaria para fazer sua cabeça latejar ainda mais.

O Violinista no JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora