cê tira meu foco

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𝐶𝑙𝑎𝑟𝑎.
Dois dias depois.📆
📍 Em casa – Osasco, 21:03 – 22°C 🌩️

Já tinha tomado banho e jantado, estava pronta pra deitar e ler mais alguns capítulos do meu livro quando meu telefone começa a tocar. Olhei no visor e vi que era o Léo, o que me surpreendeu já que nós ainda estávamos daquele mesmo jeito, nem lá, nem cá. Pra ele me ligar, deveria ser algo importante.

— Oi Léo.
— Oi baby - Diz tranquilo e eu me surpreendi - Tá deitada?
— Tava indo deitar agora.
— Vem aqui embaixo.
— Cê tá aqui? - Foi inevitável não sorrir.
— Uhum, vem cá.
— Cê não quer subir? - Pergunto enquanto me levanto
— Vem cá, pra gente conversar.
— Conversar? - Saio do quarto - Agora eu tô preocupada.
— Fica não, vem logo baby girl.
— Tô descendo - Sorrio.

Desliguei a ligação e segui pra fora do meu apartamento. Eu estava apreensiva pela parte da conversa, mas estava extremamente feliz por ele estar ali, já que faziam dias que a gente não se via.
Desci de elevador e logo caminhei pra fora do prédio. Atravessei a rua rapidamente, estava bem fresco e pelo tom avermelhado do céu, logo ia cair uma chuva muito forte. Entrei no carro e fechei a porta, então olhei pra ele e sorri.

— Oi meu neném - Digo segurando no rosto dele e dou um selinho.
— Cê tá bem? - Passa a mão levemente no meu rosto.
— Agora eu tô, né?
— Ó, segura balão - Fala e nós rimos, então me puxa pra perto e coloca o rosto na curva do meu pescoço - Que saudade de você, do seu cheirinho, puta que pariu.
— Nem me fale - Faço ele afastar o rosto e dou um selinho longo - Você tá bem?
— Uhum.
— Vamo subir.
— Então ...
— Lá vem - Suspiro.
— Eu tô indo - Aponta pro banco de trás e eu vejo duas mochilas ali - Pra São Paulo.
— E precisa de mochila? São só duas horas até lá.
— Vou ficar essa semana lá, com o Nagalli.
— Porque? Achei que o Paulo que ia fazer o que faltava.
— Eu decidi trocar uns dois beats e o Nagalli tem o que eu quero - Explica - E se pá, ainda vou fazer mais uma música. Ele falou de um mano que eu não conhecia, curti muito e acho que pode dar certo.
— E cê vai ficar a semana toda lá pra isso?
— Vou, pra finalizar de vez por lá.
— E aí acabou?
— Acabou - Faz carinho no meu rosto - Não fica chateada, é meu trabalho.
— Não tô chateada, eu sei que é seu trabalho. É só que eu tô com saudade.
— Eu sei, depois que isso tudo acabar as coisas vão voltar a ser como antes.
— Só espero que não demore muito - Suspiro.
— Não vai demorar - Sorri.

Ele segura meu rosto e devagar me puxa pra um beijo. Tinha muito mais vontade nesse beijo, provavelmente pelo tempo que não nos víamos.
Não demorou muito e eu já estava no colo dele com as mãos dele deslizando pelo meu corpo levando até a minha bunda e apertou firme.
Comecei a rebolar no colo dele e já sentia seu pau endurecendo embaixo de mim, o que foi só me deixando ainda mais excitada.
Parei o beijo por falta de ar e ele levou a mão até o meu cabelo e puxou firme, me fazendo erguer a cabeça e então ele começou a beijar sutilmente e então deu uma leve lambida, seguida de uma mordida e eu me arrepiei inteira.

