Assim que entrei no apartamento vi o Thomas jogado no sofá comendo um miojo num potinho e eu joguei as chaves na mesa me sentando no outro sofá.
- deixou ela lá ? - ele fala de boca cheia e eu concordo.
- oque tinha pra me falar ?
- o laranja , entrou em contato - ele fala e empurra o notebook na mesinha e eu pego colocando no colo abrindo um vídeo.
- ele mostra bem todo o carregamento - Thomas diz enquanto assisto todo o vídeo - precisaremos de um caminhão de carga cara.
- eu vou cuidar disso - digo sério.
- acho bom , pois eu não quero me foder por culpa tua - ele fala e eu encaro ele.
- não te chamei pra esse trampo , se está tão encomodando assim. É só sair - digo colocando o notebook com brutalidade na mesa.
- acha que é fácil assim ? - ele ri negando - eu ouvi falar de você antes mesmo de aceitar esse serviço contigo cara.
- se ouviu falar de mim , deve saber que eu não gosto de trabalhar em equipe - digo seco e ele concorda.
- ouvi dizer que sua namorada trabalhou contigo por muito tempo - ele fala e eu encaro ele e dou uma risada me levantando.
- acho melhor calar a sua boca - digo já sem paciência e ele ri concordando.
- não é só você que se fode se esse carregamento não der certo , eu me fodo junto. Lembre-se disso parceiro - ele fala e sai da sala indo pro quarto dele e eu empurro a mesa com raiva derrubando algumas coisas.
- droga - digo passando as mãos na nuca e encaro meu celular tocar , mais saio da sala ignorando ele.
por mais que esse serviço esteja me encomodando mais que qualquer um que já fiz , eu iria até o final , o Thomas tinha razão. Iamos nos foder na mão do Turco se esse carregamento não chegar a tempo no México.
[…]
Na parte da noite tentei ao máximo não sair da porra desse apartamento , mesmo sabendo que marquei com a Emma.
- Tarlley - Thomas diz descendo a escadinha do seu quarto e eu continuo comendo meu hambúrguer - precisamos ficar numa boa cara , sei que não somos amigos , mas não basta apenas tentar fingir sermos um. Precisamos confiar um no outro cara.
- te coloquei dentro da casa da minha família , isso pra mim já foi uma grande confiança - digo rouco - se pra tu não basta , eu só lamento cara.
- nunca me contou sua história - ele fala se sentando e eu encaro ele.
- não ouviu sobre mim ? - dou de ombros.
- oque eu ouvi é que é um gângster meio fora de linha , não é muito se comprir ordens - ele diz me encarando e eu termino de comer - mas sobre Buffords , eu não sei de nada.
- morei aqui até meus 14 anos - digo sério.
- e ?
- e mais nada - digo sério - fui pra Europa , tentei cursar direito , mas virei a porra de um traficante no ano seguinte - falo escorando no sofá.
- não é muito diferente da minha - ele fala rindo.
- e como é a tua ? - pergunto.
- sou órfão. Se eu tenho parente por ai , não me lembro deles , e muito menos eles de mim.
- e quis ser traficante ?
- ninguém quer né - ele diz meio que rindo ao pensar - mas no meu caso , eu só estava cansado de passar fome.
- entendi - digo meio sério , quando conheci o Thomas e fui escalado pra acompanhar ele nessa merda de missão , eu me dei bem com o estilo dele. Foi três meses de convivência no México , até partimos pra cá , e eu esperava mesmo que ele fosse de confiança.
- por isso que hoje come tanto ? - digo e ele ri concordando.
- acho que sim pô.
ele responde e rimos juntos.
- foi mal por mais cedo - ele fala e eu concordo molhando a boca.
- tranquilo , sei dos riscos - digo sério e ele faz um toque na minha mão.
- mas eai , não vai sair ? - ele pergunta e eu nego encarando o relógio notando que era 20h da noite.
- hoje não - digo escorando novamente no sofá.
- deixa eu te perguntar irmão - ele diz e eu olho pra ele - aquela Emma não é tua irmã certo ?
- já disse que não - respondo arquiando a sombrancelha esperando ele terminar.
- impressão minha ou rola um clima ?
- doideira sua - me levanto jogando o guardapano na mesa enquanto caminho até meu celular.
- ela te olha diferente - ele insisti e eu encaro ele.
- desde quando sabe de alguma coisa de porra de olhar ?
- desde que já peguei muitas mulheres em cada missão diferente - ele diz se gabando - e aquele olhar ali é de quem quer… bom , ia dizer outra coisa , mas já que a mina é da sua família. Eu digo "acasalar".
- vai pra porra Billcon - digo sem paciência e abro as mensagens notando uma de um número que eu não tinha salvo.
" sei que não marcamos a hora. Mas , já estou pronta rs "
leio a mensagem e sabia que era da Emma , travo o celular negando com a cabeça e aperto ele na mão , e encaro as chaves na mesinha.
- eai ? - Thomas fala e eu encaro ele.
- eai oque porra ? - digo e ele ri.
- vai logo atrás da mina - ele diz e eu nego com raiva , e subo pro meu quarto e gasto cinco minutos pra trocar de roupa , e quando desço ele da uma risadinha de viado me fazendo ignorar , e abro a porta encarando minhas chaves e saio do apartamento.
era 21h quando estacionei o carro um pouco abaixo da casa do meu pai , notando a Emma sentada num dos meio fio mexendo no celular.
ela estava usando um vestido meio folgado na cor vermelha escura , e o cabelo estava totalmente liso , e sorri ao ver ela mexer nele meio impaciente e meu celular vibrou na mesma hora.
" sem querer sem chata , mas você ainda vai vim ? "
Ao ler isso eu escorei a cabeça no banco e mordi o lábio encarando ela , se eu saisse desse carro e levasse ela pra jantar ou pra qualquer lugar dessa cidade de merda , seria mais difícil ainda quando eu fosse embora. Emma seria deixada novamente , pelo seu amigo de infância que é mestre em fazer isso com ela. Eu não podia.
então digitei a mensagem e enviei pra ela , que após ler se levantou e voltou pra casa e ver como ela estava linda me deixou com mais raiva ainda , soquei o volante umas duas vezes antes de sair dali queimando o pneu no asfalto.
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• Condenados pelo amor || PARTE 01
Teen FictionA história de dois corações que já foram inocentes um dia , hoje não mas. Onde eles não esperavam sentir sentimentos que seram expostos a eles , algo que vai causar bagunça na vida de cada um deles. Mas até quando poderam negar que esse sentimento n...