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Cansado. Com sede. Fraco.

Essas palavras cruzaram sua mente quando o primeiro flash de luz da manhã atacou seus olhos fechados, fazendo-o protestar com um grunhido. Uma dor aguda veio de seu pescoço com a ação. Ele ergueu a mão para pegá-lo, mas antes de chegar ao destino, dedos suaves se enrolaram em seu pulso, fazendo-o parar.

Apenas uma pessoa era corajosa o suficiente para fazer esse tipo de gesto.

Ele forçou os olhos a se abrirem e a viu. A luz do sol estava brilhando sobre ela como se ela estivesse sendo abençoada por algum ser sagrado. Ela tinha alguns pequenos hematomas nas bordas do rosto junto com alguns ferimentos cobertos por curativos, mas parecia ilesa.

Ela sorriu para ele. "Está tudo acabado," ela disse.

Acabado?

O que...

Essas palavras eram difíceis de entender. Ele olhou ao seu redor o melhor que pôde. Havia uma cortina cobrindo a maior parte da área onde ele estava, mas ele podia ver alguns dos danos que a batalha causou. Ele ouviu pessoas falando à distância e podia sentir o cheiro de várias poções sendo usadas.

Ele olhou para ela. Ela o salvou.

"Hermi-" Sua voz falhou e ele se encolheu com a ferida em sua garganta.

A mão dela se moveu para descansar em seu peito, e ele baixou o braço para a cama. "Voldemort está morto, Severus. Você está livre. Você tem que se recuperar, então tente não falar. Já se passaram quatro horas desde o fim da batalha."

"Hm", disse ele, o barulho não doendo tanto quanto falando palavras compreensíveis.

Ela riu, inclinou-se e beijou-o na testa.

"Eu sei que você tem perguntas, mas não tenho certeza de como respondê-las. Nem eu entendo o que aconteceu. Eu ajudei na luta, mas... Você precisa saber que Harry-"

A porta do escritório se abriu, interrompendo a conversa. Ele não deixou seu choque transparecer quando a imagem quase cuspida de James Potter foi até sua cama.

Ele não deveria estar...? Sim, ele deveria estar morto.

O Potter mais jovem parou ao lado de Hermione e olhou para ele. "Hum... estou feliz que você esteja vivo, Professor Snape."

Ele estaria mentindo se dissesse que esperava isso. "Hm."

"E..." Potter se mexeu um pouco. "Sinto muito por tudo e obrigada por tudo que você fez. Eu vi as memórias que você deixou e disse às pessoas que você sempre esteve do nosso lado. Todo mundo sabe o que você fez."

"E ele também não sabia que você estava vivo quando contou," Hermione disse.

"Certo."

Ele quase se permitiu rir disso. Não importa. "Severus." A mão de Hermione em seu braço o fez estremecer por instinto. Estava acertado. Ela levantou sua manga e ele viu apenas uma cicatriz onde sua Marca Negra costumava residir.

"Co... como?" ele disse e olhou para Potter.

"Bem, Voldemort me matou, senhor, mas era apenas uma parte dele que estava dentro de mim. Eu voltei e o parei." O menino tirou algo da manga. A varinha de Dumbledore. "Esta varinha era minha e a maldição da morte ricocheteou nele." Ele estendeu a varinha para Snape. "Eu quero que você fique com isso, senhor. Eu quero que você esconda porque eu sei que posso confiar em você." Seus olhos se moveram rapidamente para Hermione e então de volta para ele. "Vocês dois."

Ele ergueu a mão e pegou a varinha.

"Estou feliz que Hermione pôde salvá-lo", disse ele. "Vocês dois merecem ser felizes juntos."

Ele não conseguiu esconder seu choque. "Po..." ele tentou dizer, mas Potter o interrompeu.

"Algumas de suas memórias mostraram vocês dois."

Ele amaldiçoou mentalmente seu descuido, mas, novamente, ele estava morrendo. Ele não foi capaz de se concentrar facilmente enquanto o veneno lentamente tirava a vida dele.

Ele olhou para ela e ela corou. "Harry é um-"

"Um segredo. Sim, não direi uma palavra. De qualquer forma, não é da minha conta", disse ele.

Os três olharam para a porta quando ouviram alguém passar por ela.

"Senhor Potter, o ministério está procurando por você para apresentar sua prova," Pomfrey disse e sorriu gentilmente para Severus. "Mas o mundo provavelmente já sabe o que Severus fez."

"Mas eles vão acreditar?" Hermione perguntou, a preocupação em sua voz clara.

"Ele é o salvador, então a maioria vai," Pomfrey disse. "Claro, haverá pessoas que duvidarão, mas serão poucos."

"Depois que eu der a prova, eles não terão escolha a não ser acreditar."

Severus quase quis dizer a ele para esquecer a prova. Ele tinha feito coisas terríveis, então ele merecia ser punido por algumas delas, embora as fizesse porque estava espionando e não tinha escolha.

Quando Hermione pegou a mão dele e apertou, ele instantaneamente mudou de ideia. Ele tinha que ficar com ela. Ela era a prova de que sua alma nunca tinha sido verdadeiramente escura e estava apenas perdida entre o cinza.

"Além disso, até mesmo Dumbledore está falando sobre o que ele mandou você fazer. E você tem McGonagall, Lupin e eu. Mas precisamos tirar você daqui." Pomfrey se virou para Hermione. "Você tem um lugar onde vocês dois possam ficar? As pessoas vão começar a invadir aqui, tentando empurrar Severus quando ele precisar se recuperar." Seus olhos voltaram para ele. "Que tal Spinner's End? É um ambiente trouxa. Poderia funcionar bem."

Ele quase quis rir disso. Mesmo se ele não o tivesse queimado, seria um lugar terrível. Ainda havia Comensais da Morte espreitando, e eles sabiam onde era. Também ainda estava registrado como sua casa, então se as pessoas quisessem encontrá-lo lá, não seria difícil.

"Eu conheço um lugar", disse Hermione.

"Então vocês dois devem ir o mais rápido possível. Vou enviar-lhe os tratamentos dele via coruja todas as semanas. Severus, você está proibido de falar por uma semana, e eu não quero que você saia da cama a menos que seja necessário."

Ele acenou com a cabeça, sem vontade de discutir. Ele estava muito cansado. Muito curioso sobre o que o futuro reservava. E muito surpreso que ele realmente teria um futuro com a bruxa que amava.

When All Is Lost One Is Found by Rinoaebastel - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora