Momentos

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MAIO DE 1997


"Levante sua varinha mais alto, Granger," ele gritou quando a bruxa lançou o feitiço incorretamente, fazendo-o desaparecer muito cedo. Ele estreitou os olhos. "Você ao menos olhou para os feitiços que eu disse para você praticar? Nem mesmo os primeiros anos cometem um erro rudimentar como esse."

Ela estremeceu e ele se arrependeu do tom com que disse suas palavras. Ele sabia que estava sendo um pouco duro, mas não conseguia evitar. Ela era melhor do que isso. Ele não precisava que ela fosse incompetente depois da semana desastrosa que ele teve. Cada aluno que ele encontrou agia como um cretino. Como ele deveria ajudar a todos quando eram tão descuidados? Ele provavelmente já havia batido o recorde de atribuir o maior número de punições em uma semana.

Mas se ele fosse verdadeiro consigo mesmo, ele sabia que não era apenas a incompetência dos alunos. Foi esta bruxa que o deixou tão perturbado. Ele simplesmente não conseguia controlar seus pensamentos quando a viu. Ela estava em toda parte, tornando-o incapaz de esquecer o que aconteceu entre eles. Cada vez que a via, mesmo quando era um breve vislumbre com o canto dos olhos, ele tinha que reprimir o desejo de agarrá-la e abraçá-la. Tinha que reprimir a alegria de que receberia por tal ação e retribuir.

Ele punia Severus sempre que ficava nervoso com alguma coisa, e Severus era um idiota mal-humorado e cruel. A única diferença entre antes e agora era que ele agora reconheceria quando cruzasse a linha. Ela não merecia o tratamento que ele estava dando a ela.

"Estou tentando. Eu entenderia se você fosse menos exigente e me mostrasse como fazer isso primeiro!" A voz dela saiu com um tom que combinava com o dele. Seus olhos estavam estreitos e seu cabelo parecia mais despenteado do que o normal.

Ela era bonita.

Ele praguejou mentalmente com o elogio, respirou fundo para controlar seu temperamento e caminhou até ela.

"Tudo bem", ele retrucou, mas tinha menos causticidade. Ele pegou o pulso dela com firmeza, mas não com força suficiente para machucar. Ele se moveu atrás dela. "Bem aqui, é onde precisa estar."

Não foi até que ele ergueu o braço dela até a altura apropriada, tendo que se aproximar para fazer isso, que ele percebeu o erro que havia cometido.

Seu peito estava contra suas costas. O calor irradiava dela como um fogo crescente, sua respiração era irregular e seu cheiro o atingiu como se estivesse atacando com um feitiço. Seu coração martelou contra o peito e ele deu um pequeno passo para trás para se certificar de que ela não podia sentir nas costas.

O aperto em seu pulso relaxou, mas ele não conseguia se soltar.

"D-devo lançá-lo?" sua voz era suave e ouvi a falta de ar nela. Ela foi afetada tanto quanto ele.

"Sim", disse ele, orgulhoso de que sua voz saiu firme porque em uma fração de segundo ele aceitou que estava perdido. Ele ficaria até morrer. Ele aceitou a dor de desistir de tudo por ela. Para quebrar a promessa que havia feito a si mesmo dezessete anos atrás.

Ele não faria isso, mas a tentação nunca foi tão forte. Ele tinha que compensar o que tinha feito, mas agora esta mulher tão perto dele havia se infiltrado nessa promessa. Agora era mais sobre protegê-la do que qualquer outra pessoa.

Uma carícia alcançou sua mão livre. Ele respirou fundo, enchendo-se de um cheiro que fez com que todo o seu foco se fixasse nela. Seus dedos se entrelaçaram com os dele, e ela moveu o braço dele para que se enrolasse em sua cintura. Ela segurou a mão dele contra o outro lado, pressionando-a contra o corpo.

Ele viu uma figura brilhante com o canto do olho e olhou para cima. A névoa prateada girou e formou-se no ar, faiscando ligeiramente no início, mas depois se separando em diferentes fios. Eles se amarraram e se entrelaçaram até que a forma intrincada de uma lontra apareceu diante deles.

Ela tinha feito isso... Usando ele. Tê-lo perto dela lhe deu felicidade.

Eles estariam condenados se um dos dois desse um passo em falso agora.

"M-muito bom."

Ela soltou suas mãos e se virou em seu abraço. Ele nunca deixou o braço cair, então ele ainda estava enrolado em torno dela, sob seu manto. Ele estava atordoado demais para fazer qualquer coisa. Espantado demais por ele também poder fazer alguém feliz. Verdadeiramente feliz.

Ela olhou para ele.

"Como faço para me comunicar com ele?" Ela não estava nem um pouco nervosa com a posição deles.

Ele olhou para o patrono e enrijeceu. Seus olhos prateados carregavam uma estranha sugestão de aceitação junto com a natureza brincalhona que ele tinha visto antes.

"Basta falar e dizer o nome de quem deseja ouvir a mensagem."

"Hm", disse ela. Ela não se virou para falar com o patrono.

"Tente enviar uma mensagem a alguém", disse ele.

Ela encontrou seus olhos. "Não há ninguém longe de mim importante o suficiente com quem eu queira falar agora." Seu coração disparou.

Ele engoliu em seco quando viu que ela estava focando sua visão em seus lábios. Ela se aproximou um pouco mais, ficou na ponta dos pés e ele se viu coagido, mas alguma força desconhecida o fez inclinar para frente e...

"Assassinato! Houve um assassinato nos banheiros!"

When All Is Lost One Is Found by Rinoaebastel - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora