Parte 110

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Abri os olhos devagar sentindo um cheiro diferente , e percebi ser algo que estava no ar , olhei em volta ainda com as vistas meio embaçadas e molhei meus lábios que estavam secos , me virei notando o vapor sair de um vaporizador de água e tentei me sentar mais senti uma pontada na barriga.

- ai - resmunguei e vi uma faixa apertada enrolada em todo meu abdômen e me lembrei do que havia acontecido.

mas não estava mais na casa do Evan , as paredes são de madeira , a cama é bem baixa. Os móveis era da mesma cor e da mesma madeira da parede se não me engano , a televisão na parede me fez ver o reflexo que vinha de fora , me virei encarando a janela e vi as cortinas voarem com o vento fresco entrando , e o verde das árvores me fez ficar confusa.

onde eu estava ?


me mexi devagar na cama , e passei meu cabelo pra trás e franzi o cenho ao notar que eu estava com uma calça de pijama e apenas meu sutiã , mordi o lábio e respirei fundo ignorando a dor que senti ao me levantar devagar.

- que porra você está fazendo ? - a voz rouca do Evan me assusta me fazendo olhar pra porta ao lado notando ele sair molhado e com uma toalha na cintura.

- eu... onde estamos ? - pergunto e ele se aproxima pingando água no chão.

- primeiro volta pra cama - ele diz segurando minha mão e eu me sento fazendo careta e ele me ajuda com os travesseiros , e fico meio que sentada.

- tiraram a bala ? - pergunto e ele concorda.

- eu vou vestir uma roupa - ele diz e eu concordo e ele vai até a mala que estava ao lado da minha e a abre puxando uma cueca e tira a toalha do corpo me fazendo sorrir fraco ao ver seu corpo nú , ele se veste e deixa a bermuda meio que caida como sempre deixava , antes de me dar atenção ele responde algo em seu celular e me olha de canto.

- está sentindo alguma dor ? - ele pergunta deixando o celular de lado e se aproxima da cama e eu nego.

- só quando me mexo - digo e ele senta do meu lado molhando seus lábios - oque aconteceu ?

- você desmaiou quando a...

- ela me costurou - digo me lembrando - aquilo doeu absurdamente.

- é - ele ri fraco - mas está bem agora.

ele toca minha mão e eu acaricio a dele notando seu olhar meio estranho.

- e cade todo mundo ?

- Scar e o Thomas voltaram pra Buffords.

- mas...

- Billcon tem proteção suficiente pra manter ela e a mãe dela bem - ele responde.

- e a nossa família ? - pergunto e ele coça a nuca.

- estão lá embaixo - ele diz e eu molho meus lábios.

- o Raul deve estar surtando - digo e ele nega encarando nossas mãos.

- ele nem quer olhar na minha cara - ele diz rouco.

- você... contou pra ele ?

- não precisou contar tudo , ele já sabe o suficiente. E não é bobo. Ele entendeu oque eu sou.

- e conversou com ele ? - pergunto e ele nega - tem que conversar com ele , tem que explicar.

- explicar como Emma ? Que o filho dele é um traficante ?

- agora que todos sabem. Podemos resolver tudo , e concertar as coisas.

- concertar ? - ele diz e eu concordo - não dá pra concertar tudo que está estragado Emma.

- a sua vida não está estragada.

- diz isso pra um juiz , pois é ele que vai me julgar.

- Evan - digo e ele nega.

- não quero falar disso , eu estou cheio de problemas , não dá pra falar disso agora.

- Evan seu... - a Megan diz entrando no quarto e para de falar ao me ver acordada e eu vejo o olhar dela contra o do Evan e tiro minha mão da dele.

- oque foi ? - Evan pergunta sério.

- seu pai quer ir embora - ela diz meio baixo - e a discussão está piorando.

- eu já vou descer - ele diz e ela concorda saindo e eu molho meus lábios me lembrando da discussão antes de ser baleada.

- vou falar pra sua mãe que você acordou - ele diz me olhando e eu apenas concordo.

- eu estou com cede - digo e ele se levanta - peça pra ela trazer algo pra mim beber por favor.

- Emma - ele me chama e eu o olho de lado - ainda vamos falar sobre aquilo. Beleza ? só espera a poeira abaixar um pouco. Eu prometo que te conto tudo , e que te mostro que não tem razão para brigarmos.


fico calada e ele beija minha testa antes de sair do quarto fechando a porta e eu respiro fundo deitando minha cabeça no travesseiro.



[...]


Não demora pra minha mãe entrar no quarto , ela estava usando um vestido soltinho e longo que eu tinha certeza que não era dela.

- graças a o bom Deus você acordou - ela diz meio que aliviada e eu sorrio fraco notando Ramona entrar também.

- pensei que iria morrer - ela diz e eu nego rindo e elas se aproximam.

- vamos cuidar disso , não pode inflamar - minha mãe diz apontando pra faixa em minha barriga.

- vocês estão bem ? - pergunto notando elas se sentarem na cama.

- a baleada foi você, não a gente - mona diz me fazendo rir e sinto uma pontada na barriga.

- não a faça rir - minha mãe resmunga e a Ramona revira os olhos.

- como o papai está reagindo a tudo ?

- ele e sua mãe estão quase que separando - mona diz e eu encaro a minha mãe que estava meio tensa.

- está tão ruim assim ? - pergunto e ela respira fundo.

- ele não quer saber de tudo , e eu até o entendo. Ele já está se sentindo péssimo de saber o pouco que sabe , imagine se souber de tudo.

- o Evan tem que falar com ele - digo respirando fundo.

- aquele homem que trabalha com o meu irmão é o seu pai ? - a pergunta da Ramona nos faz olhar pra ela.

- não - minha mãe responde séria e irritada e eu mexo no meu cabelo e ignoro as duas.

 • Condenados pelo amor || PARTE 01 Onde histórias criam vida. Descubra agora