Número 4

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L O G A N   C A M E R O N

— Onde vai passar as férias de inverno? — Aquela era uma pergunta que eu não queria responder tão cedo.

Minha mãe estava falando comigo no telefone. Ela parecia está no seu intervalo, mas o barulho de máquinas de costuras ainda não paravam. 

Lauren Cameron estava sempre trabalhando, mas parava tudo para falar comigo e era isso que fazia dela a melhor mãe do mundo.

— Se está tentando me convencer a ir pra casa, já digo que não vai conseguir. — Respondo rapidamente. Não posso voltar pra aquela cidade.

Ouço ela suspirar frustrada, e não a culpo, as vezes fico chateado de não ter coragem de vê-la nessas curtas férias.

— Seu pai estava pensando em fazer torta de ameixa. Acha que ele vai conseguir? Da última vez, os vizinhos acharam que a casa estava pegando fogo com tanta fumaça. — Lauren não deixa de ri, apesar de sua voz triste.

— Mesmo que conseguisse, eu não ia poder comer. O treinador está controlando nossa alimentação, já que os jogos estão bem perto. Um dos meus colegas de time ficou com infecção alimentar e está internado.

Quando vejo toda essa situação, entendo a preocupação de Sanderson.

— Que terrível! É completamente justo que fique preocupado com o time, perder jogadores é arriscado. Mas quem está cuidando dos meus nenéns? —  Meu Deus! Minha mãe acabou de chamar eu e meus colegas de nenéns.

— A filha dele. O nome dela é Allyson Sanderson e faz curso de Nutrição. Além do pai, a filha também manda na gente agora. — Suspiro angustiado, pois é um completo absurdo.

— E ela é maneira? — Ah não, minha mãe não disse isso. Pelo santo taco de lacrosse, ela acabou de falar maneira?

— Não, não é maneira. Na verdade, Nathan a apelidou demônio, Nick a chama de criatura e ela nos chama de pestes. A garota é a cópia do pai, só que em miniatura. — Acabo dando risada do que digo. 

Allyson é mais alta do que eu pensava, mas comparada a um jogador de lacrosse, ela se torna pequena. O que assusta mesmo é seu olhar afiado.

Aposto que se me ouvisse falando isso, colocaria um resumo de cinquenta linhas sobre os nutrientes da cenoura pra eu fazer.

— Parece que gosta dela. — Lauren provoca. Eu dou a risada mais rude que posso, pois a raiva chega mais perto do que sinto.

— Não quero mais falar dela. Como está seu trabalho? Pelo barulho no fundo, parece que ainda está na loja. — Eu mudo o assunto. 

Não quero gastar meu tempo livre falando da filha tormento do treinador igual a Nathan faz.

— Logan, está ficando tudo tão perfeito! — Há muito tempo, desde que entrei pra Universidade, nunca mais tinha escutado minha mãe falar tão alegre de novo. 

É o seu sonho de realizando, e meu peito de enche de orgulho por ela. 

Ao abrir sua loja de roupas, o sonho de Lauren Cameron se torna realidade. Ficava pensando se o meu acabaria se realizando também.

Quero levar o lacrosse pro resto da minha vida. Meu sonho é entrar pra liga profissional do país. Talvez meus amigos não sigam o mesmo caminho, mas é isso que estou decidido a fazer, quero lutar pelo meu sonho assim igual a ela.

— Fico muito feliz por isso, mãe. Ainda quero uma jaqueta de couro com meu número nas costas. Vai fazer pra mim? — Perguntei a ela. A risada da minha mãe soa no celular e sinto como se estivesse ao meu lado.

Manual de como se conquista mais um jogador | Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora