Chasing Cars

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Point of view of Miranda Priestly

Meus saltos ecoavam pelo corredor branco do hospital, abri uma das portas que dava em direção a UTI. Ouço alguns bom dia mas continuo meu caminho. Abro a outra porta chegando no local. 15 minutos de visita foi isso que me foi concedido, aliás para todos. Até Andrea tinha que ficar esse pouco tempo ao dia com Cassidy.

A mesma já estava no quarto, olhava com atenção o corpo de Cassidy, esperando ela mexer alguma parte sequer.

-...Oh, minha filha...hoje a mãe acordou cedo e veio correndo para o hospital. Queria muito ficar 24 horas aqui mas não pode. - Andrea falava suavemente.

- Aqui, querida. - Ouço a voz de Esperanza, logo após ela entregando um copo d'água para a morena.

- Pensei que só nós duas, tinha acesso liberado. - Falei, me referindo a frase importante da enfermeira que só dava acesso aos pais, no caso Andrea e eu.

- Apenas falei que sou a outra mãe. - Esperanza retrucou.

- Claro, elas tem seus olhos. Como não pensei nisso antes. - Revirei os olhos.

- O que você está fazendo aqui? - Apontei para a porta, mostrando o médico que ia tratar de Cassidy. - Cassidy não precisa de sua ajuda, assim como Andrea também não. - Virei meu rosto para a mais jovem que estava quieta, analisando o semblante de nossa filha. Largou o copo e respondeu.

- Talvez, eu não precise de ajuda mas Cassy precisa e não vou me importar nem um pouco de receber. Não vou me fazer de durona e dizer que não quero, é a saúde dela que está em jogo. - Olhei para a Esperanza e levantei a sobrancelha.

- Bom dia, Andrea. - Disse Christine entrando no quarto.

- Bom dia. - Respondeu.

- Bom dia. - Disse Esperanza, Christine não respondeu. - Como ela entrou aqui? - Indagou para mim.

- Disse que a minha irmã sofre de perda de memória e entrou no hospital, só que ainda não saiu... - Enquanto elas conversavam, me virei para Andrea e Cassidy. Passei a mão pelos cabelos de minha filha, sabia que Andrea estava me olhando.

- Qual foi a primeira palavra delas? - Ela demorou uns segundos para responder.

- Mamãe... - Confirmei, sorrindo.

- Obrigado por deixar eu me aproximar. - Andrea não respondeu.

- Bom dia, senhoras. - Disse o médico entrando no quarto.

- Bom dia. - Andrea falou, já que mais cedo conversei com o médico.

- Sou o médico dessa mocinha. - Apontou para Cassidy. - Sou David Aguirre, reumatologista.

Vi a mudança em Andrea e logo soube o por que.

- É tão difícil achar reumatologista. - O médico sorriu.

- Estou aqui agora... - Antes que ele continuasse, o segurança do hospital chegou.

- Então, Christine achou sua irmã? - Olhei para trás e a mesma sorriu irônica.

- Claro, senhor. Aqui ela. - Apontou para Esperanza.

- Você não é minha irmã. - Esperanza falou brava.

- Falei que ela sofria de perca de memória. Vamos, mana. Que o feijão está no fogo. - Sorri. Christine tinha a missão de fazer isso, ela era uma grande pessoa e se tornou alguém especial para mim.

Depois que elas saíram, Andrea pediu desculpas pelo ocorrido. O sol estava lindo lá fora, nem parecia que estávamos no inverno. Ele reluzia forte, nos dando a promessa de dias lindos e bons. Que aquilo ali, tinha que passar. Era uma grande batalha mas não era a perca da guerra.

Dez Invernos (Mirandy - Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora