Caso Diego Collins

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P.O.V PEDRO

Assisto a pequena gata feiosa se refastelar dentro do prato com leite enquanto tomamos café da manhã. Nunca fui fã de gatos, eles são cínicos demais, prefiro cachorros grandes e babões que se tornam companheiros para vida inteira.

Katy abre a bolsa e pega o tablet que milagrosamente ela conseguiu ignorar por um dia inteiro. Passamos uns longos minutos calados, soando até como um casal normal que toma café da manhã juntos se preparando para o trabalho.

— Tem muita coisa para fazer essa semana? - Pergunto atraindo sua atenção, após não conseguir mais ficar calado apenas a observando

— Finalizo um projeto hoje à tarde, daí ficarei apenas com você e os Lerman. - Ela responde sem tirar os olhos da tela. — Felizmente a Jane manteve tudo em ordem durante o meu sumiço repentino. As contas estão pagas e os orçamentos enviados.

— Então está livre agora de manhã?

— Pretendia ir à academia. - Ela levanta o olhar e se vira para mim. — Tem algum pedido?

— É que vou continuar separando aquelas roupas para doar, e depois tenho que encontrar algumas coisas nessas caixas que realmente são importantes. Daí pensei que se você quiser dar uma olhada também, pode ficar com o que quiser. A Jesy colecionava muita arte realmente boa.

É um passo perigoso deixá-la mexer em tudo o que guardo aqui, mas é a única isca que tenho para mantê-la mais um tempo em meu apartamento, claro que tem o sexo também, mas quero conversar com ela, ouvir mais sobre sua vida, e não apenas os seus gemidos manhosos.

— Bom, nesse caso eu posso ficar até a hora do almoço. - Katy abre um sorriso. — Confesso que estou curiosa para ver o que tem nas caixas.

— Nem me lembro da maior parte. Minha família que empacotou tudo quando a Jesy morreu e eu me mudei há alguns meses e trouxe tudo dentro das caixas.

Minha mãe queria jogar fora, mas na época achei uma falta de respeito com a memória da Jesy, sem falar que o advogado disse que isso soaria mal para mim no tribunal.

— É de hoje? - Ela pergunta olhando para o jornal no canto da bancada.

— Sim, comprei quando saí. Nem li ainda, mas talvez tenha estourado uma guerra enquanto ignorávamos o mundo.

E eu realmente não me importaria, o mundo pode explodir enquanto eu desfruto um pouco mais do corpo quente e macio dela.

Katy estende o braço e o puxa para ela. Ela fica extremamente sexy quando está lendo, franzindo as sobrancelhas e abrindo a boca em surpresas algumas vezes.

— Essa é a cidade mais podre desse país. - Murmura virando a página.

— Não me diga. - Rolo os olhos. Para mim isso não é novidade, sou policial há tempo demais para saber que moramos no pior lugar no quesito segurança pública. — Não sabia que se interessava pelas páginas policiais.

— Gosto de saber se tem algum maníaco a solta com quem devo me preocupar. - Ela me olha com o meio sorriso, seus olhos parecem se divertir com alguma piada interna. — E também gosto de resolver as palavras cruzadas.

Encontro o nosso primeiro ponto em comum além de gostar além da conta de sexo, fico realmente impressionado com a senhorita Alyson lendo sobre crimes.

— De novo isso. - Ela ofega ao ler algo.

— O que foi? - Estendo o pescoço tentando ler a manchete que ela está vendo.

— Eu conheço ele. - Katy estende o jornal e aponta para mim a notícia.

Leio com atenção e engulo em seco quando meu cérebro decifra a manchete.

Anjo Negro [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora