vou te ensinar tudo que eu sei

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𝐿𝑒𝑜𝑛𝑎𝑟𝑑𝑜.
BR–374, 18:12  – 28°C 🌇

Mais uma vez ficar em casa não tava me fazendo bem. Não que ficar em casa fosse ruim, mas era quando eu ficava sozinho.
Liguei pro Eco, eu precisava produzir, mas não queria fazer isso sozinho em casa, então ele disse que eu poderia ir até a Asfalto Rec, que o Vino estava lá e às vezes acabavámos fazendo alguma coisa juntos.
Estava na BR em direção a Guarulhos, onde se localizava a Asfalto Rec. Era mais ou menos uma hora de carro até lá e pra mim, um bom momento pra pensar em tudo.

Asfalto Rec – Guarulhos, 19:07 – 28° 🌑

Parei atrás do carro do Eco e então segui até a porta de entrada. Estranhamente, estava tudo apagado, mas considerando que o atendimento se encerrava às sete, imaginei que a menina que trabalhava lá era pontual e foi embora exatamente às sete.
Mandei uma mensagem pro Eco avisando que estava ali e ele pediu para que eu desse a volta, que ia abrir a porta dos fundos e assim eu fiz.
Caminhei até lá e assim que me aproximei, a porta foi aberta e a garota saiu ali.

— Oi - Diz simpática.
— E aí.
— Tudo bem?
— Tudo.
— Ah, tá bom - Dá de ombros.

Ela me deu passagem para entrar e assim eu fiz. Não a esperei, segui pro interior da gravadora, mas pude ouvir ela trancar a porta e logo seus passos rápidos se aproximaram de mim. Não precisei olhar pra trás pra saber que ela estava logo atrás de mim, bem perto na real.
Quando cheguei no corredor principal, vi que todas as luzes de gravação estavam apagadas, então dei um passo pro lado e dei espaço para que ela passasse na frente. Ela parou ao meu lado, me olhou e deu um sorriso de canto. Arquei uma sobrancelha e então ela tirou o sorriso do rosto e voltou a andar.
Fui logo atrás, observando a bunda dela extremamente apertada na calça jeans. Não era uma das maiores que eu já tinha visto, mas ainda sim era bonita de ver. Ri mentalmente e logo afastei esses pensamentos.
Ela parou em frente a uma das portas e abriu, então vi Eco e o Vino ali concentrados em algo no computador. Ela entrou e eu fiz o mesmo, então ela fechou a porta.

— E aí, meus manos - Digo.
— Fala cachorro - Yunk diz enquanto fazemos um toque.
— Paizão - Falo com o Eco.
— E aí, moleque - Me olha rapidamente - Tá bem?
— Suave - Sento na cadeira vaga ao lado dele - Que cêis tão fazendo?
— Ajustando uns adlibs - Responde - Aqui, Clarita.
— Ãn?! - Fala logo atrás de mim e eu assusto levemente, não tinha visto ela se aproximar.
— Cê precisa usar o código toda vez que for mudar algo, tá vendo? - Ele fala enquanto ajusta tudo.
— Aham - Responde.
— Quer tentar fazer uma vez? - Olha pra ela.
— E se eu excluir ou fazer alguma cagada? - Pergunta e Eco e o Yunk riem.
— Não se preocupa, esse não é o áudio final - Se levanta da cadeira - Vai, senta aí. Vou te ensinar tudo o que eu sei.

Ele deu passagem e então ela sentou na cadeira dele. Eco se aproximou e abriu uma guia pra ela mexer e assim observamos enquanto ela mexia nos complementos de voz. Ela não era profissional, ele provavelmente estava ensinando por algum motivo específico, mas num geral, não era tão mal assim. Logo que ela mexeu no que quis, soltou o som na caixa do estúdio e nós ouvimos.

— Isso é legal - Fala rindo.
— Não é?! - Eco responde sorrindo - Viu como é fácil? Não precisa ficar com medo.
— Mas acho melhor só pedirem essas coisas quando você estiver aqui - Diz e faz meus amigos rirem.
— Vou lembrar eles disso - Eco responde enquanto ela se levanta - Mas é tranquilo, é muito difícil alguém pedir isso quando eu não tô. Na real, só o Léo que faz isso.
— Eu o que? - Pergunto.
— Pede guia quando eu não tô no estúdio. Deixa minhas secretarias malucas - Fala e todos nós rimos.
— Ué, quando a onda vem eu não desperdiço.
— E tá certo - Fala - Mas cê já viu que não é pra fazer isso quando a Clara estiver sozinha - Fala e rimos mais.
— Tá bom, vou tentar.
— Cê ainda vai precisar de mim, Paulo? - Ela pergunta.
— Não pô, mas fica aí, vamo pedir alguma coisa pra comer já já, só acabar isso aqui.
— Tá bom - Dá de ombros - Vou pegar meu livro lá na frente.
— Vai lá.

Ela caminhou em direção da porta e saiu. Eco voltou ao que estava fazendo e Yunk observava e palpitava no que queria. Comecei a bolar um baseado e não demorou até que a garota voltasse. Olhei de canto de olho quando ela sentou no sofá e abriu o livro. Como ela conseguia ler com a música alta tocando ali foi o que se passou na minha mente por alguns segundos, mas logo voltei o foco pro baseado.

[ ... ]

𝙘𝙤𝙡𝙖𝙥𝙨𝙤 🌪️ • leozin mcOnde histórias criam vida. Descubra agora