Pimentinha

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P.O.V KATY

Chego em casa rindo da minha pequena travessura, imagino a cara que aquele imbecil fez ao ler meu recadinho no cheque. Ele mereceu, a onde já se viu estacionar um carro na esquina e ainda se achar no direito de reclamar por eu ter batido.

Peço à alba para preparar um lanche para mim, irei passar a tarde comprando algumas coisas a pedido de um cliente, depois entregarei a reforma da casa da senhora Claipton, talvez dê para fazer algo diferente a noite, tenho me sentido monótona no último mês, minha alma clama para que eu a sacie da forma que ela gosta.

Sigo para o quarto levando o pão com húmus que a Alba fez para mim. Coloco o prato sobre o aparador e abro a bolsa para pegar o celular que está vibrando.

Inferno, é a Ana.

— Oi, amiga. - Digo a atender, piranha chata.

— Oi, Katy. Você está bem?

Ela pergunta com uma voz arrastada, deve estar bêbada ou dopada de antidepressivo, a Ingred me disse uma vez que ela fazia uso de medicamentos pesados.

— Estou bem sim, querida. - Respondo. — E você?

— Não muito, liguei para pedir um conselho. - Ela respira fundo antes de continuar. — O melhor amigo do Laurent morreu, ele está bebendo sem parar há três dias, não sei mais o que fazer para animá-lo.

E isso não é problema meu, penso.

— Poxa, que situação chata. Porque não o leva em um novo círculo da Woustters? Ele gosta tanto de experimentar coisas novas.

— Já chamei, ele disse que não quer mais saber de nada.

— Nossa, ele devia gostar muito desse amigo. - Comento com um pouco de malícia, sabendo que essa sonsa não vai perceber.

— Gostava mesmo. Acho que gostava mais dele do que de mim. - Ela sussurra, me pergunto se é por ele estar perto ou por ela não querer admitir para si mesma.

— Não sei como ajudar, amiga. Sinto muito. - Digo logo querendo encerrar aquela conversa, odeio pessoas que sofrem por tudo, e Ana é uma delas.

— Obrigada mesmo assim, Katy. É bom falar com você.

— Digo o mesmo, querida. Beijinhos!

Desligo e respiro aliviada, começo a comer o meu pão em paz, está delicioso como tudo o que a Alba faz, ela é uma empregada de ouro, discreta, pontual e eficaz.

Vou morrendo aos poucos enquanto a tarde passa, nem mesmo fazer as compras para o novo projeto me anima, aquele fogo interno está crescendo, preciso resolver isso o mais cedo possível.

Às 7, quando a senhora Claipton finalmente termina de me massacrar com todas as perguntas possíveis sobre a funcionalidade de cada novo móvel da casa dela eu vou embora, tudo está me irritando, não sei se as pessoas que andam cada vez mais sem noção, ou se sou eu que simplesmente não sei viver em sociedade.

Para compensar o dia de merda tomo um banho de espuma demorado, visto o roupão ao sair e vou até o meu arsenal de produtos eróticos, tenho uma infinidade de vibradores, para o ponto g, estimulador clitoriano, consolos de todos os tamanhos, bullets... escolho do modelo varinha é roxo purpura, o levo para cama e abro as pernas, me imagino dando pro imbecil que discutiu comigo na rua, apesar de seu rosto ser um borrão em minha memória.

Visualizo ele sentado no banco do meu carro, enquanto eu deslizo sobre seu pau, quicando como uma coelha no cio enquanto ele fala que vai me fazer pagar pelo estrago. Quanto mais nervoso ele fica mais tesão eu sinto, coloco o dedo indicador sobre os seus lábios, sinalizando que ele não pode falar assim comigo. Mas ele é um imbecil desobediente, e me chama de putinha barbeira e aperta meu pescoço com força, pego a arma no banco do lado e dou um tiro nele enquanto gozo.

Anjo Negro [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora