Número 67

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Jonathan tinha me convidado pra sair

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Jonathan tinha me convidado pra sair. Pensei que seria apenas pra conversar, colocar a conversa em dia e beber alguma coisa. Mas não era isso. Eu me enganei completamente.

Olhei em volta daquela hamburgueria, em estilo retrô dos anos 80. Estava vazia. Tinha apenas uma mulher em pé atrás do balcão, sorrindo brilhante pra mim.

Andei até onde ele estava, tentando não surtar ao reconhecer a marca estampada na frente. Era a mesma marca daqueles hambúrgueres que ele havia comprado pra mim na primeira vez que conversamos.

— Oi, John. Quanto tempo. — Falei com ironia. Só tinha se passado dois dias desde o ensaio da valsa.

— Olá, J. — Ele sorriu. Ok, eu confesso, ele estava lindo. Mais do que já era normalmente.

O cabelo preto estava bagunçado, a blusa cinza escura básica e a calça jeans clara. Não conseguia ver, mas com certeza ele usava o tênis All Star brancos de sempre. Era simples, mas gostava daquele estilo dele.

— O lugar tá um pouco vazio né? — Provoquei, olhando em volta e confirmando que não tinha uma única pessoa ali.

— Vai parecer estranho eu falar que reservei tudo pra só pra gente? — Perguntou. Eu sorri, sabendo que não era tão estranho assim.

— É a sua cara fazer isso. — Disse. Peguei o cardápio pra olhar o tipo disponível, mas ele puxou rapidamente. O olhei confusa.

— Jessie, eu tenho algo pra te dizer. Antes de olhar esse cardápio, preciso que me escute. — John começou.

Fui pega de surpresa quando ele se levantou e me olhou. Agora entendi o motivo dele ter reservado a lanchonete só pra gente, pois não gostava de ser o centro das atenções.

— Eu te amo, você sabe disso. Não posso mais ficar longe de você. Somos perfeitos um pra outro, sei o quanto queria um pedido tradicional e ao mesmo tempo diferente, assim como a gente. Por isso te trouxe aqui. — Ele dizia. Eu não estava acreditando.

No nosso primeiro namoro, ele não fez um pedido, mas assumimos isso um pra o outro. Agora, ele tinha ultrapassado seu medo de falar em público e feito algo assim.

— Agora você pode pegar o cardápio. — Jonathan indicou. Com um sorriso no rosto eu peguei o cardápio de novo, notando que não era um, mas sim uma pasta.

Dentro estava escrito: Aceita ser minha namorada? Se aceitar, eu te pago um hambúrguer.

Pisquei algumas vezes, tentando esconder a emoção. Ele tinha dado um jeito de fazer um mundo só nosso. E tinha razão, éramos um casal diferente, jamais deveríamos ter terminado só porque nosso amigos estavam fazendo o mesmo.

— Jessie, que tal ser minha parceira no jogo? — Aquele sorriso de canto, sempre deixando a desejar. Era o que eu mais amava.

— Depende do jogo. Qual o nome? — Me desviei da pergunta, achando fofo ele ficar ansioso.

— A vida do Jonathan e da Jessie em Nova York. — Respondeu orgulhoso. Eu sorri pra ele, gostando daquilo.

— Então, eu aceito. — Confirmei, ficando de pé e colocando os braços em volta do seu pescoço.

John segurou minha cintura, se aproximando pra um beijo. Aquela era a decisão certa, eu tinha certeza. Não sei porque passamos tanto tempo separados apenas inventando problemas que não existiam.

— Agora que tudo está seguindo uma ordem, vamos comer o hambúrguer. — Declarou. Minha barriga roncou antecipadamente.

A garçonete colocou os pratos com hambúrguer na mesa e comemos enquanto conversarmos. Ele conta sobre o jogo que está trabalhando na empresa com os olhos brilhando.

Eu falo de como as coisas estão no hospital, e que quero realmente começar a trabalhar para Ally. Além de ser minha melhor amiga, ela com certeza é muito melhor do que minha atual chefe, que insiste em dizer o quanto eu estou fora de moda.

Ok, me visto como uma adolescente, apesar de ter vinte e seis anos. E qual o problema nisso?

— Logan está flutuando numa nuvem de felicidade. — Comenta pra mim, e eu sei o motivo.

— Allyson está com um sorriso maior que o do It a Coisa. — Digo. Nós dois rimos, sabendo da verdade.

— O plano do Nath nem deu tão errado assim, tudo acabou bem. — Jonathan conta. Tem razão nisso. Foi um ótimo plano e fico feliz que tenha dado certo.

Eu sorrio de novo, sem conseguir me conter. Tenho um namorado. Ele me ama por quem eu sou, mesmo que eu use roupas juvenis e pequenas demais pra mim.

Jonathan nunca criticou isso, nunca falou nada do meu corpo magro demais ou do motivo de eu ter me formado em nutrição e mesmo assim continuar comendo essas porcarias. Ele me aceitou.

O amor deve ser assim, um aceitando o outro. Todo mundo tem sua própria bagunça, suas manias e mesmo assim nos relacionamos. Faz parte da vida.

— O próximo plano é juntar ele com a Savanah. E eu sei uma forma de fazer isso. — Disse a John. Meu namorado me encarou, procurando a resposta.

— Não sei o que é, mas eu topo. — Respondeu-me.

— A Sav contou anteontem no pub que pediu ao Matteo pra fingir ser namorado dela, ele na verdade é um amigo do curso de psicologia. — Continuei. Ele arregalou os olhos.

— Era tudo mentira, então? Uau, eu nem desconfiei.

— De certa forma, ela não está namorando com o Matteo, mas o Nath não sabe disso. E a Savanah não parece se lembrar do que contou, temos algo a nosso favor. — Mordo o lábio, pensando.

— A Morg já deve ter contado ao Nick, a gente pode pedir ajuda deles. Só vai ficar restando Josh e Athena. — Jonathan diz. Concordo com ele.

— Allyson me disse que já está cuidando de tudo. — Dou uma piscada.

Mudamos o assunto, falando e falando sem parar. Entre risadas e beijos, eu entendo que esse tempo separados foi bom pra nós. Focamos nas nossa prioridades e agora estamos focando no relacionamento.

Depois de devorar nossos hambúrgueres, saímos de mãos dadas até meu apartamento. Não pergunto a ele como fez tudo, conheço John a anos e sei que alguém o ajudou nisso.

Mesmo não sendo mais um jogador de lacrosse, ele ainda mantém a forma física. A tatuagem de vídeo game continua bem ali em seu braço, parecendo mais desbotada.

— Senti falta disso. Falta de você. — Ele comenta de repente. Meu coração acelera, me fazendo feliz.

— Eu também senti falta disso. — Pode parecer bobo, mas são palavras sinceras.

Tão cheios de defeitos, ainda mantivemos a mesma sinceridade com o passar do tempo.

Não queria que o encontro acabasse, mas tenho que trabalhar amanhã. Pelo menos tenho um encontro no fim de semana e não vou passar o dia inteiro sentada assistindo.

Estou muito feliz que as coisas tenham dado certo pra nós.

🚖🗽❤️

O que acharam?

Eu estava muito doente quando escrevi esse capítulo, mas agora que estou revisando percebi que até gripada, com sono e tossindo eu consigo escrever.

beijos e abraços

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