Número 29

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M O R G A N   K Y L E

Eu e Savanah estávamos em frente a uma apartamento no quinto andar do centro de Carolina. 

Era perfeito e muito espaçoso. As paredes pintadas de creme e na sala havia um belo lustre. Nem parecia que alguém queria se mudar. 

Se o quarto da universidade fosse assim, eu juro que não sairia nunca mais. Mesmo que não tenha nada vermelho por aqui.

— Qual o valor mesmo? — Savah perguntou, conferindo na calculadora do celular.

— São 500 dólares por mês. — O rapaz falou. 

Ele estava encostado na parede da casa, com um palito de dente no canto da boca. Parecia um fazendeiro que veio do interior do Texas.

Quem é você pra julgar o estilo das pessoas, Kyle?

Com esse pensamento, eu olhei pra minha roupa. 

Estava usando um short jeans, com uma blusa de alcinhas com listras coloridas. O mesmo tênis preto e branco de sempre, que já estava surrado. 

Meu cabelo nem se fala. Um furação tinha passado essa manhã, e com preguiça de arrumar, eu fiz um coque. Parecia muito mais estranha que ele.

— Nossa amiga está precisando disso urgente. Se puder diminuir o valor, só uns cem dólares, eu ficaria super agradecida mesmo. Ela vai pagar tudo certo, e estaremos aqui pra ajudar. Você não vai precisar mover um músculo. — Savanah negociou. 

O rapaz olhou pra ela desconfiado.

— Só cinquenta e negócio fechado. — O sr. calça verde respondeu.

— Menos cento e cinquenta e deixe o encanamento com a gente. — Eu tomei a palavra. Sorri pra ele, tentando ser um pouco gentil.

O rapaz finalmente sorriu, acenando afirmativo com a cabeça. Ufa, achei que ia ficar até amanhã fazendo negócios.

Espera um pouco.

— O apartamento está mesmo com problemas na encanação? — Perguntei. 

Eu tinha chutado e acertado de primeira. O maldito queria cobrar 500 dólares de aluguel com o encanamento ruim.

— São só uns problemas bobos, nada que não consigam resolver sozinhas. — Deixou bem claro o que queria dizer.

Olhei pra Savah, que resmungou e tirou o dinheiro da carteira. Eu tirei minha parte também. E quando por fim conseguimos, nós ligamos para Athena. 

Ela estava no trabalho de rádio na cidade, e o horário que combinamos era o de almoço. Não demorou muito até ela chegar.

— Ai meu Deus! Aqui é lindo demais. — Thena disse. 

Ela veio até mim e me abraçou forte, quase não querendo soltar mais. Eu que não sou de me emocionar, fiquei até com os olhinhos cheio de lágrimas. 

Era minha amiga, e eu tinha que ajudá-la.

Em seguida, ela foi até Savanah, lhe dando um abraço mais forte ainda. Isso porque minha amiga não gostava de abraços. 

Manual de como se conquista mais um jogador | Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora