Dez Invernos (Mirandy - Intersexual)

Duas flores mortas

A neve não apagava às belas paisagens de Nova York. Ah, o sonho. Sim, sonho de muitos que tem aquilo uma meta para a vida, pode passar anos e às pessoas podem regredir mas ao olhar algo relacionado a cidade, os sonhos em suas mentes voam, como passarinhos em dia de chuva.

Nova York, a cidade que nunca dorme. Palco de grandes eventos, de dor e ao mesmo tempo de sorrisos.

Ao sair do motel, Andrea foi levada por às ruas da cidade que tanto amava e agora não tinha mais nenhum valor pra ela. Às lágrimas desciam por suas bochechas, pareciam não ter limites, seu corpo estava pesado e a raiva estava crescente no seu peito.

- Por que, Miranda? - Sussurou.

Me lembrando aqui agora, esse foi o ponto alto de Miranda para destruir uma verdadeira história de amor mas o pico de tudo foi a primeira vez de Andrea na Manhattan. Ela não conseguia se mexer para ir com cliente nenhum, acho que para toda prostituta a primeira vez é a pior de todas. Ela está entregando sua dignidade, às coisas que pareciam errado não existe mais e ter que fazer isso porque tem duas crianças em casa. Tem que comprar roupa, comida e dar um teto, não muito descente mas algo para se chamar de lar. Quando amanheceu o dia, Andrea ainda tremia só que ficou pior porque no caminho de volta viu uma revista que noticiava: A rainha da moda Miranda Priestly vai renovar os votos de casamento com a modelo Valerie Griffin.

Às coisas que estão piores podem piorar em um passe de mágica ou simplesmente da ânimo para a pessoa não perder a batalha, foi o que aconteceu na noite seguinte nem parecia Andrea Sachs, demos dinheiro para aquele bordel em anos.

A história de Andrea nos mudou, todos por completos. Quem teve o prazer de conhecer aquela doce garota, teve a sorte grande. Já eu tive com Andrea mas mulher, aquela que matava e morria por suas filhas. A primeira vez que nos vimos, sabiamos que éramos almas a serem descobertas e eu estando com ela, não precisava de mais nada.

Dançamos na chuva em meio a lama, ela rodopiava e gargalhava alto. Doce e linda, Andrea. Iluminou todos os meus dias quando colocou os pés dentro daquele bordel. Choro ao lembrar que por muitas vezes misturei nossa amizade fazendo ela não falar comigo, ela dizia que seu coração pertencia a uma pessoa. Essa que maltratou ele mas eu não, ela não precisava saber que ficaria ao seu lado mesmo sabendo que nunca me olharia da forma que gostaria.

Estávamos juntas contra o mundo.

Às ondas estão agitadas, o mar está bravo. Da janela da minha cozinha, vejo o céu mudar e a tempestade se aproximar do continente.

Às vezes vejo Augustine, o olhar dela terno e seu sorriso esperançoso sempre presentes. Ela levanta a mão e me acena, de terno preto foi assim que ela foi enterrada. Às lágrimas insistem em vir, me lembrei dela agora e fico pensando porque ela aparece pra mim? Por que ela sorri pra mim?

O mundo é tão estranho.

Essa pessoa iluminada por Deus, foi vitima de Miranda e das coisas ruins que a rainha fez. Naquele dia, no motel, Augustine contou tudo para Miranda dentro daquele quarto e em meio a tantas lágrimas, Augustine teve que revelar seu maior segredo.

- Me acompanhe. - Disse a editora.

Miranda, Miranda.

Não tem Valerie e nem Nate, a maior vilã dessa história é você.

Por que levou Augustine, Meu Deus? Por que o Senhor não deixou ela viver até os cem anos?

Miranda pediu para Augustine esperar na porta de casa, a mais velha tremia os lábios e a editora ao contar essa parte , diz que foi horrível para ela ver o rosto da governanta, parecia uma criança com medo do castigo, o biquinho no rosto e os olhos banhados de lágrimas.