P.O.V PEDRO
Saio do elevador jogando as chaves para o alto enquanto assobio, faz tempo que não me sinto assim com tão bom humor, mas paro assim que vejo a cara de preocupado dos meus pais parados na porta do meu apartamento.
— Oh, Pedro. - Minha mãe arqueja e vem até mim.
Ela tateia meu corpo como se estivesse me revistando e então me abraça apertado, retribuo o gesto meio perdido.
— O que aconteceu? - Pergunto quando ela se afasta.
— Sua mãe ficou preocupada depois que você atendeu a ligação falando em sueco, ela achou que algo poderia estar acontecendo. - Meu pai respondeu, parecendo aliviado também. — Você sabe como ela é, quis vir para cá correndo. - Ele balançou a cabeça desaprovando a atitude dela.
— Ele me segurou dizendo que você estava de rolo com mulher. - Ela estreitou os olhos para mim e passou o polegar pela minha boca. — Pelo visto não estava enganado. - Me mostrou o dedo sujo de batom vermelho.
Droga, Katy!
— Só conversei em sueco porque não queria expor assunto de família na frente dos outros. Vem, vamos entrar. - Digo já sabendo que aquela conversa iria render, e não podíamos ficar ali parados no corredor do andar.
Passo por eles e destranco a porta, meus pais entram e minha mãe finge ter ânsia de vomito ao ver a bagunça de caixas de mudança misturadas à embalagens de fast-food.
— Mas que chiqueiro é esse? - Ela pergunta chutando algumas coisas para abrir o caminho.
Rolo os olhos para o seu exagero.
— Já estou dando um jeito nisso, contratei uma decoradora para mudar algumas coisas.
— Isso é bom, vai precisar agora que está conhecendo uma nova mulher.
— Deixa o garoto em paz, Alexia. - Meu pai a repreende, abençoado seja este homem.
— Perdão por me preocupar com nosso filho. - Ela coloca a mão sobre o peito parecendo ultrajada. — Só não quero que ele acabe casado com uma Jesy 2.0.
— Vamos esquecer minha vida amorosa por um segundo e focar nas drogas no quarto do Diego. - Digo tirando a atenção de mim.
De certa forma é bom saber que o ''santo Diego'', que nunca fazia nada de errado e era o filho exemplar, tem algo sujo na ficha, me sinto um pouco menos o filho problema.
Ela abre a bolsa e tira um pacote, pego e dou uma breve olhada, é maconha, uma quantidade que não é nem considerada tráfico. Mesmo sendo 2013, à uns passos da legalização, para minha mãe isso ainda é comparável a um caminhão lotado de cocaína.
— Pode não ser dele, você sabe como o Diego era bonzinho. Podia muito bem estar guardando para um amigo. - Ela tenta justificar.
É, o amigo papel de seda.
— Claro, mãe. - Finjo concordar sabendo que não cabe a minha manchar a memória dele perante ela.
— Você acha que pode ter sido um traficante? - Meu pai pergunta sem mencionar o crime, acho que é pesado demais para eles falar que meu irmão foi assassinado.
— Duvido muito, pai. O Diego tinha dinheiro para pagar uma quantidade bem maior, não ia ser morto por causa de uma mixaria dessas. De qualquer forma vou ficar atento para ver se descubro alguma ligação dele com um traficante.
— Pode ter sido aquele namorado da Sol, já vi ele conversando com seu irmão algumas vezes. - Minha mãe diz balançando a cabeça.
Não levarei essa acusação a fundo, claro que o Zayn é estranho, mas minha mãe arruma motivo aonde não tem para implicar com o garoto.
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Anjo Negro [CONCLUÍDO]
RomanceEm um quarto de motel barato, sobre um corpo nu, Katy empunhou a arma, registrando em sua mente a expressão de medo nos olhos da vítima. Enquanto o clímax se espalhava pelo seu corpo, ela disparou, tirando a vida de mais um que segundo o seu julgame...