Nas alturas

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- Dinheiro? Acha que vou largar Miranda e a revista por mil dólares? - Indagou Valerie ironicamente.

- Acho mas não por mil dólares. Um milhão de dólares em espécie. Sem truque, sem baboseira alguma. Apenas pegue o dinheiro e vá embora. - Disse Augustine.

- Olha, vou sair ganhando então.

- Muito. - Augustine se ajeitou no sofá. - O que você quer da minha família? Já não fez desgraça o suficiente?

- Sua familia, Augustine? Que eu me lembre largou a sua filha a nada em NY. Por minhas informações, sei que uma filha morreu enquanto a outra foi abandonada pela mãe. Você não tem moral nenhuma aqui, minha família. - Imitou às últimas palavras.

- Já falei e vou voltar a repetir, essa sua informante é um pé no saco. Se for quem eu estou pensando. - Disse Christine.

- Quem é a informante? - Indagou Augustine olhando para a ruiva atrás de si.

- Depois... - Christine sentou ao lado da mais velha, a mesma respirou fundo.

- Então, Valerie. Estou com o dinheiro aqui, pegue e suma das nossas vidas. Você nunca foi bem vinda. - Disse Augustine, seus olhos estavam fixados na loira a sua frente.

- Posso fazer isso... - A modelo respirou fundo. - ...mas não vou. Um trato maravilhoso, quem não sumiria com todo esse dinheiro? - Valerie cruzou às pernas. - Miranda, revista e às gêmeas valem muito mais que esse dinheiro que está me oferecendo. Miuccia está me ajudando a ganhar um lucro bom para a Runway, todas às coleções dela vão estar estampada na capa da revista e eu a esposa da diretora e modelo, vou estar a frente de tudo.

- Você é uma cretina. - Disse Augustine.

- E você é uma velha muito das enxeridas. Poderia estar agora curtindo sua aposentadoria bem longe daqui, Miranda não lembra de você para nada e ainda quer pagar de boa, e me tirar da vida de sua filha. Que coisa feia, Augustine.

- Por que você vive dizendo que às gêmeas valem muito? - Indagou Christine.

- Ué, a detetive inteligente não sabe a resposta. Se eu matar Andrea, vou ficar com às gêmeas, Miranda no caso. Só vou ser a madrasta maravilhosa.

- Madrasta da Cinderela. - Murmurou a ruiva.

- Tanto faz, sinto muito Augustine. Não posso aceitar seu trato. - Valerie se levantou. - Bom, tenho que ir. Uma amiga está a minha espera.

- Valerie... por favor. - Disse Augustine. - Deixe minha família em paz.

- Isso não é uma opção, Augustine.

Não tinha mais o que fazer, a mais velha não tinha escolha, teria que deixar Valerie sair da fazenda com seus capangas de arrasto. Antes de sair pela porta, a loira se voltou para Augustine e disse:

- Mando notícias suas para Miranda. - Por mais canalhice que minha amiga tenha feito, isso ela fez. Esse favor, Valerie prestou por Augustine e Miranda mas não dá forma simpática e querida que a situação pedia, Valerie era Valerie.

Augustine ficou quieta, seus olhos demonstravam raiva, Christine não estava diferente, apenas negou com a cabeça.

- Perdemos tempo com essa louca. - Disse.

- Não está com medo dela falar para Miranda sobre seu paradeiro? - A voz de Roy foi ouvida pela primeira vez desde a presença de Valerie.

- Não, estou com medo dos próximos passos dela. Temos que ter cuidado.

- O que você acha que Valerie vai fazer? - Indagou Zeca se ajeitando na poltrona.

- O de sempre, infernizar a vida de Miranda. - Disse Augustine fixando seu olhar na porta.

Dez Invernos (Mirandy - Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora