|| 𝙲𝚊𝚜𝚊𝚍𝚊 𝚌𝚘𝚖 𝚞𝚖 𝚎𝚜𝚝𝚛𝚊𝚗𝚑𝚘 - ᴊᴇᴏɴ ᴊᴜɴɢᴋᴏᴏᴋ || +𝟙𝟠

28° Capítulo

*S/N on*

Dois dias se passaram desde que eu fui sequestrada, ja estava sem esperanças que sairia dali viva, ja que não disseram nada sobre resgate ou algo do tipo. O homem mais velho veio me ver algumas vezes, me dava arrepios só de olhar para cara dele, o mesmo me dizia coisas idiotas,que eu seria um desperdício, que os insetos iriam comer meu lindo corpo, isso me deixava assustada... Cael vinha me ver cinco vezes por dia, nos aproximamos muito,ele não parece gostar do que faz,mas mesmo assim fez.

Eu queria andar la fora,ver a luz natural,mas Cael não me deixa,ja pedi várias e várias vezes,mas sempre é um não como resposta. Pensava a todo momento se alguém estava me procurando, se o que aquele cara disse era verdade que para Jungkook eu estava morta. Minhas noite se resumiam em chorar até pegar no sono. Estava com saudades de casa, da minha família,do meu trabalho,da minha rotina. Talvez Jungkook possa estar se sentindo culpado,mas eu não o culpo, seria injusto,eu tive escolha em recusar aquele combinado,mas eu aceitei, então Jungkook não tinha culpa nenhuma.

Ficava horas imaginando como minha vida seria se as coisas tivessem sido diferentes, se eu tivesse ficado em casa naquela noite que George foi enterrado, mas eu nunca teria conhecido Jungkook, eu o amo, amo tanto que chega a doer, e pensar na possibilidade de nunca mais o ver me deixa arrasada. Eu queria ter o conhecido de forma diferente, saido para encontros, depois o pedido de namoro, quem sabe o de casamento,os nosss filhos, envelhecer ao seu lado. Mas eu sabia que para Jungkook não era assim, ele não pensava da mesma forma que eu. Toda vez que eu conseguia dormir,eu sonhava com a maldita cena do beijo, aquela mulher sentada no colo dele, me deixava enjoada,com nojo de Jungkook, mas ao mesmo tempo eu tenho saudades dele, é complicado.

~Quebra de tempo~

Uma semana, sete dias que estou aqui trancada, ja estava enlouquecendo, quem me ajudava a ficar lúcida era Cael,que começou a frequentar mais minha pequena "casa". Conversávamos por horas, é estranho se tornar amiga do meu sequestrador, mas aconteceu. E aqui estamos nós dois, rindo de alguma história que o mesmo me contava. Ele era legal.

- Cael? - o chamei e ele me olhou - Me leva la fora? - pedi e ele suspirou.

-S/N você sabe que eu não posso. - respondeu baixo.

-Por favor, só por 10 minutos, eu preciso sentir ar fresco, ver o céu, eu não vou tentar fugir, você pode me amarrar se quiser,mas me leva por favor. - supliquei.

-Tudo bem,mas não conte a ninguém que fiz isso,se não sou um cara morto, entendeu? - perguntou.

-Sim, não vou dizer nada. - disse empolgada esticando meus braços para o mesmo que me olhou confuso.

-O que está fazendo? - pediu.

-Para você me amarrar. - falei meio óbvio.

-Não vou fazer isso, confio na sua palavra. - falou e eu assenti.

Então ele abriu a porta do porão, estávamos em uma casa, muito linda, era uma casa de fazenda, rústica. Quanto mais ficava claro mais meus olhos ardiam, e piorou quando finalmente saimos na varanda mas logo me acostumei com a claridade, era um lugar lindo, com certeza moraria ali, mas em outra situação e com Jungkook. Achei que a casa seria rodeada de segurança,mas não havia ninguém, apenas eu e Cael.

-Achei que seria tipo uma prisão. - comentei fazendo o mesmo rir.

-Meu pai confia em mim. - disse eu arregalei meus olhos.

-E-ele é seu pai? - pedi gaguejando e ele assentiu.

-Não se preocupa, não sou igual a ele, você não precisa ter medo de mim. - falou enquanto desciamos as escadas da varanda.

-Eu não tenho. - disse o olhando - É estranho ja que você me sequestrou,mas eu não tenho medo de você. - falei e ele sorriu docemente para mim.

-Fico feliz em ouvir isso. - disse me olhando com um sorriso.

-Que saudades que eu tava disso. - comentei sentindo a grama nos meus pés - Obrigada por deixar eu sair. - falei dando um beijo na sua bochecha.

-Posso fazer isso mais vezes se quiser, tipo,uma vez ao dia. - falou.

-Então eu ficarei aqui por mais tempo. - disse baixinho.

-Eu sinto muito - falou e eu o olhei - Não queria que nada disso acontecesse, eu não gosto de participar desse tipo de coisa. - disse num tom triste.

-Então porque participa? - perguntei enquanto sentava na beira de um lago que tinha ali.

-É complicado. - comentou - Eu queria ser um pintor, começar a vender minha arte nas ruas e conquistando meus objetivos. - falou olhando pra frente.

-E porque não faz isso? Você tem direito a  escolha Cael. - disse pegando na sua mão.

-Eu não tenho. - respondeu fazendo um carinho na minha mão e eu rapidamente as separei - Desculpa. - pediu.

-Tudo bem, mas porque você não tem escolha? - perguntei.

-Minha mãe teve três filhos, eu sou o mais velho e o único homem... - começou.

-Ele quer que você siga os passos dele não é? - falei e ele assentiu.

-Ele disse que se eu não fizer isso,ele vai matar minha mãe e minha irmãs, eu não posso deixar isso acontecer,e eu tenho certeza que ele teria a coragem de fazer. - falou e vi os olhos encherem de água.

-Seu pai é um monstro. - comentei.

-É sim, já pensei na possibilidade de denuncia-lo, tenho várias provas dos crimes dele, mas não posso, eu iria preso junto e deixaria minha mãe sozinha, ela não pode trabalhar por conta das minhas irmãs, então passariam necessidades e seria minha culpa, não posso deixar acontecer. - disse derrubando algumas lágrimas.

-Eu entendo, você só quer proteger a sua família. - falei limpando seu rosto molhado. Ele me encarou, seu olhar desceu para minha boca e foi se aproximando. Até escutarmos barulho de carros.

-Vem, rápido, é o meu pai,se ele te ver, vai matar nos dois. - disse desesperado me puxando.