Número 6

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L O G A N   C A M E R O N 

— Treinador, posso falar com o senhor um instante? — Eu murmurei, mantendo todo o sigilo possível pra não chamar a atenção de Allyson. 

Toda vez que tentava falar com um Sanderson sozinho, a outra Sanderson vinha também.

Ele afirmou e colocou a mão em minhas costas, me guiando pra mais longe do gramado. 

Suspirei aliviado por ver que Nicholas conseguiu distrair a peste, e ela nem percebeu minha falta no banco de reserva. 

— Aconteceu algo em casa de novo? — Christopher perguntou com receio.

Abaixei a cabeça, tentando organizar todos os meus pensamentos depois da mensagem de sábado que tinha recebido. 

— Não sei se deveria falar isso assim, mas estou suspeitando que minha mãe está... — Tossi antes de terminar a frase.

Olhei pra ele, esperando que o treinador entendesse do que eu estava falando.

— Acha que sua mãe está grávida!? — Os seus olhos se arregalaram e colocou a mão sobre o peito, me assustando junto.

— O quê? Não! Ela nem deve ter mais um útero. Eu quis dizer que... acho que ela pode está traindo meu pai. — Saiu quase como um sussurro. 

— Como pensou nisso? Por acaso conversou com ela?

— Não, mas aconteceu algo que me deixou desconfiado. — Contei constrangido.

— E pretende descobrir se é verdade? — Cruzou os braços, tentando ajudar.

— Não posso chegar e falar sobre isso. Se for um engano meu, Lauren vai ficar muito chateada. — Senti meu pescoço arder.

Quando estava ansioso, meu pescoço ardia e coçava. Era irritante.

— Me diga o motivo que te fez ficar desconfiando. 

Fiquei pensativo. Nem sabia mais o que dizer depois de desconfiar da minha mãe.

— Eu liguei pra ela as duas da manhã depois de um pesadelo e foi um homem que atendeu. Quando perguntei quem era, ele desligou. Então, liguei de novo e minha mãe atendeu normalmente. 

Percebo que fazia muito tempo que não conversava com meu pai. Nós sempre discutíamos por ele não acreditar em mim e querer que eu fosse dentista.

— Acha que pode ter sido meu pai e não reconheci a voz? — Questionei.

— Ligue para seu pai após o treino, garoto. Não fique com essa semente de insegurança. É perigoso e também corre o risco de te distrair. — O treinador aconselhou. 

— Obrigado, treinador. — Agradeci e voltei ao banco de reservas. E ele tinha razão, estava me distraindo em tudo. 

Queimei a mão fazendo panqueca hoje cedo, vesti a calça ao contrário, derrubei café no piso do apartamento e machuquei meu cotovelo quando estava no caminho.

Havia batido a testa na porta do vestiário enquanto corria pro treino e agora, nem estava escutando meus amigos me gritando.

— Logan, droga, vem logo! — Jonathan gritou e sua expressão não estava boa. 

Teria que jogar no time dele. E como eu era o atacante principal, precisava está atento a qualquer chance de pontos. 

Mas naquele treino, o nosso time perdeu e o de Nathan ganhou. 

Tive que aguentar suas provocações até o fim da partida. Apesar dos machucados extras de hoje pela manhã, pensei que ganharia. 

Quando o treinador soou seu apito azul da sorte, eu voei até o vestiário, peguei meu celular e corri pra o banco de reservas.

Manual de como se conquista mais um jogador | Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora