Convite agradável

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DEZEMBRO 1996


Ele observou enquanto seus alunos davam os toques finais em suas poções. Apenas fervura podia ser ouvida em toda a sala. Ele sentiu seus nervos dispararem com os últimos minutos do teste.

Seus olhos pousaram em Granger. Ela estava se concentrando em seus movimentos, seus lábios se movendo silenciosamente enquanto contavam. A conversa deles a acalmou um pouco, mas ele sabia que a bruxa ainda se culpava e o medo do fracasso ainda estava ativo dentro dela.

Ele entendeu esse medo. Ele cometeu erros, muitos deles, mas ele não iria deixá-la cair na escuridão do jeito que ele fez.

A campainha tocou, sinalizando o fim da aula e do semestre.

"Encham os frascos e coloque-os na minha mesa, agora." Sem hesitação ou reclamação, os três alunos encheram seus frascos com soro. Cada um tinha um veneno específico e teve que desenvolver o remédio sem conhecer sua natureza. Pelo que ele percebeu pela cor, todos os alunos se saíram muito bem.

Um por um, eles deixaram os frascos em sua mesa antes de virar as costas para ele para limpar seus caldeirões e sua área de trabalho. O primeiro a terminar foi o Sonserino, e depois de pegar suas coisas, ele se virou e fez uma reverência para ele.

"Tenha um bom feriado, senhor." Ele acenou com a cabeça em resposta, não deixando a severidade de seu rosto diminuir, e ele observou o garoto ir embora. Alguns membros de sua casa ainda o respeitavam, mas as ações de Malfoy estavam criando tensão dentro da Sonserina. O menino era uma verdadeira serpente, capaz de escapar sempre que tentava falar com ele.

Seus olhos voltaram para sua sala de aula, e ele percebeu a demora de Granger em reunir suas coisas quando a Corvinal saiu, sem se preocupar em se despedir dele. Isso era o que ele preferia.

Colocando seu foco na bruxa remanescente, ele relaxou e esperou, sabendo por seu comportamento que ela queria falar com ele.

Ela se virou em sua direção, sua bolsa esmagando seu ombro sob o grande número de livros que ela tinha. Ele teve que esconder um bufo quando ela se aproximou dele.

"Então, Srta. Granger. Suponho que você está indo para casa e quer me desejar um bom feriado?" Um pequeno toque de provocação escapou de sua voz. A maioria das pessoas teria considerado isso uma zombaria cruel, mas o brilho de seus olhos e seu sorriso cada vez mais largo confirmaram que ela não considerava isso.

"Não este ano, senhor. Eu queria passar aqui. Ouvi dizer que apenas um punhado de alunos vai ficar, então ficaria calmo o suficiente para colocar meus pensamentos em ordem e..." A bruxa hesitou, mas esperou pacientemente. "Eu poderia passar mais tempo com você também. S-se você permitir, senhor."

Com outros, ele já os teria reduzido às lágrimas, mas não com ela. Ele achou seu balbucio nervoso divertido, mas suas palavras foram surpreendentes. As pessoas tendiam a evitá-lo, não queriam ficar com ele.

Quando ele assentiu, o sorriso dela se alargou ainda mais, a ponto de parecer que ela estava tentando esticar demais a boca.

Ele sorriu. "Mas vamos acalmar as coisas durante as férias. Posso matar um aluno quando eles voltarem, se não conseguir descansar do constante balbucio acadêmico sem sentido."

Ela pareceu ofendida. "Eu não digo coisas sem sentido." Ela mordeu o lábio por um segundo. "Não sempre."

Seu rosto ficou sério e ela respirou fundo.

"Algo errado, Srta. Granger?"

"Hum... Você está ciente de que o Professor Slughorn está dando uma festa de inverno para alguns alunos?" ela perguntou.

"Eu estou ciente. Esse homem sempre gostou de se cercar de pessoas que ele acha que serão ótimas", ele respondeu com um tom entediado. Slughorn buscou a glória sob as asas de outros. Ele gostava de poder dizer: 'Eu o ensinei', como se as realizações deles fossem mais dele do que deles.

"Bem, eu fui convidada para este clube dele."

"Por que não estou surpreso?"

Ela deixou um sorriso brilhar em seus lábios. "A questão é que eu tenho que ir à festa e pensei que... talvez..."

"Fale, Granger, eu não tenho o dia todo."

Suas bochechas coraram e seus lábios se separaram novamente, mas nenhuma voz veio dela.

Sem palavras? Ela? Isso foi estranho.

Depois de um momento, seus olhos mudaram, a bravura feroz praticamente queimando neles.

"Eu queria perguntar se você gostaria de vir comigo."

Seus olhos se arregalaram. Ela tinha acabado de convidá-lo? Para uma festa? Com o Slughorn?

Ninguém nunca o convidou para uma festa pelo único motivo de não querer estar com ele. Merlin, ele nunca pensou que poderia experimentar esse tipo de sentimento. Ele desistiu dos amigos e das interações sociais quando escolheu desistir de sua vida para destruir Voldemort. Para pagar sua dívida com Lily.

Ele engoliu em seco quando o nome contaminou a alegria e a corroeu de dor. Foi uma bela cascata de frieza para trazê-lo de volta à realidade. Granger estava esperando por sua resposta.

"Já fui convidado", disse ele.

"Oh." Ela parecia um pouco desapontada.

"Eu não ia, mas vendo que alguém com cérebro vai comparecer, acho que vou."

"Realmente?" Seu tom era tão feliz, tão esperançoso. Ele estava indo por ela.

Ele deu um único aceno de cabeça.

"Então, espero ver você então."

"Veremos, Srta. Granger." Sua voz estava cheia de um tom de indiferença, embora ele sentisse tudo menos isso. "Agora, vá para suas outras provas finais."

"Sim, senhor", disse ela. Ela mudou sua bolsa para o outro ombro e praticamente pulou para fora das masmorras.

Era estranho fazer alguém feliz de uma forma tão pequena.

Mas foi agradável fazer isso.

When All Is Lost One Is Found by Rinoaebastel - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora