só um amigo

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𝐶𝑙𝑎𝑟𝑎.
📍 Em casa – Osasco, 06:00 – 16°C ⛅

Acordei extremamente cansada no dia seguinte. Leonardo e eu ficamos até muito tarde no telefone. Mesmo eu precisando dormir, queria continuar ouvindo ele ler e só depois de muita insistência da parte dele, desligamos para que eu pudesse descansar.
Isso estava me confundindo. Uma hora ele era grosso e dizia que não queria nada comigo, na outra ele lia pra mim e se preocupava. Eu queria um meio termo, será que era possível?
Afastei esses pensamentos enquanto seguia pro banho e, depois de alguns minutos já estava pronta, então segui pra cozinha.

— Bom dia família - Digo - Já acordaram?
— Resolvemos aproveitar o dia - Minha mãe fala beijando minha testa - Vamos dar uma volta, comprar umas coisinhas.
— Queria, viu? - Digo rindo.
— Seu chefe disse que você poderia ficar em casa enquanto seu pé não melhorasse - Meu pai fala.
— Mas já tá melhor - Digo - Só tô usando a bota por recomendação do médico, mas já tô até andando normal.
— Inclusive chegou onze horas ontem, né? - Meu pai diz e minha mãe e eu rimos.
— Eu te disse que não tinha um horário exato pra chegar - Digo - Além do mais, eu vim com um amigo, melhor que vir de ônibus, né?
— Muito mais seguro - Minha mãe fala.
— E que amigo é esse? - Ele pergunta.
— Um amigo pai.
— E não tem nome?
— Leonardo - Digo simples.
— Tem uma foto dele aí pra ver? - Pergunta e eu ri alto - É sério, Clara, deixa eu ver.

Peguei meu celular e fui em busca do Instagram do Léo, já que eu sabia que no whatsapp a foto de perfil era um cachorro. Ao abrir o perfil, comecei a rir de nervoso, pois as três fotos que tinham, eram dele bolando um beck, ele fumando e ele soltando a fumaça. Ótima maneira de organizar um feed.
Rapidamente abri as marcações e então escolhi uma foto que um fã clube dele tinha postado, então mostrei pra eles.
Minha mãe olhou e então passou o celular pro meu pai, que observava a foto atentamente e até zoom no rosto do Leonardo deu.

— É - Me devolve o celular.
— Só isso? Um "É"? - Pergunto e minha mãe ri.
— Ué, é.
— Não, eu quero saber o que você acha.
Porque? Você disse que é só um amigo - Rebate - Quer me contar alguma coisa, Clara Maria de Alcântara e Silva?
— Eu mesma não - Digo e minha mãe ri mais - Acho que vou até deixar pra tomar café no caminho, meu tempo aqui expirou - Me levanto - Vejo vocês mais tarde.
— Tenta não chegar tarde, a gente quer sair pra jantar com você hoje - Ela pede.
— Pode deixar - Sorrio - Amo vocês.
— Te amo - Meu pai fala.
— Te amo - Ela diz em seguida.

Peguei minha mochila e então desci até o térreo e logo estava no ponto de ônibus, que não demorou a passar.

📍 Asfalto Rec – Guarulhos, 16:44 – 27°C ☀️

— Clarita? - Paulo me chama saíndo do corredor.
— Oi - Fecho o livro e olho pra ele.
— Se quiser ir agora, pode ir - Se aproxima.
— Valeu Paulinho - Rimos - É só hoje, eu prometo.
— Não pô, tá de boa. Seus pais tão aí e além do mais era pra você tá em casa pra descansar, né?
— Mas eu já tô bem.
— Mesmo assim - Encosta no balcão - Cê já sabe se vai com a minha irmã e os amigos de vocês pro Guarujá?
— Vou não.
— Então será que eu posso abusar da sua boa vontade? - Pergunta receoso e eu ri.
— Do que você precisa?
— Lembra que o Léo veio aqui uns dias atrás e eu falei com ele que se você não fosse pro Guarujá ia te pedir pra ajudar ele?
— Aham - Me ajeito na cadeira.
— Ele quer ficar aqui de amanhã pra depois, pra tentar produzir mais umas quatro músicas, pra soltar uma mixtape, junto com aquela que vocês fizeram.
— Sério? - Sorrio.
— Aham, só que eu não posso vir, já tinha combinado de ir pro Rio produzir com um mano de lá - Explica - Mas o Léo é um dos nossos melhores clientes, cê sabe. Eu perguntei se teria problema de você ajudar ele e ele disse que não.
Então você quer que eu venha no sábado pra produzir com ele?
Exatamente.
— E vocês são loucos de confiar uma mixtape de cinco músicas na minha mão? - Pergunto e ele ri alto.
— Lógico que confio e ele que é o artista e confia também, por isso tô te pedindo. Se não der, tudo bem, eu vejo outra coisa, mas ...
— Eu venho.
— Vem mesmo?
— Uhum, que horas?
— Provavelmente a noite, mas ele deve te dar carona - Rimos - Vou te passar o número dele e vocês combinam.

Apenas concordei. Não ia falar que já tinha o número dele e que nós nos falavámos, era melhor evitar isso por agora.
Fingi anotar o número do Léo e depois que ele me passou algumas orientações, eu arrumei minhas coisas e fui embora, pois tinha pedido pra sair mais cedo pra poder jantar com os meus pais.

[ ... ]


𝙘𝙤𝙡𝙖𝙥𝙨𝙤 🌪️ • leozin mcOnde histórias criam vida. Descubra agora