𝙘𝙤𝙡𝙖𝙥𝙨𝙤 🌪️ • leozin mc

temos um problema

𝐶𝑙𝑎𝑟𝑎.
Dois dias depois.📆
📍 Asfalto Rec – Guarulhos, 18:55 – 15°C⛈️

— Foram esses - Mostro alguns recibos pro Paulo.
— Beleza então, pode arquivar e tá liberada - Diz.
— Cê vai embora agora?
— Não, o ...

Antes que ele terminasse, a porta da frente é aberta e Leonardo entra rapidamente por causa da chuva. Ele encostou e trancou as travas em seguida o que me fez rir mentalmente por saber que ele se atentava ao horário e sabia que já íamos fechar.

— E aí mano - Fala olhando pro Paulo e em seguida pra mim - E aí Clara.
— Oi - Sorrio.
— Cê só vem quando chove? - Paulo pergunta e nós rimos.
— A chuva me vê saíndo de casa e vem atrás - Fala encostando no balcão - Tá pronto?
— Tá, vamo lá pra você ver se quer mudar alguma coisa.
— Bora.
— Clara, pode desligar tudo aí e ir. Eu tranco lá no fundo quando a gente sair.
— Aham, tá ...
— Não, espera aí - Leonardo fala - Eu não vou demorar aqui, te dou carona.
— Precisa não Léo, ainda dá pra pegar o ônibus.
— Clara, fecha aí e vai lá com a gente - Diz seco.
— Grosso - Digo.
— Clara, Clara - Diz rindo e balançando a cabeça em sinal de negação. Tinha alguma coisa errada.

Paulo riu levemente e então os dois seguiram em direção ao corredor. Me certifiquei de que ele realmente tinha trancado a porta e depois de desligar o computador, peguei minhas coisas e fui em direção ao estúdio em que eles estavam. A porta estava aberta e eles estavam em pé de frente ao computador, o que me confirmou que realmente eles não demorariam.
Leonardo olhou pra trás ao notar minha presença e sorriu, o que me fez estranhar. Ele não tinha o costume de sorrir assim, do nada.
Sentei no sofá e abri o livro que estava lendo. O homem de giz, já que o outro estava com o Leonardo, que aliás, duas noites atrás leu algumas páginas do livro pra mim e parecia estar gostando da história. Nós não tínhamos nos falado mais desde então, mas hoje perguntaria como estava o progresso com o livro.

— Vai conferindo aí - Paulo fala quando o celular dele começa a tocar - Preciso atender.

Observei quando ele atendeu a ligação e caminhou pra fora do estúdio, então deixei o livro junto da minha mochila no sofá e me levantei, indo em direção ao Leonardo.
Parei ao seu lado e mais uma vez ele me olhou rapidamente e sorriu, entoa voltou o foco para o computador.

— Tá tudo bem? - Pergunto.
— Aham - Diz sem me olhar.
— Certeza?
— Tenho - Me olha e arqueia a sobrancelha - Porque?
— Cê tá estranho.
— Tomei um bagulho dahora - Fala rindo e eu ri também.
— Tá explicado então.
— Tá muito na cara? - Ri mais.
— É, mais ou menos.
— Cê tá ...

Ele foi interrompido por um barulho alto e em seguida todas as luzes se apagaram. A energia tinha caído.
Na gravadora, a única coisa que ficava conectada ao gerador, eram os computadores dos estúdios para não perder nenhum tipo de trabalho nesses casos, então não estávamos totalmente no escuro.

— Que inferno! - Paulo grita de algum lugar e nós dois rimos.
— O que cêis tão fazendo?
— Eu pedi pra ele remasterizar um beat que eu comprei na internet - Ele fala - E aí ficou pronto e eu vim ver se tava tudo certo.
— Mas cê queria gravar hoje?
— Queria, mas já te ofereci carona - Fala me fazendo rir.
— Pois é, além do mais, os microfones não vão funcionar, são todos ligados direto na energia - Digo.
— Que bosta, hein? - Senta na cadeira que estava atrás dele.
— Pois é - Encosto na mesa de som.
— E seu pé, como tá?
— De boa - Digo - Já tá dando pra andar normal, mas tem que ser devagar.
— Que bom - Fala.
— E o livro?
— Muito foda - Fala empolgado e eu ri, não era comum vê-lo daquele jeito - Se eu soubesse que era bom assim, tinha lido antes.
— E como você acha que o Drebber morreu?
— Óbvio que foi assassinado, eu acho que foi o ...
— Galerinha - Paulo diz entrando no estúdio - Temos um problema.

[ ... ]