Capitulo 2 (Miguel)

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Eu não consigo acreditar ainda, minha ficha não caiu, mesmo que nesse exato momento eu esteja dentro do avião, ainda não caiu.

Até ontem estava tudo bem, e de uma hora pra outra meu tio se foi, ele não tinha o direito de fazer isso comigo, e com a Bárbara, ele era nosso único "familiar," vivo, e agora ele se foi, sem ao menos se despedir de mim.

Sei que a morte não avisa quando vem, mas meu tio sabia que em qualquer momento ele poderia parti, ele estava ciente de tudo, sua infecção no pulmão era grave, ele sabia, ele poderia ter me avisado, para eu pelo menos ter passado os últimos dias ao lado dele, para eu ir me preparando.

O baque está sendo grande, meu coração está deslacerado, imagino o estado de Babi, ela era tão apegada a ele.

Depois que nossos pais adotivos morreram , tio Arthur podia ter nos mandado de novo ao orfanato, mas não ele tomou toda responsabilidade pra ele, nos ajudou a ficar em pé, cuidou da minha irmã e de mim como se fossem os seus verdadeiros filhos. No meu coração só cabe gratidão a ele.

Um filme se passa em minha cabeça, cada lembrança boa, e pela primeira vez permito liberar meu choro, eu vou sentir falta dele.

Lembro-me da última vez que ele me ligou, preocupado com Bárbara.

Dizendo que ela tinha um dedo podre para escolher homem, e que vivia sofrendo pelos cantos, e que quando ele partisse, queria que eu cuidasse dela, pois ela era linda, e imatura, que precisava da proteção de irmão.

Eu rio, pois é verdade, Bárbara sempre foi assim, sempre escolheu os piores caras pra namorar.

Ele ainda disse, que precisávamos saber de algo importante sobre o passado, mas que iríamos saber na hora certa.

Bom ele se foi, e agora não vamos saber.

Chego em solos brasileiros, e um aperto bate em meu peito, eu não queria ter voltado dessa forma, eu estou cansado, mas fico aliviado em saber que Frederico já cuidou de tudo referente a velório, e ao enterro, assim como foi pra Bárbara, essa parte iria ser tão difícil, não sei se teria psicológico para cuidar de tudo sozinho.

Pego minha mala, e Frederico me espera na sai da de desembarque, seu semblante está carregador, ele está tão triste quanto eu..

__Miguel, filho, que bom te ver, não esperava que fosse nessas circunstâncias, mas é bom ver você.
Ele fala enquanto me abraça.

__Apesar de está um pouco chateado, por não ter nos falando sobre a saude do meu tio, é bom ver você Fred

__Ele me fez prometer que não iria dizer nada! Vem vamos levar sua mala até o carro, você quer ir direto para o velório, ou quer passar em casa primeiro?

Respiro fundo, eu ainda tinha fé que fosse tudo mentira, mas não é..

__Para o velório...

Fred assente com a cabeça e da partida...

Chegamos em uma fazenda, onde está acontecendo o velório, e fico impressionado com a "quantidade de pessoas", e por não ter a impresa em cima...

__Seu tio era reservado, ele não iria querer fazer de sua morte um circo com jornalista, e eu conseguir uma medida para que isso não aconteça.

Balanço a cabeça em concordância..
Entramos no local, e passo a mão sobre não tão gelido rosto do meu tio Arthur, e dou um beijo em seu rosto.

__Meu tio querido, meu pai do coração, não tivemos tempo de nos despedir, mas saiba que sempre terá o lugar em meu coração, prometo fazer de tudo para honrar seus últimos desejos, e cuidar da sua empresa.. descanse em paz...
Deixo minha lágrimas tomarem conta dos meu rosto..

A Herdeira (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora