Número 19

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A L L Y S O N   S A N D E R S O N
parte três

As nove horas da noite eu me encontrava gritando no camarote. 

Os Rebeldes do Norte estavam perdendo por grandes pontos de diferença e o outro time era incrivelmente bom, mesmo que Logan investisse ao máximo na defesa.

— Fique calma, docinho. Eles vão conseguir. — Lauren falou, me entregando uma garrafa de água. 

Confesso que era novo ter alguém cuidando de você depois de quase um mês e meio cuidando de tantos jogadores. Lauren era muito fofa.

— Obrigada. Eu vou ao banheiro e volto rápido. — Eu contei, me levantando finalmente da cadeira metálica. 

Minha barriga revirava de nervoso e não conseguia ficar parada num lugar só.

Durante o caminho, eu bebi toda garrafa com água, esbarei em algumas pessoas agitadas e desviei de outras que estava visivelmente bêbadas. 

Quando cheguei ao banheiro, tinha uma fila enorme e fiquei dez minutos me remexendo esperando a minha vez chegar. 

Ao sair do banheiro, escutei um barulho alto estranho, afinal os banheiros ficavam embaixo das arquibancadas.

— Parece que os Rebeldes do Norte perderam um jogador do ataque. — Escutei a conversa de dois caras na entrada do camarote.

— Acho que o nome era Nicholas Louis. Foi bem feio, parece que o pulso quebrou. — O outro respondeu, me deixando angustiada. 

Não fiquei pra ouvir o resto. Corri rumo ao meu lugar e encontrei Lauren em pé, tentando enxergar a distância o círculo que se formou em volta de Nick. 

Sem ela perceber, eu coloquei a garrafa de volta na bolsa e corri pra enfermaria perto dos vestiários, usando o nome do meu pai pra passar.

— Ally? — Alguém me chamou. 

Me virei e encontrei Jonathan caminhando em minha direção.

— O que aconteceu com o Nicholas? Ele está bem? Quebrou mesmo o pulso? — Perguntei agitada. Seguimos para a enfermaria.

— Ele caiu em campo e o jogador rival pisou no pulso dele. Não acho que quebrou, mas com certeza vai ficar fora de vários jogos. — John contou. 

— E onde o deixaram?

— Na terceira porta a direita. — Jonathan informou, indicando o caminho.

— Você precisa voltar antes do intervalo acabar. Não assuste os outros, diga que Nicholas está bem e insista que continuem jogando. — Lhe ordenei.

Jonathan acenou, mas mantinha a expressão preocupada.

— Vá, Jonh. Eu vou tomar conta de tudo. Façam esse pulso torcido valer a pena. — Tive que provocá-lo, para que ficasse tranquilo.

— Valeu, Ally. E vamos ganhar esse jogo, pode deixar.

O jogador intermediário finalmente foi se afastando, voltando pro campo.

Entrei na enfermaria e logo vi Nicholas sentado na maca, com a cabeça encostada na parede atrás de si e com gelo em volta do pulso. 

Fiquei aflita ao notar que estava flexível demais.

— Nick, oi. — Chamei, tocando em seu ombro.

O loiro abriu os olhos e me deu um aceno leve, fechando de novo. Nem queria imaginar a dor que estava sentindo.

Olhei em volta, percebendo que nenhum profissional viria aqui. Tinham lhe deixado sozinho somente com uma bolsa de gelo.

— Escuta, eu não entendo muito de primeiros socorros, mas sei que no seu caso não é apenas gelo que vai resolver. Preciso te levar ao hospital que tem perto do hotel. — Expliquei. Mas eu sabia que Nicholas não ia ceder tão fácil assim.

Manual de como se conquista mais um jogador | Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora