29. A Volta da Que Não Deveria Ter Ido

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Quando Bilbo saiu de seu buraco no pacato e interiorano Condado, ele sentiu medo, arrependimento, vontade de voltar para sua sala cheia de livros e aquecida pela lareira.

Talvez se não fosse por Gandalf, ele jamais sairia dali (ou seu espírito aventureiro o levaria dali mais cedo ou mais tarde). Talvez o mago fora o responsável pela aventura.

E quem seria o "Gandalf" de Per Yngve Ohlin? A vontade de sair por aí cantando... ou Lúthien?

Sim, o desejo de entrar numa banda fora o responsável por tirá-lo da Suécia ― sua zona de conforto ― e entrar na Noruega sem conhecer ninguém.

Porém, o ser humano é uma espécie altamente adaptável. Se acostumam com as maiores merdas que posso imaginar e ainda podem tirar proveito e até lucro dessas situações. São seres realmente fantásticos.

A fácil adaptação pode ser uma dádiva, mas também uma desgraça.

Vejam: Per está na Noruega, fez amizades com pessoas que sequer falam a sua língua, acostumou-se a cultura, acostumou-se a viver com pouco dinheiro, acostumou-se a viver sem a sua família. Ele se adaptou a tudo isso. Portanto, ele criou outra zona de conforto. Criou o seu mundo tranquilo e conhecido e confortável.

É então que aparece o segundo Gandalf de sua aventura: Lúthien Quisling Glykos.

O que é mais assustador do que mergulhar nas águas frias e profundas e escuras e cruéis da paixão?

A menina greco-escandinava (não sei se esse termo existe) o tira rapidamente das asas da casualidade e o envolve nos perigos do amor.

Per se sente confuso, assustado, congelado. Sequer sabe o que é a paixão, mas a sente.

Há vários Gandalf's na vida de uma pessoa. Cada um com uma missão diferente e formas diferentes de aparecerem.

É sempre bom para Per ler O Hobbit. É como abrir a mente e começar a entender a liquidez da vida, as aventuras que cada um deve passar.

Dois meses se passaram, mas nenhuma carta chegara para ele. Lúthien não o escreveu mais e não mandou notícias. Devia estar se divertindo bastante em Bergen, hum?

Pelle é tão tolo.

Ele está sentado sobre uma pequena trilha na parte norte do bosque: um lugar pouco frequentado e escuro. As flores e a luz de Lúthien não chegam até esta parte. As bétulas aqui são maiores e cobrem boa parte da vista para o céu; e além disso, o outono chega gélido e sombrio. Como todos os anos na Escandinávia.

O rapaz está bem acomodado e apoiado num tronco grosso à beira de um pequeno barranco lamacento.

Para ser sincero, é muita vontade de ler por parte dele, pois o espaço está escuro e a pouca luz é azulada.

Está no lugar desde que o dia raiara... longe das chatices e frescuras de Øystein.

Está vivo sem respirar,

É frio como a morte;

Nunca tem sede e está sempre a beber,

Veste armadura e nunca tilinta.

Gollum se acha muito esperto, mas é praticamente impossível enganar Bilbo.

Per ficara sabendo da volta dos Quisling Glykos na semana passada. Mas até agora, não há nenhuma notícia de Lúthien. Ele sequer a vira ou ouvira sua voz no escuro da noite.

A menina não o visitara e nem passou em sua casa para pregar a palavra de Deus.

O rapaz nega, mas sente-se magoado pela atitude da amiga. O que há? Ela esqueceu dele?

O Violinista no JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora