A mente de uma Sabe-Tudo

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19 SETEMBRO DE 1996


O grande salão estava lotado quando o café da manhã apareceu nos pratos. Ele havia tentado gozar meia hora antes para evitar o contato, mas foi em vão. Sempre havia um aluno glutão por perto. Mas se ele tivesse que rotular o pior do pior, o desmiolado Weasley venceria. Ele não tinha os modos de seus irmãos, e pelo que sabia da Sra. Weasley, ela ficaria chocada com os modos à mesa. O menino mastigava com a boca aberta e falava antes de engolir. Pelo menos ele não precisava ficar de olho naquela mesa.

Mas ele fez mesmo assim porque havia apenas uma pessoa que o interessou. Granger. Ela ainda estava sentada sozinha e se concentrando em um livro. Ela precisava fazer as pazes com Potter e ele se perguntou se ela havia tentado de novo ou se Potter e Weasley eram teimosos e implacáveis, não importava o que ela fizesse ou dissesse.

Se preocupar agora não era uma prioridade. Eles ainda tinham tempo. O Lorde das Trevas não se moveria por enquanto, não enquanto Malfoy não tivesse completado o que pediu. Seus olhos olharam para o velho sentado no centro da mesa dos professores. Ele ainda parecia saudável do lado de fora, mas sabia que a maldição estava se espalhando. Ele jogou o guardanapo na mesa. A sensação de deixá-lo morrer sem fazer nada o irritou. E agora ele seria seu executor.

Uma massa de pássaros voando em direção às pessoas interrompeu a raiva que ameaçava consumi-lo novamente. Alguns deixavam cair coisas na cabeça dos alunos, outros os entregavam de maneira profissional. A diversão estava nos pássaros bicando e nos alunos que recebiam berradores dos pais.

Seus olhos voltaram para a mesa da Grifinória, procurando a possibilidade de Potter ter sofrido com as corujas também. Em vez disso, ele encontrou Granger segurando um pequeno pacote. Ela pareceu surpresa no início, mas então um pequeno sorriso cruzou seus lábios. Granger se levantou e começou a se afastar, provavelmente para sua sala de aula. Ela estava abraçando seu pacote como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Mas algo estava diferente hoje. O rosto dela virou ligeiramente e olhou para Potter e Weasley como se esperasse que algo acontecesse.

Ela esperou como uma pequena estátua perto deles. A garota Weasley percebeu e sorriu para ela, mas o resto não a reconheceu.

Ele notou como ela abaixou a cabeça, não tendo outra opção a não ser retomar a caminhada ao ver a rejeição de seus supostos amigos.

E ainda assim eles o chamam de bastardo sem coração.

• • • ✴️ • • •

Quando ele chegou à sala de aula de poções, seus três alunos já estavam lá.

Ele caminhou até a frente da sala e olhou para a classe. Ele cruzou os braços e olhou para eles. Os alunos não se incomodaram. Granger não parecia tão doente e cansada como nas aulas anteriores. Parecia que ela estava ficando menos afetada pela estupidez de seus amigos e qualquer experiência que ela teve no ano passado no ministério.

"Eu estudei suas poções e seus ensaios. Todos vocês têm teorias interessantes, mas os resultados do que fizeram precisam ser testados. Infelizmente, não posso começar a ferir os alunos de propósito para testar as poções, então, de agora em diante, começaremos a estudar diferentes tipos de venenos e aprenderemos como tratá-los."

Uma mão hesitante se ergueu e ele descruzou os braços. Ele ficou surpreso, mas manteve sua máscara neutra.

"Sim, Srta. Granger?"

"Pode parecer uma pergunta estúpida, senhor, mas sempre me perguntei sobre esses venenos não identificados. Existe uma fórmula para neutralizá-los?"

"Não existe nenhuma fórmula. Apenas um Mestre de Poções poderia fazer isso, mas até mesmo ele poderia falhar." A preocupação em seus olhos cresceu. "Existem ingredientes que podem retardar o veneno, mas removê-lo do corpo é outra coisa. Requer tentativa e erro constantes até que você estabilize um antídoto para aquele veneno específico e para a pessoa específica que é afetada."

When All Is Lost One Is Found by Rinoaebastel - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora