Dez Invernos (Mirandy - Intersexual)

Encontro de gigantes

Point of view of Roy

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Quantas coisas julgamos ser certas e temos total certeza que são mas no final fomos enganados. Julgar o livro pela capa ou ler ele e julgar por si próprio. É a coisa mais errada que tem.

Passei anos trabalhando para Miranda, soube de muitas coisas a minha volta. Tive que aprender a usar arma, dirigir mais rápido e não confiar em ninguém, nem na minha sombra.

Entramos dentro do avião com um único destino, Texas. Não sabiamos o que ia acontecer, era como jogar uma agulha no palheiro e depois tentar achar. Valerie era essa agulha, mexemos com um peixe grande. Não deixamos para Miranda fazer o serviço e muito menos Andrea, quisemos fazer por conta própria com às armas que tinhamos.

Fizemos errado. Jogamos o jogo errado.

Uma champanhe foi estourada dentro do avião, logo após Christine se serviu. Comemorar o que? A vida ou a morte?

Às coisas saem do nosso controle, achamos que estamos no poder, passos a frente so inimigo. Mas às cartas não estão ao nosso favor, sabemos como estamos mas nunca como está o oponente.

Quando Esperanza me chamou para a participação de Dez Invernos, neguei. Minha palavra foi não dai vem aquilo que Christine comentou, quando fizemos tudo pelo o outro e tudo que ele quer ou deseja. Somos às mais lindas pessoas desse mundo, nos aplaudem de pé e assoviam. Nos desejam sorte e muita felicidade. Agora, volta lá e diz que não vai mais fazer o que foi solicitado, não quer isso, quer do seu jeito. Somos os donos dos nossos caminhos e autores de nossas histórias, por conta própria decidimos o que é bom para nós. Às pessoas que te aplaudiram de pé, te viram às costas e te chamam de ingrato por ter feito aquilo.

Então, vemos. Que de 3 mil pessoas, elas vão para 300 e só Deus sabe como vai acabar.

Esperanza se virou contra mim, foi até Miranda e Andrea dizer que eu era um pessimo motorista, estava ocupando cargo de outro. Miranda me conhece, Christine me conhece e elas sabem que o que fiz foi pelo meu coração, eu segui ele. Mas como aquela ruiva sempre diz: Temos que jogar com às armas do inimigo.

Ao aceitar o pedido de Esperanza, retornar e dizer que eu vou participar. Ela voltou a me aplaudir e assoviar, dizer que sou um bom homem. Mas a ruiva também me ensinou algo, coloque um gravador ou pegue o notebook dela, escreva por si próprio. Faça suas palavras, às mesmas que contou, ir para aquele livro.

Foi o que fiz.

É o que estou fazendo.

Recordar algo lindo e digno de Augustine, é o que precisava. Várias recordações, antes dela morrer, antes do tal capítulo. Vou fazer isso lembrar algo lindo e digno de Augustine.

A chegada no estado do Texas, foi algo que me deixou nervoso, preocupado e ansioso. Loucura né? Uma mistura de sentimentos, assim, tudo junto.

25 de janeiro de 2020.

Uma semana depois da morte do parasita, um mês depois da internação e o mesmo tempo do coma de uma das filhas de Andrea e Miranda.

Um dia que marcou, lembrado por Christine e eu em muitas reuniões de família.

O crime de Valerie, não foi só com Andrea e Miranda. Teve muitos outros antes, se Valerie fosse presa, a sentença dela seria perpétua. Apodrecer na cadeia, como muitos dizem. Valerie uma maldição em carne e osso.

Contar isso, tendo os olhares de Esperanza sobre mim, não me deixa com medo. Esse sentimento é todo dela, pois aposto que ela não colocaria esse encontro no seu livro.