Acordei com meu celular tocando. Olhei no visor e vi que era o Eco. Pensei em recusar a chamada e falar com ele depois, mas pensei que talvez Clara e eu tivéssemos feito alguma merda e ele estava ligando pra falar sobre.
— Fala mano - Atendo. — Tava dormindo? — Uhum - Ri - Cheguei em casa meio dia e pouco. — E tava onde? — Na Asfalto, ué - Ri - Depois deixei a Clara em casa e vim embora. — Cêis ficaram lá a madrugada toda? — E a manhã também. — Mas deu certo? Saiu alguma coisa? — Uma faixa completa, inclusive mix e master. — Mentira cuzão. — Te juro - Sento na cama - Amanhã cê pede pra Clara te mostrar, ficou foda. — Vou querer ver essa mesmo - Ri - Mas e aí, bora pra cachu? — Sérião? Mó preguiça. — Vamo pô, um dia de folga, bora lá. — Quem que vai? — Até agora eu e a minha irmã - Diz e nós rimos - Mas ela tá falando com a Clara e eu tô te ligando e vou chamar os outros caras também. — Pode crer, que horas? — Sei lá, come alguma coisa aí e desce, nóis já tá pra ir. — Pode crer, nóis se tromba lá então. Valeu Eco. — Falou irmãozinho.
Me levantei e fui tomar banho. Quando saí, arrumei uma mochila com algumas paradas e então desci. Não tinha ninguém em casa, então almocei sozinho e quando estava saindo, Eco me mandou uma mensagem avisando que eles também estavam chegando na cachoeira. A cachoeira onde íamos ficava na saída da cidade, cerca de dez quilômetros da minha casa, mas por conta do trânsito sempre presente, demorava cerca de trinta minutos até que eu chegasse lá.
📍 Cachoeira da Graça – Cotia, 15:09 – 29°C ☀️
Estacionei o carro ao lado do carro do Eco. Vi que o carro do Krawk também estava ali, então obviamente teriam mais pessoas do que só Eco, Aylla e a Clara ali. Caminhei pela trila na direção da cachoeira e depois de alguns minutos pude ouvir as vozes e risadas dos meus amigos. Assim que consegui vê-los, notei que todos olhavam pra cima da pedra alta e lá estava a Clara, ela estava subindo, provavelmente ia pular. Deixei minha mochila perto das coisas deles e fiquei ali parado, esperando até que ela pulasse. Assim que ela se posicionou no topo, encarou tudo ao redor, como se estivesse contemplando a natureza ou algo assim e eu ri levemente. O olhar dela finalmente se encontrou com o meu e ela deu um sorriso tímido, então assenti com a cabeça e ela se aproximou da beirada, pulando em seguida. Lá estavam Krawk, Eco, Thiago, Kweller, Vino, Aylla e obviamente a Clara. Thiago foi o primeiro a me ver e assim que falou com os outros, todos eles saíram da água e vieram até mim.
— E aí seus puto - Falo. — Achei que tinha se perdido - Krawk fala e nós rimos. — Mano, tava com tanto sono que quase não venho - Digo sentando no chão pra começar a bolar um baseado. — Mas também, virou a madrugada na Asfalto - Eco diz. — Cêis ficaram lá a madrugada toda? - Vino pergunta olhando pra Clara. — Uhum - Fala - Mas ficou muito bom. — Ficou mesmo - Sorrio pra ela e ela retribuí. — Então - Kweller fala - Bora voltar pra água. — Bora - Eco fala.
A maioria deles voltou, exceto pelo Thiago, Clara e a Aylla que sentaram perto de mim e começaram a conversar um assunto aleatório.
— E aí mano, o que cê me conta? - Thiago pergunta. — Nada irmão - Ri - Tudo na mesma de sempre. — Fez uma faixa sobre o que? — Mano, na real foi bem aleatória - Digo - Lembra aquela bag que a Clara tava ontem? — Uhum. — Então - Dou risada - Achei ela chave demais, né?! Daí fiquei com isso na mente o rolê inteiro e me veio uma frase do nada, saca? - Ele faz que sim - Aí depois escolhemo um beat lá e rolou. — Então cê fez uma música sobre a Clara? - Pergunta rindo. — Sobre ela não, sobre a bag dela - Dou de ombros - Clara? — Oi? - Me olha. — Cê consegue abrir a música aí no seu celular? — Acho que sim, peraí.
Ela se levantou e caminhou poucos passos até onde as mochilas estavam. Vi quando ela de abaixou e mantive o olhar na bunda dela. Era realmente linda. Não demorou até que ela levantasse e então de aproximou com o celular na mão. Ela se apoiou no meu ombro pra se abaixar e então sentou bem perto de mim.
— Aqui - Me entrega o celular.
Soltei a música e então Thiago e Aylla se sentaram ainda mais perto de nós pra ouvir. Tinha ficado mesmo foda. Na minha mente, era só mais uma música que talvez eu soltasse ou não, mas ouvindo ali de novo, eu tinha certeza de que precisava liberar. Quando a música acabou, senti o olhar dela sobre mim e a olhei de volta e sorri. Ela ficou vermelha e então encarou os próprios pés.
— Tá tudo bem? - Pergunto. — Uhum - Responde simples e olha pro Thiago - E aí? — Ficou muito foda - Fala - Na moral mesmo, muito boa mano. — Ficou mesmo - Aylla diz - Cêis remasterizaram o beat, né? — Uhum - Ela responde. — Deu pra perceber - Ri - Ficou incrível. — E esse flow que cê usou pra quebrar e voltou na mesma wave mano, porra! - Thiago diz. — Foi idéia da Clara - Digo. — Na moral Clara, bora produzir um som junto, cê é muito boa mesmo - Diz e ela sorri largamente. — Arrisco dizer que tá ficando tão boa quanto meu irmão - Aylla fala. — Que o Paulo não te ouça - Fala e nós rimos - Mas eu só fiz o que ele me ensinou. — E deu certo - Thiago diz - Muito bom, vê se não desperdiça essa, mano. — Vou desperdiçar não, relaxa.
Olhei mais uma vez pra Clara por sentir o olhar dela em mim, mas mais uma vez ela desviou o foco. Quando pensei em perguntar o que estava acontecendo, ela se levantou e passou a mão levemente na bunda, na intenção de tirar um pouco de areia e eu observei em silêncio.
— Vou lá pular de novo - Fala. — Cê tá doida - Aylla diz rindo e se levanta também - É muito alto. — Nem é - Dá de ombros - Cêis vão ficar aí? — Vamo só fumar esse e já vamo lá - Digo. — Tá bom, te espero lá - Sorri e eu faço o mesmo.
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@leozin adicionou um novo story.
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