Música recomendada: Die Alone, The Pale Horse Named Death
SEI QUE JÁ AVISEI ISSO NO COMEÇO DO LIVRO, MAS: ESSE CAPÍTULO TEM ABUSO DE DROGAS. SE É SENSÍVEL AO ASSUNTO, NÃO LEIA!
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Por que sempre me refiro a Per Yngve Ohlin como criança tola? Bom, este é um questionamento simples de responder: pois ele é tolo e, adivinha só, é um pirralho.
Se eu te perguntasse o que é felicidade, o que diria?
Per acha que está feliz agora. Claro!, os dias vem se tornando mais escuros e frios com a chegada tímida do outono. As folhas estão se amarelando e... bem, morrendo. Os troncos das árvores ficam mais escuros e podres. As chuvas de fim de tarde tornam-se frequentes e revigorantes.
O rapaz passou os últimos dias observando as mudanças de tempo e refletindo sobre suas músicas, livros, paranóias, sonhos, lembranças.
Ele está isolado, furioso, iludido, completamente desgraçado... mas está bem assim. Está pleno.
Vê por que ele é uma criança tola?
Per saíra poucas vezes de seu quarto, e quando o fazia era apenas para comer e beber água.
Ainda bem que há um banheiro em seu quarto.
Brigas e mais brigas acontecem na casa do Mayhem. Øystein continua a implicar com Per, e Per continua a implicar com Øystein; Jan continua a ligar o foda-se para tudo; e Jørn continua a ficar no meio de todas as discussões.
É engraçada as discussões. É inusitado ver dois rapazes brigando sobre pintar ou não uma cabeça de bode para os enfeites do palco.
Depois do episódio estranho com Lúthien e a série de confrontos, Per está arrasado. Ele nunca brigara tanto em sua vida e claro que planejava nunca brigar.
Mas sabe o que ele acha de tudo isso? Eu vos digo: que sua vida está perfeita. Ele está feliz e completo.
Não, não, não.
Dead está completo. Dead está feliz.
O caos, o niilismo, o completo Nada é perfeito.
― Você vai limpar isso aqui! ― grita Jan após Jørn derrubar vodca com suco de laranja num amontoado de roupas na sala.
― Calma, foi sem querer! ― diz Stubberud. Ele não está bêbado... apenas é um pouco desastrado.
O rapaz se senta sobre o sofá rasgado e dá mais um gole da bebida no copo de vidro.
― Não importa! Você vai lavar! ― Jan insiste.
― Faen ― murmura ― eu vou levar à lavanderia. Satisfeito?
O moreno cruza os braços e pega um maço de cigarro de seu bolso e se encaminha para fora da casa.
Jørn ainda está enjoado por conta do forte cheiro de química que vem do cabelo de Øystein. Os dois foram à cidade para o rapaz retocar a cor preta do cabelo.
― Já está bêbado, Stubberud? ― Aarseth aparece na porta segurando a sua guitarra Les Paul.
― Ainda não. Mas espero que não demore. ― revira os olhos.
O amigo balança a cabeça negativamente e improvisa alguns acordes por algum tempo. Ele está tão concentrado que não nota quando Jørn tira algo do bolso e o espalha sobre a pequena mesa de centro.
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O Violinista no Jardim
Romansa"É preciso ter caos dentro de si para dar à luz uma estrela dançante." Nietzsche. Per Yngve Ohlin tem alguns fascínios. Desde que foi considerado morto por 5 minutos e voltou à vida, ele é obcecado pela morte e todo aquele cenário gótico. Imerso na...