Número 65

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Nova York

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Nova York.  10:06

Entrei no meu carro e encostei a cabeça no volante, respirando bem fundo.

Tinha acabado de receber ótimas notícias, ótimas na verdade, mas meu coração ainda continuava triste. E eu sabia o motivo daquilo, entendi a minha aflição. 

Minha prima, que saiu de Carolina pra vim me ver, colocou a mão no meu ombro. Rebecca não era o melhor exemplo de perfeição, e isso me fazia sentir bem. Nós duas erramos muito durante a caminhada, começando pela faculdade e chegando até aqui, nesse carro. 

Ela ainda continuava sendo minha família. E não existe a família perfeita. 

Contei a ela sobre o bebê e fiquei tão aliviada por não ter me julgado ou olhado diferente, não que alguém tenha feito isso, mas era bom saber que eu tinha amigos verdadeiros em quem confiar. Rebecca não foi diferente, quando soube da notícia, veio me ver rapidamente e me acompanhanhou nessa consulta. 

Eu vou ser mãe. Mãe de uma menina. 

Uma menina grande, forte e linda. Que está a três meses e duas semanas dentro da minha barriga. Que me faz acordar de madrugada apertada para ir ao banheiro, vomitar o café da manhã e chorar sem motivo algum as vezes. Amor de mãe é inusitado, pois apesar disso, eu ainda amo minha filha. Mesmo que ela nem tenha nascido e eu nem saiba como ela é de verdade. 

— Ela vai ser linda, Thena. Estou muito feliz que tenha me chamado pra vim acompanhar você. Muito feliz mesmo.  — Becca me diz, alisando minhas costas. Eu suspiro, tentando me recuperar.

— Estou pensando em chamá-la de Ayla. — Declarei de repente. Me encostei no banco, observando sua reação. Ayla era o nome da minha mãe, que mesmo tendo me magoado e me abandonado quando era criança, eu ainda sinto a falta dela assim como toda filha.

Não é uma homenagem, mas sim uma lembrança. Uma lembrança que as coisas podem ser diferentes agora. Eu posso ser presente da vida da minha filha, ela vai ter uma mãe, uma tia e uma tia-avó pra cuidá-la, vai ter minhas amigas, dispostas a me acolher e ajudar em tudo. 

Não estou sozinha, mesmo que me sinta assim.

— Se é isso que você quer, está ótimo. Espero que saiba que vou me esforçar ao máximo pra estar presente e te ajudar, mas confio que suas amigas também farão o mesmo. — Ela falava, me confortando com aquelas doces palavras.

— Elas disseram que só vão me ajudar se eu deixar a Allyson dar salada pra criança comer, a Jessie fazer tranças, a Morgan quer pintar um monte de quadros coloridos e a Savanah vai querer comprar várias jaquetas. Tudo isso pra uma garota que ainda nem nasceu. — Brinco com o assunto, enrolando a ponta do meu cacho.

Eu tenho as melhores amigas do mundo. As mais engraçadas também.

— Está bem aí o motivo de eu não querer passar a noite na sua casa. — Rebecca provocou. Eu dei risada, entendo bem. Podiam ser incríveis, mas era loucas grande parte do tempo.

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