Capítulo setenta

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  Bia POV.

A dor que sinto é infernal, parece que estão arrancando meu útero com as mãos, isso dói demais. Respiro forte sentindo meu peito começar a arder, estou deitada em uma maca à espera da Dr Andressa, que está realizando um parto, as enfermeiras já me medicaram para diminuir a dor, mas isso é como o inferno, parece que duas crianças estão querendo chegar antes do esperado.

— AHHHHH! — Grito mais uma vez sentindo a dor dessa vez subir para as minhas costas.

— Me tragam a ultrassom abdominal e vaginal da senhorita Moreira. — Vejo doutora Andressa entrar desesperada. — Eu estou aqui Bia! — Ela se aproxima segurando minha mão.

— Está doendo demais doutora. Eu estava sangrando, eu não vou aguentar. — Nego a ela suando frio.

— Você vai aguentar sim, você tem que aguentar. Isso pode não ser nada, só preciso que fique calma.

A médica fala comigo, tentando me acalmar. Rapidamente ela começa os primeiros atendimentos, em seguida um ultrassom é feito e consigo ver meus bebês, sinto algumas lágrimas se formarem e acabo deixando a dor de lado e focando em saber que meus filhos estão bem. A médica fica por um tempo olhando a ultrassom dos bebês e tira os batimentos deles, em seguida uma enfermeira entra com as outras ultrassom.

— Achei o problema. — A médica me olha um pouco aliviada, olhando a ultrassom em mãos. — Você teve um descolamento de placenta, pode ter sido causado pelo estresse que você passou, isso acabou lhe levando a um aumento de pressão. — Ela me explica.

— Por que essa dor então? E o sangrando? — Pergunto exasperada sentindo fortes pontadas.

— O remédio que lhe aplicaram começa a fazer efeito em uma hora, as dores e o sangramento são um dos sintomas do descolamento.

— Então está tudo bem? — Pergunto tentando me acalmar.

— Não, ainda não. Você teve um pico de estresse, sua gravidez simples acaba de se tornar uma gravidez de risco, você vai seguir à risca uma enorme prescrição médica! — Ele me olha e segura minha mão.

— Meu Deus... eu, não tenho capacidade alguma de me manter sob prescrição médica com o pai dos meus filhos em uma mesa de cirurgia. — Deixo algumas lágrimas escaparem.

— Eu preciso que você mantenha a calma Bia, ou eu deixo você internada por um mês aqui. — A médica ameaça me deixando assustada. — Uma placenta deslocada não tem como ser recolocada, então você ficará em observação por vinte quatro horas.

— Eu não posso ficar aqui, o Bruno precisa de mim. — Tento me levantar, mas tudo me dói.

— Seus bebês também precisam de você. — Ela me encara um pouco brava. — Eu ainda quero fazer alguns exames, sua filha não está recebendo nutrientes suficiente.

Quando a médica diz filha, me assusto por um tempo e acabo nem ligando para as outras coisas que ela diz.

— Menina? — Encaro ela assustada ou tentando fazer minha ficha cair.

— Você não sabia ainda? — Seu olhar demonstra preocupação.

— Não eu... ninguém havia me falado ainda.

— Então eu vou ter que acabar com a felicidade de sua família por uma surpresa. — Ela ri um pouco nervosa. — Você está esperando um casal Bia, um menino e uma menina! — Ela sorri.

Olho a médica por mais alguns segundos ainda sem acreditar. Olho para minha barriga e sinto uma explosão de amores e felicidades dentro de mim. É um casal, meu Deus, eu ainda não posso acreditar, eu acho que o Bruno vai surtar quando souber disso.

𝑵𝒐𝒗𝒂 𝑰𝒏𝒕𝒆𝒈𝒓𝒂𝒏𝒕𝒆 𝑳𝒐𝒖𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora