17. Talvez Ainda Há Humanidade

344 36 161
                                    

Música recomendada: Love, Hate, Love, Alice In Chains

Cereais e frutinhas? ‒ alguém levantou com o pé esquerdo nessa linda manhã de domingo.

― É. O cereal é vegano e as frutas estão frescas. ‒ diz Giorgos. Seu sorriso está radiante, que, ao contrário de Per, ele tem um sorriso de galã.

― Cereal vegano e frutinhas frescas? ‒ Lúthien cruza os braços e o olho esquerdo começa a piscar automaticamente. ― Giorgos, eu levantei mais tarde hoje porque você ‒ ela aponta com seu dedo magro e grande em riste na direção do irmão ― garantiu que ia fazer o café da manhã. Mas daí, eu levanto e o que vejo? Um tira-gosto! Oras bolas, o que a universidade está fazendo contigo? ‒ ela caminha em direção à geladeira.

― Luffie, você está exagerando. É um café da manhã saudável e suficiente. ‒ diz enquanto mastiga algumas cerejas.

― Ah, Giorgos! Nem vem com essa. ‒ tira da geladeira alguns sacos de bacon e ovos ― Se estivesse com preguiça de fazer o lanche, era só ter me dito pra fazer. ‒ ela põe os ingredientes sobre o balcão com ignorância.

― Isso, quebra o balcão! Quero ver você pagar. ‒ o olhar de Giorgos está rígido agora.

― Ninguém mandou fazer esse petisco idiota. ‒ ela pega a faca e começa a fatiar o bacon ― O café da manhã é a refeição mais importante do dia, e aí você me vem com cereais veganos ‒ resmunga.

Ai, o café da manhã é a refeição mais importante; oras, o que a universidade está fazendo?... ‒ Giorgos remenda Lúthien, mas sua voz sai caricata e irritante.

A menina para de cortar o bacon e olha para o irmão mais velho. Seus olhos estão mais brilhantes que a luz que atravessa a grande janela da cozinha. Ela solta a faca e anda em passos ligeiros até o irmão, que está sentado à mesa.

― Eu vou te ensinar a não me remendar.

Giorgos levanta-se da cadeira e tenta se defender dos tapas da irmã, mas ela sempre consegue atingi-lo fortemente. A mão dela pode ser grande e magra, mas é forte e pesa muito.

Ele segura os pulsos da agressora, mas ela consegue se desvencilhar e continua a bater. Giorgos desiste de acalmá-la e sai correndo da cozinha, entrando na sala.

Lúthien, não satisfeita, corre atrás do irmão, mas é surpreendida por ele, que a empurra no sofá.

― Você vai ver! ‒ antes mesmo da menina levantar-se e cumprir a ameaça, Giorgos se aproxima e a enche de cosquinhas. Obviamente, ela tenta sair, mas o mais velho segura seus pulsos e continua a fazer cosquinhas com os dedos em sua parte mais sensível: o pescoço.

― O que você estava dizendo mesmo? ‒ ele a provoca.

Lúthien se contorce, mas as risadas altas foram praticamente impossíveis de segurar. Como ela odeia rir quando está zangada!

― Para, Gio! Eu... eu vou contar... ‒ as risadas se intensificam.

Ela não percebe, mas seus outros irmãos chegam à sala. Ainda confusos, eles chegam perto do grande sofá cinzento.

― Vamos, meninos, me ajudem aqui. ‒ o mais velho incentiva, e os gêmeos correm e começam a fazer cosquinhas também.

― Não... parem. Sai de cima de mim! ‒ ela gargalha.

Rapidamente, Lúthien consegue pegar Alexandros e fazê-lo de escudo. A sala se preenche com sons de gargalhadas e protestos.

Minutos depois, todos vão para a cozinha. Lá, Lúthien faz uma mistura de ovos, bacon, e brunost, um queijo de leite de cabra meio doce.

O Violinista no JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora