Academia

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Acordo com a luz do sol entrando pela parede de vidro, me levanto da cama e vou ao banheiro, coloco a banheira para encher e volto correndo para o quarto quando escuto meu celular tocar, é Crazy in Love da Bey, o que significa que alguém está ligando no número da empresa.

Candy's DecorArt. - Digo ao atender.

— Katy, sou eu Diego Collins, se lembra?

É claro que eu me lembrava, o médico bonitinho com cara de anjo.

— Oi. - Respondi usando o tom mais doce possível. — Em que posso te ajudar?

— Você estaria livre hoje à noite? - Ele pergunta sem rodeios, gosto disso.

— Claro! Então o que sugere?

— Um amigo inaugurou uma boate, tá afim de ir?

— Adoraria. Onde te encontro?

— Bom, é próximo ao instituto de arte no centro, podemos nos encontrar na porta dele às 10.

— Por mim tudo bem, te vejo a noite então.

— Até!

Desligo o telefone animada, imaginando como o bonitinho fode, estou com as expectativas altas, um homem que entende tanto de boceta não deve decepcionar.

Na parte da manhã trato de resolver todos os meus compromissos extraoficiais, estaciono meu carro em frente à casa da Shanttal, conheço apenas o seu primeiro nome, era sempre ela quem me atendia na porta e convidava a entrar. Seu namorado é um traficantezinho, tão insignificante que nem a polícia se dá o trabalho de prendê-lo.

Os conheço porque como dizem por ai, todo mortal tem o seu fraco, o meu é cocaína. A maioria dos viciados usa por diversão, ficar chapado e ver coisas estranhas, comigo é diferente, quase um culto, eu cheiro somente em dias especiais, os dias de caça como gosto de chamar.

Começa com um flerte num bar, eu já conheço o filho da puta, apesar dele não saber disso ainda, o chamo para ir em algum lugar afastado comigo, então cheiro a primeira carreira, e digo a ele que me dá mais tesão foder chapada. E lá vamos nós, sento sobre o pau dele e quico quase a ponto de deslocar meus quadris, o filho da puta começa a tremer, é quando enfio a mão na minha bolsa e retiro a minha 38. Pow! Adeus filho da puta! O sangue dele respinga em minha pele, e eu gozo como uma cadela ensandecida. Cheiro mais carreira para comemorar, jogo a manchete de jornal em cima do peito dele e vou embora.

Toco a campainha, uma das empregadas atende e me leva direto ao escritório, Ian está digitando algo no computador, e para assim que me vê.

— É sempre bom te ver, Katy. - Ian me cumprimenta ao entrar na sala.

— Olá Ian, vou querer o de sempre. - Informo já abrindo a bolsa para pegar o pagamento.

— Já suspeitava que você viria nesta semana, deixei uma grande porção separada, 50 gramas para minha cliente especial. - Ele dá uma olhada para Shanttal que entende o recado e vai buscar minha mercadoria.

— Ótimo. - Murmuro. — Como andam os negócios? - Coloco o bolo de notas em sua mão aberta.

— Está ficando cada vez mais caro trazer ela do México pra cá. - Ele responde contando o dinheiro.

Shanttal retorna com o meu pó e eu o enfio no fundo da bolsa.

— Nos vemos em alguns meses. - Sorrio para eles e me levanto, não posso ficar muito tempo dando bobeira na casa de um traficante por mais insignificante que ele seja.

Vou para a academia minha roupa rosa de lycra marcava todas minhas curvas avantajadas, sem contar que deixa meu piercing a amostra. Rebolo vagarosamente os quadris ao passar pelos homens que estão malhando nos equipamentos, gosto de ser observada e saber que eles estão sentindo tesão na minha bunda durinha.

Entro na sala de dança a aula começará em alguns minutos, hoje é salsa, anda ven y quiereme começa a tocar nos alto-falantes, o professor ensina os passos com maestria, eu o adoro, é divertido, bonito e talentoso. Sua parceira de dança, Maitê, é um morena espanhola, ela já ganhou vários concursos de dança no exterior, soube pelas fofoqueiras da academia que ela é casada com o policial que sempre vem buscá-la numa viatura.

— Vamos Katy mecha esses quadris pra cá minha thuthuca. - Rick grita forçando na voz afeminada.

Começo a rebolar como ele pede, Rick larga Maitê e vem na minha direção. Ele segura minha mão com delicadeza e então me puxa para ele, nós rodopiamos sobre o tablado do salão, eu sou a melhor aluna e me sinto nas alturas quando ele me escolhe para demonstrar os passos.

— Por hoje chega suas vaquinhas. - Ele bate palmas e todas nós paramos.

— Rick. - o chamo assim que todas saem da sala

— Fala, gata. - ele joga a água de sua squeeze no rosto.

— Você acha que a dança pode ajudar no sexo? - Pergunto com interesse científico, sei muito bem que ele gosta da mesma fruta que eu.

— Querida, esses ritmos caribenhos vão te fazer trepar como uma gata no cio, requebre, rebole, faça o waka-waka estilo Shakira loca loca. - ele ri da própria piada e eu esboço um sorriso.

— Obrigada, querido. - me despeço dele com um beijo na bochecha.

Maitê entra novamente na sala enquanto eu recolho minha garrafinha e lenço da estante.

— Amigo, hoje é meu dia de sorte, o William ganhou folga, vamos almoçar juntos e depois ir ao cinema. - Ela levanta as mãos batendo contra as deles num gesto de comemoração.

— Sabe o que podia realmente acontecer? - Rick coloca as mãos na cintura fazendo pose. — Aquele tesudo do amigo dele começar a apreciar a vida gay e me puxar pelos cabelos pra batcaverna, só pra me dar umas roladas me chamando de Robin bandida.

Seguro o riso e saio da sala antes que eles percebam que estou enrolando para escutar a conversa. Vou para os equipamentos, uma garota começa a fazer uma sessão de abdutor ao meu lado, uma outra chega e fica parada entre nós duas, e então puxa papo com a garota gordinha ao lado.

— Você viu? Ele veio hoje - Diz a que está de pé.

— Menina, eu fico vendo aquele homem sem camisa na minha frente todo suado, juro por Deus que tenho que fazer uma enorme concentração para não ter um orgasmo na frente dele, com direito a gemidos e olhos em orbita. - Ela aumenta o peso para 35 e continua o exercício.

Quero me concentrar na minha atividade, mas tenho um enorme fraco por ouvir fofoca alheia, sei que não é nada elegante, mas é uma atividade careta que me permito.

— Conhece a Beatrice, a personal trainner da tarde? - A garota atoa pergunta.

— A loirinha, né? Conheço sim.

— Ela disse que entrou um dia no banheiro masculino... dizendo ela que foi engano. - Comenta com malícia e as duas riem alto. — O que importa é que ele estava lá tomando uma ducha, e ela ficou assustada com o tamanho do negócio. Falou que o instrumento dele é uma coisa de louco, ela nunca viu igual. - Ela se abana com as mãos, parecendo ter sido a própria a ter visto o tal homem superdotado da história.

— Não duvido nada, Michele. Um dia vi ele na natação, só de sunga. Estava marcando o negócio todo, da base a cabeça. Imagina só. - A garota se levantou do aparelho e estava ofegando, não sei se pelo exercício ou pela lenda urbana do gostosão da academia.

As duas saem e eu volto a me concentrar na minha sessão, mas não deixo de rir da imaginação das duas. Elas são como a maioria, óbvias demais, deixando transparecer o quando são fracas por homem, se permitindo serem submissas, algo que eu jamais faço.

Anjo Negro [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora