𝐿𝑒𝑜𝑛𝑎𝑟𝑑𝑜.
📍 Asfalto Rec – Guarulhos, 00:47 – 17°C ⛈️Não consegui manter o contato visual com ela, mas a respiração dela, que antes estava descompassada, simplesmente se silenciou.
Sentia o olhar dela sobre mim, mas não olhei de volta e então ela se levantou rapidamente, pegando suas roupas e saiu da sala.
Me levantei e vesti minhas roupas. Saí da sala e passei pelo banheiro, onde pude ouvir o chuveiro ligado e ela parecia estar conversando, talvez sozinha ou no telefone, mas não fiquei pra ouvir.
Entrei no estúdio onde estávamos antes e tentei manter meu foco pra reformular algumas frases das músicas e mudar o que fosse preciso.
Mas não consegui.
Eu sabia que eu o que tinha dito, provavelmente a magoaria, mas era necessário. Eu não ia conseguir retribuir qualquer tipo de sentimento que ela tivesse por mim. Talvez, a forma diferente como eu a tratava, os carinhos e tudo mais fossem o meu jeito de demonstrar que eu talvez pudesse sim gostar dela, mas eu também não queria aquilo. O amor não é real, se você não deixar que ele seja.
Depois de alguns minutos, ela voltou para o estúdio e eu fingi estar prestando atenção na letra na tela do meu celular, então ela se sentou e depois de poucos minutos mexendo no computador, soltou um beat nas caixas de som do estúdio.— Esse é o de troféu, né? - Pergunto.
— Aham - Responde simples e eu me surpreendo. Estava esperando que ela fosse grossa ou algo assim, mas não foi.
— Eu tô achando que tá faltando alguma coisa, mas não sei bem.
— Posso ver? - Me olha e estende a mão.
— Tá, aham - Entrego o celular pra ela.Ela leu atentamente e eu a observei em silêncio. Ali, olhando pra ela, eu entendi que tinha feito o certo. Eu realmente não queria, nunca, vê-la chorar. Ainda mais por minha causa. Mas o que isso significava?
Afastei os pensamentos quando a vi digitar algo. Pensei em questionar, eu não gostava que ninguém fizesse nada nas minhas músicas, principalmente sem falar comigo antes, mas, não sei porque, não tive coragem de dizer não pra ela.— Nessa parte aqui - Arrasta a cadeira pra perto da minha e me mostra o celular - Eu vou diminuir em trinta o beat principal e deixar só a parte grave, você vai cantar sem dobra, mas vou fazer uma sobreposição na sua voz, talvez um reverb - Me olha - O que cê acha?
— Acho que pode funcionar - Digo vendo as anotações que ela tinha feito - Cê acha que eu acrescento mais uma frase no refrão?
— Tava pensando nisso.
— E porque cê não falou?
— Porque a letra é sua, você faz o que acha melhor. Tô aqui só pra produzir - Diz e eu senti um leve incômodo. Era assim que ela se sentia quando eu dava uma resposta ruim?
— Ãn .. Eu ... É tá bom - Digo sem jeito - Tava pensando em algo do tipo “Vou te enriquecer, que grife você vai querer?” O que você acha.
— É ... boa - Afasta a cadeira de volta pra frente do computador.
— Só boa? Só boa não serve.
— Então pensa - Diz calmamente. Ela ia me matar com sutileza.
— Você tem alguma sugestão?Ela me olhou um tanto quanto surpresa, já que sabia que eu não gostava que interferiram diretamente na letra da música, já que era algo pessoal meu. Na real, eu nem sei porque perguntei, mas sabia também que ela tinha idéias boas e talvez pudesse me ajudar, apesar de tudo.
— Ãn ... - Pensa - Cê quer seguir nessa linha de terminações com e?
— Como assim?
— Cê percebeu que no refrão e na primeira parte cê usou só terminações de frase com e e er?
— Agora que cê falou, sim - Digo rindo e ela ri levemente - Não tinha me tocado que foi tudo assim, caralho, legal, né?
— Então - Ignora meu comentário - Ao invés de mais uma frase curta, acrescenta mais uma combinação. Talvez três ou quatro frases, que terminem com esse e ou er, mas que façam sentindo uma a outra.
— Tá, deixa eu pensar.
— Eu ... Não, deixa.
— Pode falar.
— Não, não era nada.
— Era sim, fala - A encaro.
— Eu gostei do que você disse, de enriquecer e tal, talvez se você acrescentasse algo entre essas duas frases, traria mais sentido. Algo como escolher, por causa disso que você perguntou da griffe.
— Faz sentido - Digo pensando - Solta o beat na parte do refrão, por favor.Ela se voltou para o computador novamente e enquanto o beat não chegava no ponto que eu queria, analisei o começo do refrão e pensei em algo que fizesse sentido com o que ela disse.
— Olha o que eu trouxe pro'cê: te trouxe um AP que vale um apê. Atrás do milhão fazendo valer. Falaram que não, mandei se fuder. Bate cabeça não vale correr. Ei mamacita, vou te enriquecer. Prada ou Louis você pode escolher. Qual griffe cê quer que eu ponho em você? - Canto conforme o beat e então ela para - E aí?
— Ficou prefeito Léo, era isso que faltava - Diz animada e eu sorri, então ela desvia o olhar.
— Acho que a gente faz uma boa dupla.Digo sorrindo mas não recebo nenhuma resposta e mais uma vez sinto um incômodo. Eu sabia que tinha feito merda, mas era pro bem dela. Porque ela não via assim?
[ ... ]
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𝙘𝙤𝙡𝙖𝙥𝙨𝙤 🌪️ • leozin mc
FanfictionO que me mata é o cotidiano. Eu só queria algumas exceções. 𝐋𝐄𝐎𝐙𝐈𝐍 𝐌𝐂 𝐱 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝐎𝐂 copyright © putslets, 2021 plot & cover by: @putslets 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐝: fev 26, 2021 || 12:06am. 𝐟𝐢𝐧𝐢𝐬𝐡𝐞𝐝: nov 10, 2021. ˡᵒⁿᵍ ᵗᵉʳᵐ