Parte 13

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Coloquei ela na minha cama e joguei as chaves do carro sobre a mesinha e procurei o celular dela na bolsa , e o encontrei. E como imaginei a senha dela era a data de nascimento. Procurei o número da Rita e mandei uma mensagem e logo bloquiei a tela olhando pra Emma adormecida sobre a cama , molhei os lábios e coloquei seu celular no criado mudo me sentando na poltrona de frente pra cama e respirei fundo passando a mão entre o cabelo me lembrando do momento no carro onde ela olhou nos meus olhos e eu acariciei seu rosto daquela forma.

sai dos pensamentos com meu celular tocando e sai do quarto atendendo a ligação do Thomas.

- fala cara - atendo.

- levou a sua irmã ?

- estou com ela no apartamento - digo pegando um dos copos ao lado do whisky.

- não vai da merda isso ?

- já resolvi isso - digo e ouço o barulho da boate.

- beleza cara , vai voltar pra cá ?

- não , vou ficar por aqui mesmo - digo derramando a bebida no copo.

- beleza , te vejo mais tarde - ele diz e eu finalizo a ligação colocando o celular do lado e dou um gole bebendo a bebida quente de uma vez.

[…]

Tomei um banho na água morna e escorei a cabeça na parede deixando a água rolar pelo meu corpo , oque eu estava achando ? que ia voltar pra merda da cidade onde eu nasci e deixei um dia e seria tudo normal ? eu não posso enganar minha família e muito menos fazer eles pensarem que eu penso em ficar , por que isso nunca se passou na minha cabeça. Não vim pela Ramona , não vim pelo meu pai , eu vim a trabalho. E ser um traficante não é um dos trabalhos mais fáceis , no inicio pode até pensar que tudo vem rápido , como dinheiro , mulheres , carros , e felicidade. Mais no fundo , isso tem um preço grande no final , como o medo , o perigo , e oque você tem que deixar pra trás ao entrar nessa vida.

respiro fundo e desligo o chuveiro passando a mão entre o cabelo tirando o excesso de água , e puxo a toalha enrolando na cintura e saio do banheiro notando Emma ainda dormindo , e fungo o nariz indo até o armário puxando uma cueca e jogando a toalha sobre a poltrona , nem me seco direito e pego um cigarro indo pra perto da janela grande de vidro notando a cidade parada lá fora , e acendo o cigarro dando a primeira tragada.

seu cabelo loiro estava espalhado sobre meu travesseiro , ainda podia se ver sua boca rosada amassada pela mão que estava embaixo do rosto , e seu cabelo caido sobre seus olhos.

Emma sempre teve uma beleza diferente de algumas garotas , não que as outras fossem feias , era que ela não era como qualquer garota pra mim. Ela gostava de basquete , ela queria aprender coisas de meninos , gostava de falar palavrão e correr descalço pela grama dos vizinhos. E as garotas que eu conhecia naquela época não eram assim , e eu sempre me perguntei como ela não podia sonhar em sair por ai , conhecendo o mundo.

apaguei o resto do cigarro e me aproximei da cama retirando seus tênis , ela se mexeu um pouco e se ajeitou na cama , e eu só apaguei a luz e me deitei ao lado dela , jogando o edredon sobre nós dois e virei pro outro lado apagando em seguida.

[…]

Na manhã seguinte acordei pela luz forte que entrava pela janela de vidro , e eu tinha me arrependido de escolher esse quarto deixando o Thomas com o outro.

- meu Deus - a voz feminina me faz me sentar olhando pro lado e me lembro que a Emma estava aqui.

- bom dia - digo rouco passando a mão no rosto e ela empurra o edredon.

 • Condenados pelo amor || PARTE 01 Onde histórias criam vida. Descubra agora