Não há como voltar atrás

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  JUNHO DE 1997


Durante a refeição, ele manteve seus olhos e foco geral longe da mesa da Grifinória. Ele sabia que o que disse a ela era o melhor, mas era uma luta não se desculpar com ela cada vez que a via. Para tentar fazer a amizade deles voltar ao que era. Para consertar um erro que ele poderia consertar. Lily não o perdoaria mesmo se estivesse viva, Hermione o faria.

Mas toda vez que ele quase fazia um movimento para fazê-lo, seu bom senso entrava em ação e o impedia. Parecia que ela o estava evitando tanto quanto ele a evitava, então os poucos segundos de hesitação de sua parte eram tempo suficiente para ela deixar sua presença.

Ele estudou a comida em seu prato, seu estômago revirando com a ideia de comer outra mordida. Ele largou o garfo no prato. Ele se despediu dos outros professores e se levantou. Ele olhou para a cadeira vazia de Dumbledore.

O mago não esteve presente em Hogwarts nas últimas semanas. A única mensagem que recebeu foi uma coruja um dia atrás, solicitando sua presença no último dia do semestre. Dali a três dias.

Isso aconteceria em breve. Ele podia sentir isso.

Dumbledore provavelmente iria confirmar o plano deles ou solicitar outra coisa.

Ele saiu do grande salão e caminhou pelos corredores, quando chegou a um local particularmente sombreado, ele fez uma pausa. Ele fora seguido. Ele se endireitou, sabendo quem estava atrás dele. E não era Hermione. Ela tinha um forte aroma frutado e floral que a seguia por toda parte, um que ele ainda não conseguia descobrir completamente. Esta pessoa não tinha cheiro, apenas passos ásperos que falharam em furtividade. Ele olhou por cima do ombro.

"Draco."

"Estou avisando," o garoto se atreveu a dizer com uma arrogância que superava Potters. Isso o deixou doente. "Vou ganhar o favor dele de volta e você perderá tudo o que tirou do meu pai." Draco se aproximou, como se pudesse igualar sua altura e presença imponente.

Mas ele era uma parede escura, construída pedra por pedra para lidar com coisas muito mais ameaçadoras do que um Malfoy loiro.

"Isso não é um jogo, não seja idiota", disse ele, com uma voz bastante ameaçadora. Ele teve que admitir que doía ver tal repulsa em seus olhos.

"Isso mesmo, não é. Eu não precisava de você lá. Ele não teria me matado." Ele reconheceu algo estranho na voz de Draco. Isso era... isso era uma atuação. Ele estava assustado.

"Eu só queria proteger você, Draco. Se eu não quisesse fazer isso, não teria feito esse voto."

Draco deixou seu corpo relaxar e baixou a cabeça. "Não há saída agora, não é?" ele disse suavemente.

"Não, não há." Ele tinha que fazer o garoto acreditar que ele ainda seria o único a matar Dumbledore. Ele não tinha outra opção a não ser enfrentar o velho mago.

Eles não tinham mais tempo para bolar outro plano.

Ele observou enquanto Draco se virava e caminhava lentamente pelo corredor, o peso de sua tolice caindo sobre seus ombros.

Isso o deixou ainda mais determinado a não deixar o garoto manchar sua alma mais do que já estava. Ainda estava bom lá. Ele ainda pode ser redimido.

"Professor?"

Um choque doloroso passou por ele ao ouvir sua voz. Por que ela sempre aparecia em momentos como esse?

"Vá embora, Granger", disse ele. Essa parecia ser a sua declaração mais repetida nos últimos tempos.

"Mas-"

"Não tente espionar Malfoy novamente e fique segura. O dia está chegando muito em breve."

"Eu não estava-"

Quando ele sentiu um leve toque em suas costas, ele se forçou a avançar e lutou contra cada impulso de olhar para ela.

When All Is Lost One Is Found by Rinoaebastel - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora