Point of view of Miranda Priestly
- Só nós dois.
- Estava pensando em levar Roy. - Olhei para o meu motorista pelo retrovisor.
- Miranda, por favor me escute. - Disse Nigel coçando a cabeça. Depois que soube da mensagem do parasita, quis sair de casa na mesma hora e ir atrás dele mas como Christine disse, temos que ter cautela até porque ele não é a única peça do xadrez.
- Escute você, Nigel. Hoje não vou te ouvir, nem uma palavra que você fale vai me fazer mudar de ideia. - Ele estava paralisado me olhando, não era a primeira vez que não concordavamos com a mesma coisa. - Quer descer do carro? Mando Roy parar em qualquer esquina, você consegue um táxi rápido. Mas se quiser continuar, pare de falar o que tenho que fazer. Eu não sou idiota. - Respirei fundo. - Também não posso deixar nada acontecer a Andrea, a única coisa que ela tem que se preocupar é com sua recuperação, o resto eu resolvo.
- Não vou falar mais nada. - Virei meu rosto para a janela do carro.
- Ótimo.
Quarta-feira, 5 de março de 2009.
A segunda partida.
O carro parou em frente ao edifício onde Andrea morava, um bairro nobre para ser sincera. SoHo, é o bairro conhecido por suas butiques de grifes e lojas luxuosas e onde ficam alguns hotéis que são segunda opção de quem não consegue uma reserva em algum hotel de Manhattan.
- Tenho uma pergunta. - Disse Nigel, eu pegava a bolsa do meu lado, junto com uma garrafa de conhaque. - Duas, na verdade.
- Diga. - Roy abriu a porta, eu coloquei uma perna para fora enquanto esperava Nigel.
- Por que o conhaque? - Sorri.
- Já vai saber. A outra pergunta. - Disse assim que descemos.
- Por que Andrea se veste daquele jeito, se ela mora em SoHo?
- Boa pergunta. - Avistei um movimento do outro lado da rua, era Christine acompanhada de dois homens enormes, os músculos pareciam que iam rasgar o paletó que ambos usavam.
- Miranda. - Acenei em positivo. - Bom, como você pode ver, trouxe o que me pediu. - Nigel franziu o cenho, não entendendo onde ia dar tudo aquilo.
- Nigel, Christine. - Apontei para dois. - Christine, Nigel. - Os dois apertaram a mão, meu amigo virou para mim.
- Quem é essa?
- Alguém de muita confiança. - Eu disse olhando para Christine, a mesma sorriu para mim.
- Estou mais perdido que Augustine em filme de ficção científica. - Revirei os olhos.
- Nigel, me acompanha num conhaque? - Disse virando as costas, sabendo que atrás estavam eles.
Entrei no edifício, era simples para um bairro daquele porte. Não tinha elevador, apenas a escadaria que dava acesso aos andares, meus olhos deram uma volta de 360 graus.
Minha assistente.
Pelo que Christine falou e Andrea confirmou o apartamento ficava no final do corredor com um 30B a vista e uma porta claramente verde.
Virei meu corpo para trás, todos com seus olhos fixos em mim, Christine confirmou então segui adiante. Meu scarpin ecoava pelo corredor, meu sobretudo preto o único que me agasalhava porque com uma saía lápis preta e uma blusa branca fina, o que me esquentava mesmo era a raiva que vinha sentindo alguns dias.
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Dez Invernos (Mirandy - Intersexual)
RomansaNo dia que Andrea Sachs ia contar para sua chefe e amante um novidade que ia mudar às vidas delas, Andrea foi vitima de uma armação. O dia que era para ser feliz, foi marcado por mágoas e o início de um doloroso inverno no coração de Andy. Será que...