Capítulo 33 (Ísis)

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Ter aceitado passar o final de semana em um acampamento, não foi tão ruim como pensei, pelo contrário, foi incrível, um dos melhores finais de semana da minha vida. Não tinha menor previsão de que tudo isso iria acontecer, um pedido de namoro, a idéia do slogan da campanha, as amizades que fiz com os funcionários da agência, mas o melhor foi dormir no mesmo ambiente com Miguel, sentir seu cheiro, seus braços musculosos em volta de mim era como está no céu, mas agora vendo o carro entrar pelo portão de acesso a garagem da mansão, eu caio na real, o conto de fadas está por um triz de acabar, e as bruxas dessa história são Safira e Anelise

Eu preciso me preparar psicologicamente para enfrentar esses dragões.

__Será uma tortura fica com você nessa casa, sem poder te tocar, te beijar ou sem sentir teu cheiro. E aí o que você acha?

Miguel fala enquanto espalha beijos em meu pescoço.

__ Desculpa, estava distraída, o que eu acho do que?

Pergunto, Miguel para com os beijos e me olha.

__Eu disse que você deveria repensar sobre guardar sigilo, eu não gosto de fazer nada escondido, disse que será um tortura ficar tão perto e ao mesmo tempo tão longe de você.

__Acho que é melhor não falar nada por enquanto.
Ele me olha tentando me decifrar

__Você estava distraída por todo percurso, se arrependeu de ter aceitado meu pedido? você tem vergonha de mim, Isis?

__Que? Claro que não! Olha a pessoa mais importante e a que realmente precisa saber, por enquanto é a minha mãe, mas também acho muito cedo para conta-la.

__Vamos fazer o que achar melhor, ok! Não irei te pressionar, eu vou tentar me resolver com Anelise o mais rápido possível.

Miguel fala e me abraça e logo em seguida deposita um beijo em minha boca, o afasto um pouco com receio de alguém nos ver.

__É melhor entramos...

Falo, ele apenas balança a cabeça em concordância.

Desço do carro Miguel entrega minha mochila.

__Vai fazer o que o restante da tarde?
Ele pergunta.

__Vou descansar um pouco, mas tarde combinei de ir no shopping tomar um sorvete com Antony e Jô, você quer vir conosco?

Pergunto.

__Não, vou aproveitar pra conferir toda campanha, também vou descansar um pouco, a noite quando todos estiverem dormindo posso passar no seu quarto?

__Estarei te esperando...

Falo passo a mão em seu rosto e entro, mal dou dez passos, e vejo Anelise no topo da escada me olhando como se soubesse o que eu fiz de errado nos verões passados. Se eu estivesse ao seu lado no topo da escada certamente ele me empurraria, essa Nazaré Tedesco.

Ignoro sua presença e subo os degraus, passo por ela e vou direto para o quarto da minha mãe, mas ela não está.

Tomo um banho demorado, lavo meus cabelos, que está mais acabado do que eu, também cuido da minha pele, saio do banho revigorada,

Visto um shorts molinho e um top, passo um perfume pelo meu corpo, e ouço a mitificação de mensagem vinda do meu celular.

"Seu cheiro de banho recém tomado me deixa louco"

Esse homem só pode ser uma mariposa imperador com seu olfato apurado, ou só pode ter uma câmera no meu banheiro... ele me ver tamando banho, todos os dias?

Olho para todos os cantos, até mesmo nos móveis, não é possível..

Calço meu chinelo, e decido ir até seu quarto, sem ao menos bater na porta, entro, e ele está deitado apenas de cueca.

Engulo a seco ao ponto de minha garganta doer. Que porra de homem é esse?

__Desculpa não sabia que estava nu.

Digo, cobrindo meus olhos com as mãos.

__Eu não sabia que iria vir aqui... vou vestir uma bermuda..

Alguns segundos depois ele diz que já posso tira-las, faço e ele esta vestido descente.

__Não sabia que eu iria vir, mas podia ter trancado a porta, a tarada que adora invadir seu quarto nua, está em casa, sabia?

Falo e ele sorrir, ele passa por mim e tranca a porta, ele caminha até a mim, ele joga meus cabelos para o lado, e inala o cheiro do meu pescoço.

__Já disse que teu cheiro me deixa louco?

__Como? Você me viu no banho, tem câmeras no meu quarto?

__Não vou negar que adoraria ter ver, mas não para as duas perguntas, seu cheiro é tão bom que sentiria a quilometros de distâncias.

Ele fala com sua voz rouca, e faz com que os pelos do meu corpo se arrepie.

Me viro, ficando frente a frente com ele e ataco sua boca, meu corpo parece está em chama, o corpo de Miguel está tão quente quanto o meu, me sinto sensível, desesperada.

Empurro ele até a cama e subo por cima, me sentando em seu colo, Miguel segura minha cintura com firmeza e uma de suas mãos massageia meu peito por debaixo do top.

Por um segundo antes de arrancar nossas roupas, recobro a sanidade, e saio de cima dele, envergonhada e ofegante.

__ Me desculpa Isis, eu fui longe de mais.
Miguel se levanta e segura em minha mão.

__Tudo bem, dessa vez fui eu que tomei a iniciativa, achei que estava pronta, mas não estou.
Falo frustrada.

__Eu te respeito, isso não é decidido da noite para o dia, e também é muito cedo pra isso. Agora vem cá, me ajuda aqui com a campanha, quero opinião.

Sento com ele na cama, e ele me entrega o Ipad, me mostra algumas imagens do acampamento junto com slogan que criei, ficamos por quase meia hora, falando sobre a agência.

__Vou te mostrar uma campanha voluntária, na qual estamos trabalhando.

Ele fala, e ao abri o arquivo o aparelho descarrega.

__É sobre o que a campanha?
Pergunto curiosa.

__Sobre um ONG, de animais que são abandonados. Meu notebook está dentro da última gaveta ai do seu lado pode pegar por favor.

Ele pede, levanto e abro a pequena gaveta, pego o notebook, e algo debaixo dele me chama atenção.

__Você desenha?
Pergunto ao entrega o aparelho em sua mão.

__É um hobby antigo...

__Quem é a mulher do desenho?
Inquiro.

__Ninguém importante.

__Me desculpa por está sendo enxerida, mas ja sendo, acho que é importante sim, se não fosse por que esse desenho estaria aqui nas suas coisas?

__Isis, por favor, só acredita em mim, é só um papel velho, com um desenho qualquer sem importância

Ele fala, e eu não questiono mais sobre o desenho, ele me mostra a campanha e assim que terminamos, vou para o meu quarto me arrumo e saio com meus amigos.

Passo o restante da tarde pensando no velho papel com o desenho da mulher que está nele.

A Herdeira (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora