É tempo de flores

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                          Abril

Point of view of Miranda Priestly

O sorriso dela ilumina às minhas manhãs mais escuras, o olhar atravessa a minha alma e seu corpo me incendeia. Faz quase um mês que tivemos nossa primeira vez, que Andrea se entregou para mim na mesma intensidade que me entreguei a ela.

- Eu estou sentindo seu olhar, Andrea. - Murmurei com os olhos fechados, ouvi sua risadinha baixa.

- Você sempre adivinha. - Cada vez que Andrea acordava antes de mim, ela ficava me olhando dormir.

- Talvez, porque todos os dias faça isso. - Abri os olhos, dando de cara com uma Andrea de roupão e cabelos molhados sentada ao meu lado.

- Não me esperou para tomar banho. - Puxei seu corpo para ficar em cima do meu.

- Sabe que já consigo sozinha...- Beijei seu pescoço fazendo cosquinha naquele local, sua risada ecoou no quarto. Parei para admirar a melhor cena já vista por os meus olhos, o seu sorriso.

- Bom dia, meu bem. -Coloquei a franja que caía nos seus olhos para o lado.

- Bom dia, coração. - Ela se aproximou e selou nossos lábios.

Confesso que ficava toda boba quando ela me chamava de coração, o meu próprio comecei a descobrir que não era de gelo por Andrea, pois cada vez que coração saia dos seus lábios, o meu derretia.

Quando estávamos na frente de nossos amigos, Andrea apenas sorria e piscava. Douglas, Nigel e Augustine, o trio que sabia de tudo.

Nigel sorria malicioso, Douglas disse que sabia e tinha até torcida para isso. Augustine, bom no outro dia do resort, ela bateu na porta e quando fui atender, a mesma disse que tinha entrado no quarto errado. Coisas de Augustine.

Com os três sabendo, não poderia arriscar mais nada até porque Valerie não queria dar o divórcio e eu não queria expor uma jovem e inocente Andrea, nesse mundo.

- Coração...? - Andrea me tirou dos meus devaneios.

- Sim...

- Você ficou pensativa por um tempo, aconteceu algo? - Ela me indagou, deslizando seus dedos pelo meu cabelo.

- Nada, meu bem. - Dei um selinho longo nela. Uma batida na porta nos tirou da nossa bolha. - Entra. - Uma Augustine sorridente adentrou o quarto.

- Bom dia, casal.

- Por que bateu na porta? - Indaguei curiosa.

- Porque eu sou educada. - Disse ajeitando o óculos no rosto.

- Você nunca bateu na porta, Augustine. - Levantou os braços.

- Não queria ver ninguém pelado. Pronto, falei. - Andrea sorriu.

- Bom dia, Augustine. - A morena se levantou, beijando a testa da minha governanta.

- Bom dia, minha menina. Hoje temos fisioterapia. - Disse Augustine mexendo o quadril.

- Temos? - Indaguei.

- Vou fingir uma torção no pé, para o William me pegar no colo. Que nem você faz com Andrea. - No mesmo instante as bochechas de Andrea coraram. - Você ainda fica com vergonha, menina. Essa dai não pode te ver que já que pegar no colo.

- Augustine... - Coloquei a mão na testa.

- Tá, tá... vamos lá, Andy. - Apressou a mais velha ficando parada com os braços cruzados. Andrea me olhou.

Dez Invernos (Mirandy - Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora