𝙘𝙤𝙡𝙖𝙥𝙨𝙤 🌪️ • leozin mc

quem se odeia muito, se ama

𝐶𝑙𝑎𝑟𝑎.
📍 Em casa – Osasco, 09:26 – 18°C 🌥️

Acordei na manhã seguinte e saí da cama com cuidado, já que tanto o Léo quanto o Little Joe estavam dormindo. Era a coisa mais fofa de se ver.
Tomei banho, me arrumei e então saí do quarto em silêncio. Peguei minha bolsa e então segui até uma padaria que ficava próxima a minha casa. Comprei várias coisas pra preparar um café da manhã bem legal pra gente e então voltei.
Preparei tudo, montei a mesa o mais bonitinha possível e quando já estava acabando, ouvi o som das patinhas do Little Joe se aproximando.

— Oi meu amor - Sorrio ao ver ele - Cadê o Léo? Não acordou ainda? - Faço carinho nele com o pé enquanto termino de arrumar as coisas - Ele é um preguiçoso mesmo, né? Mas tadinho, ele tava muito cansado. Só que eu tô com fome. Como ou não como sem ele? - Olho pro meu cachorro - Melhor esperar, né?
— Esperar o que? - Ouço a voz do Léo e me assusto.
— Idiota - Coloco a mão no coração - Avisa antes.
— Minha mãe me ensinou que é feio interromper a conversa dos outros - Se aproxima.
— Como se você fosse muito educado - Digo e nós rimos - Achei que cê ia dormir mais.
— Eu ia, mas fui te abraçar e cê não tava lá, daí perdi o sono - Me abraça por trás.
— Fui comprar coisas deliciosas pra gente comer - Falo terminando de cortar as frutas - Vamo comer que eu tô morrendo de fome.
— E o que você pensa em fazer hoje o dia todo? - Pergunta se afastando.
— Não sei, o que você quer fazer?
— Eu? Sei lá, ué. Cê que me chamou pra ficar aqui com você.
— Sim, mas eu não pensei nisso - Rimos - Vamo fazer assim, a gente fica de bobeira até depois do almoço e aí vê o que faz, pode ser?
— Pode - Pega um pão - Mano, faz uma cota que eu não tomo café da manhã.
— É porque geralmente é a hora que cê vai dormir, né? - Rimos - Eu ...

Fui interrompida pelo interfone que tocou. Levantei rapidamente pra atender e depois de falar com o porteiro, autorizei a subida.

— Cê nem sabe - Digo enquanto caminho até a porta.
— O que? - Morde o pão.
— O Paulo tá aqui.
— O Eco? - Me olha.
— Uhum. Com a Aylla.
— Eu sabia que devia ter ficado dormindo - Diz e eu ri alto.

Abri a porta e após alguns minutos o elevador parou no meu andar e os dois desceram. Não era algo de outro mundo eles estarem ali, há um tempo atrás isso acontecia com frequência, ainda mais porque os avós deles moravam na esquina de baixo, mas já fazia um tempo que não rolava e por isso eu estava surpresa.

— Oi chefinho - Digo abraçando o Paulo.
— Cê tá bem?
— Tô e você?
— Também. A gente veio pra almoçar na vó e ... É nada - Fala rindo olhando pra dentro do apartamento.

Aylla e eu não estávamos muito bem. No dia anterior ela tinha ido até a gravadora pra conversarmos sobre a mensagem que ela tinha me mandado, mas quando eu abri a real e disse que estava mesmo com o Léo e que nada do que ela dissesse ia fazer eu mudar de idéia, ela se irritou e foi embora.
Nós éramos amigos desde a infância, tanto que quando meus pais se mudaram pro interior, ainda faltava um ano até eu completar dezoito e eu fiquei com a Aylla e a família dela pra não ter que mudar de cidade e nem de escola.
Eu realmente gostava muito dela, mas não podia negar que o que ela tinha me dito tinha magoado. Mas apesar de tudo, eu queria que as coisas se resolvessem. Mesmo com o Leonardo falando que ela fazia minha cabeça, eu não achava que era isso. Pra mim, era mais um cuidado de amiga, do que manipulação.

— Oi - Digo calma.
— Oi - Força um sorriso - A gente pode conversar rapidinho?
— Tá, pode ser.

Ela se aproximou da porta na intenção de fechar para que a gente ficasse no corredor, mas eu vi quando o olhar dela encontrou o do Leonardo e tanto ele quanto ela ficaram mais sérios.
Eu tentava não pensar nisso, eu queria acreditar que ele realmente não sentia nada por ela. Mas eu me sentia tão inferior a ela que era impossível não pensar nisso.

𝐿𝑒𝑜𝑛𝑎𝑟𝑑𝑜.

Aylla fechou a porta e eu pensei em ir até lá e trazer a Clara pra dentro, não queria que as duas ficassem sozinhas pra Aylla encher a cabeça dela de merda sobre mim. Eu não era do jeito que ela me via, não mais.

— Calma - Eco diz sentando de frente pra mim - Sua veia do pescoço vai explodir.
— Foi mal mano, mas sua irmã é muito pau no cú.
— Eu já disse que não me meto nesse negócio de vocês dois.
— Que negócio de nós dois mano, tá louco?
— Como eu te disse, eu não me meto - Pega um pão e começa e montar um sanduíche - Mas eu acho que tem um sentimento dentro de vocês e por isso não entendi o porquê de você estar com a Clara.
— Mano, eu não sinto nada pela Aylla. Ou melhor, ultimamente tô sentindo sim. Raiva.
— É complicado - Ri - Mas no fundo quem se odeia muito, se ama.
— Não fala isso.
— Então cê tá apaixonado pela Clara?
— Eu ... Não sei.
— Não sabe? Tá tomando café da manhã na casa dela, cêis tão passando mó tempo junto e cê não sabe?
— Não mano, não sei.
— E ela?
— O que tem?
— Ela gosta de você? - Me encara e eu faço que sim - Puta que pariu, eu falei pra você tomar cuidado.
— Mano, quando eu vi, já tava rolando. Eu gosto de ficar com ela.
— Você gosta de ficar com ela, ela gosta de você. São pesos totalmente diferentes.
— Talvez eu goste, eu acho que gosto. Mas não quero falar sem ter certeza absoluta, entende?
— Só toma cuidado pra não esperar demais e ter essa certeza quando ela tiver com outro - Morde o pão - Aí já era.

[ ... ]

Só quero falar pra vcs que se a fic bater 10K de views antes do último dia desse mês, eu vou fazer maratona de 10 capítulosss.