— Vamo subir - Curvo o pescoço e digo no ouvido dele.
— Não dá, ainda tenho mais uma hora até chegar lá, Nagalli tá me esperando.
— Por favor - Rebolo lentamente no colo dele - Vai ser rápido.
— Nunca é rápido - Ri levemente - Porra, não faz isso.
— Vai amor, hum? - Mordo a ponta da orelha dele e sinto sua mão apertar ainda mais firme a minha bunda.
— Não posso baby, eu queria muito, mas não dá. Se não eu chego muito tarde lá e vai chover.
— Sério que não dá? Meia horinha? - Me afasto pra olhar pra ele e ele nega com a cabeça meio receoso.
— Tudo bem - Saio de cima dele totalmente frustada e ouço ele suspirar.
— Não fica assim mano, cê precisa entender que ...
— Eu entendi, Leonardo. Não precisa repetir - Digo um pouco grossa e no mesmo instante me arrependo - Desculpa.
— Tudo bem - Suspira - Eu preciso mesmo ir agora.
— Tá bem - Coloco a mão na maçaneta - Vai com cuidado.
— Pode deixar - Se estica e puxa minha mão a tirando da porta - Prometo que vai acabar logo.
— Uhum - Digo com a voz falha.
— Se eu pudesse, levava você comigo, mas ...
— Então me leva - Digo num impulso e ele me olha confuso - É, deixa eu ir com você.
— Tá doida? - Ri.
— É, ué. Essa semana eu só tenho beat pra fazer. Isso eu faço pelo meu notebook, posso fazer em qualquer lugar.
— Ah baby, é que ... Não sei. Não é melhor você fazer lá na Asfalto com o Eco perto?
— Ele não vai se incomodar, porque vou estar fazendo meu trabalho de todo jeito. Por favor, em dez minutos eu arrumo minhas coisas.
— É que ... Não dá.
— Mas cê acabou de dizer que se pudesse, me levava.
— Foi modo de falar, não tem como.
— Porque?
— É que ... Ah véi ... É ...
— Leonardo?!
— Cê tira muito meu foco - Fala rapidamente.
— Eu tiro seu foco? - Pergunto confusa.
— Tira. Fica sempre me pedindo pra dar uma pausa, pra ir com calma e sei lá, me desconcentra.
— Eu só ... Eu nunca quis isso.
— Eu sei que não, mas acontece. É minha culpa também, eu deixo você tirar meu foco, mas isso não pode acontecer agora.
— Entendi, tudo bem então.
— Não fica mal comigo, mas é que nada pode me atrapalhar agora.
— Eu não queria te atrapalhar, nunca quis. Achei que a gente trabalhasse bem quando tava junto.
— Quando só envolve nós dois, sim. Mas agora cê não pode fazer mais nada e o Nagalli tá no mesmo ritmo que eu, vamo ficar a semana toda diretão e eu sei que cê ia ficar me enchendo o saco pra ... parar - Diz e se repreende no fim - Porra, não foi isso que eu quis dizer.
— Te bem, eu entendi - Sinto um leve aperto no coração - Vou deixar você ir então.
— Baby, desculpa, eu ...
— Eu disse que entendi - Solto minha mão dá dele - Se não for incomodar, me avisa quando chegar lá.
— Eu aviso - Suspira - Te amo, tá?
— Também te amo - Forço um sorriso - Tchau.
— Tchau.

Desci rapidamente do carro e assim que fechei a porta, senti uma lágrima escorrer no meu rosto. Passei a mão rapidamente pra secar e dei a volta pra atravessar a rua. Pude ouvir o barulho do vidro descer, mas não olhei em momento nenhum pra ele.
Atravessei a rua rapidamente e quando fechei o portão, ele ligou o carro e saiu. Segui até o elevador e quando as portas se fecharam, eu suspirei fundo.
Eu entendia o lado dele, sabia que nada podia tirar o foco dele, era algo extremamente importante, mas não podia ignorar os meus sentimentos. Ele sempre disse que eu era carente e realmente eu era. Eu queria atenção dele, mas já sabia que não podia competir com o trabalho dele.
O que me chateou, foi ele falar que eu enchia o saco, mesmo que tenha saindo sem querer, era o que ele sentia. Eu nunca quis isso, todas as vezes em que eu pedia pra ele parar, é porque sabia que tava fazendo mal pra ele. Eram vezes em que o trabalho não tava fluindo porque ele tava cansado e ele não se dava conta disso, mas nunca foi minha atenção atrapalhar ele.
Agora não tinha o que fazer, se não esperar isso tudo acabar pras coisas voltarem ao normal. E eu que engolisse o choro.

[ ... ]

𝙘𝙤𝙡𝙖𝙥𝙨𝙤 🌪️ • leozin mcOnde histórias criam vida. Descubra agora