Brilha, Brilha Estrelinha...

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20 minutos antes...

Uma nevasca tinha tomado conta da cidade, não me pergunte o porquê de uma hora para outra acontecer isso. Mas NY estava branca literalmente, às ruas cobertas pela neve e uma temperatura de 4 graus negativo.

Christine suspirou, ela queria ir ao encontro de Esperanza, mas algo dizia para ela não fazer. Colocou o braço apoiado na janela e passou os dedos pela boca enquanto com a outra mão estava no volante.

- Não é esse o caminho. - Sussurrou para si mesma.

Seu celular começou a tocar em cima do banco, se ajeitando, olhou de relance para o lado e viu a foto com o número de Emily estampado. Decidiu não atender.

Andou mais alguns metros e olhou o retorno mais a sua frente, ficou entre ir de atrás daquela mulher ou voltar para sua família. Seu coração mandava fazer o segundo, mas sua cabeça e alguns bichinhos ruins que nos atentam, mandavam ela seguir caminho.

Uma mensagem de Emily fez ela mudar o curso, com o toque do celular e uma leitura pela barra de notificação, avisando que já estava com a família, mas precisava de Christine e o apoio para contar a Cassy o que tinha acontecido com a irmã.

A ruiva respirou fundo e virou o carro, sem nem ao menos dar seta, só deu um cavalinho de pau e fez o retorno.

Conseguiu escutar umas buzinadas e um idiota gritando.

- APONTA COM O CHIFRE PELO MENOS... -Christine levantou o dedo do meio e colocou na primeira, indo rápido para a mansão.

Sob o mesmo céu e a pouca distância, Miranda voltava para sua casa. Só que ela dirigia com as duas mãos no volante e revirava os olhos quando escutava alguém buzinando, na sua opinião ela estava certa e o resto dos motoristas errados. O que fez ela sorrir naquele trânsito, foi o que Myra disse uma vez quando transitavam por as ruas de Paris: Mãe vai devagar, parece Velozes e Furiosos. Sorriu mais uma vez porque naquele dia estava a 40 por hora. Devagar.

Deu a seta e dobrou na sua rua, dirigia um pouco lento dessa vez. Pensava em como ia contar para Andrea sobre o que aconteceu com Caroline sem a esposa querer cometer um assassinato. Deu de ombros, bem que poderia deixar ela fazer isso, mas passar o Natal com Andrea na prisão, estava fora dos planos.

Queria deixar o carro na frente da mansão, pois sabendo já a reação que receberia, ia sair em menos de 5 minutos.

Parou o veículo, puxou o freio de mão e se preparou para descer. Assim que fez isso e fechou a porta, avistou o outro carro, o restante de sua família chegava. E isso a deixava feliz. Emily parou com o carro a poucos metros de distância, e não demorou muito, Camila desceu o correndo.

Miranda se inclinou um pouco e abriu os braços para a neta. Camila sorriu e pulou no colo dela, às duas sorriram uma para outra. Logo atrás veio Cassidy, Dahra e Emily. A última mulher estava séria e com cara de poucos amigos, já sua filha e nora sorriram para Miranda.

A mesma largou Camila no chão e deu uma olhada para o carro, atrás de Myra. A garota descia, Miranda estava com saudades e louca para abraça-la. Foi questão de segundos, até a mulher sorrir para as outras pessoas e um grito dado por Myra.

- MOMMY. - A cena passou em câmera lenta, os cabelos voando e os castanhos esverdeados estavam amedrontados. Miranda levantou o olhar para cima e viu Esperanza segurando uma arma com as duas mãos, ela não teve tempo de gritar, Myra já tinha pulado em seu colo.

Um tiro.

E um gemido de dor, escutado apenas por Miranda.

- MYRAAAAAAA... - A voz estridentes de Andrea junto aos gritos das mulheres. Miranda ficou imóvel e apenas sentiu o sangue começar a escorrer pelo braço.

Dez Invernos (Mirandy - Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora