Maldição - Parte 2

669 72 23
                                    

   JUNHO DE 1996

A ala hospitalar estava quase no mesmo estado de quando ele saiu. A única diferença era que as camas anteriormente ocupadas estavam vazias e apenas Granger estava aqui. Seus amigos não deveriam estar ao seu lado? Ele balançou sua cabeça. Considerando a privacidade que Pomfrey deu a ela antes, a mulher provavelmente os havia banido daqui.

Com a poção em mãos, ele caminhou até a cama dela e colocou o frasco na mesinha de cabeceira. Ele ouviu alguns passos leves vindo atrás dele e sabia que era Pomfrey. Ela nunca deixava ninguém entrar sem permissão quando havia pacientes aqui. Ela sempre sabia quando uma pessoa cruzava seus domínios.

Ele ergueu a varinha para enviar um pulso de magia pelo corpo de Granger. Em um instante, a maldição e o selo apareceram. Não havia se expandido muito.

"Eu verifiquei alguns minutos atrás. Está estável por enquanto." Ele ouviu a voz de Pomfrey atrás dele. "Eu suponho que você completou a cura antes do que esperava?"

"Sim." Ele olhou para a velha. "Eu posso precisar de sua ajuda. Isso pode machucá-la."

"Você quer que eu a contenha?"

"Se você acha que é necessário, Madame Pomfrey," ele respondeu. Ele agarrou o frasco.

"Você não precisa ser tão formal comigo, Severus. Eu te conheço desde que você era um garotinho."

"E é exatamente por isso que devo tratá-la com respeito", ele murmurou, sentindo um sentimento irritante crescendo. Ele não precisava se aproximar de ninguém, muito menos da mulher que o curava o tempo todo e conhecia sua humilhação tão bem. Mas ele estava grato por sua ajuda e ela tinha seu respeito.

"Você é um jovem difícil", ela respondeu e acenou com a mão para conter a paciente com cordas mágicas brancas.

Ele ignorou suas palavras e desarrolhou o frasco enquanto seus olhos voltavam para a garota inconsciente na cama. Ela tinha vivido mais horrores do que a maioria em sua idade. Quantos anos ela tinha agora? Dezessete? Se ele se lembrava das reuniões, ela era mais velha do que seus colegas. Isso o fez se perguntar por que ela veio um ano depois.

Franzindo os lábios, ele descartou sua curiosidade e moveu a mão até que estivesse na nuca dela. Com um pequeno movimento, ele ergueu a cabeça dela e colocou o frasco mais perto de seus lábios.

"Se ela não engolir, você terá que fazê-la à força."

"Eu conheço meu trabalho, Severus." Ela apontou a varinha para a garganta.

Ele separou suas mandíbulas e derramou uma pequena quantidade de líquido em sua boca, mas permaneceu lá. Eles esperaram pacientemente, observando se seu corpo respondia naturalmente.

Depois de alguns segundos, a garota engoliu em seco e ele soltou um pequeno suspiro. Ele virou a cabeça para verificar a maldição. Quando viu que ainda estava lá, repetiu a ação, dando pequenos goles à jovem na medida que ela conseguiria engolir. Depois de cinco goles, o corpo de Granger deu uma pequena sacudida violenta e ela choramingou. Bom. Ela estava respondendo.

Com um pequeno sorriso, ele olhou novamente para a maldição selada dentro de seu corpo e viu a teia roxa recuando de seus membros e órgãos.

Quando ele a viu relaxar ainda mais, ele repetiu o tratamento até que a última gota do frasco tivesse passado. As teias roxas se concentraram em seu coração em uma massa e finalmente desapareceram.

Essa bruxinha teve sorte.

Ele fechou os olhos e com um movimento suave, deixou a cabeça dela descansar novamente no travesseiro. Ele deixou o frasco vazio sobre a mesa.

When All Is Lost One Is Found by Rinoaebastel - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora