Capítulo 77 - Hero narrando.

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Hero: Me dê aqui, essa é a última, né? — questiono á Jo sobre as malas, enquanto pego uma de sua mão para que ela segure Ari melhor.

Jo: É sim. — dá um cheiro na nossa filha e eu sorrio com a cena, elas são perfeitas, minhas meninas.

Hero: Bom, antes de irmos queria dar uma passadinha lá no estábulo, provavelmente não vou conseguir vir aqui nem tão cedo e sabe... Gostaria de ver Lindsey uma última vez antes de ir. — espero que ela entenda que quero fazer isso sozinho, porque de fato não gostaria de ter que pedir à ela para não me acompanhar.

Jo: Tudo bem, lindo, vou ficar mais um pouquinho com Josie lá dentro e me despedir, foi muito boa essa semana aqui, acho que não tinha férias assim a mais de 10 anos. — ela sorri e vejo em seus olhos o quanto está feliz e grata, o que me enche de alegria, eu faria de tudo para que nenhuma lágrima nunca mais rolasse pelo rosto dessa mulher.

Hero: Beleza, logo to com vocês de novo. — me abaixo deixando um beijo na testa da minha filha e um selinho rápido nos lábios da Jo.

Vejo ela indo para dentro da casa e me direciono ao caminho até o estábulo.

Preciso desse momento a sós com Lind, não só com ela, mas com minha irmã também, apesar dela não poder compartilhar isso comigo, eu me sinto conectado com ela de alguma forma quando estou perto de Lindsey.

Os dias aqui na fazenda foram ótimos, aproveitamos cada segundo que podíamos, e cada sorriso estampado no rosto de Jo era como um arco-íris infinito dentro de mim, não teve um momento sequer em que fiquei mal, a não ser no dia em que desabafei com Jo, que mesmo assim foi um dia importante e bom pra mim, precisava daquilo.

Chego lá e já vou abrindo o portão, sei que não tem ninguém a esse horário aqui.

Hero: Ei Lind — me aproximo de sua baia vendo ela comer feno — Isso garota, sou eu — ela me reconhece no mesmo instante, se aproximando e inclinando a cabeça para que eu faça carinho em sua crina — Você não perde a oportunidade né. — rio e faço um carinho leve nela.

Vejo algumas cenouras ali do lado e pego, não custa nada mimá-la um pouco, é meu último dia aqui e não faço ideia de quando irei poder voltar, ela merece.

Hero: Sabe garota, você não pode me abandonar também não viu, tem longos anos pela frente e mesmo que eu não possa passar todos os dias com você, meu pensamento sempre estará em ti, todos os dias — colo minha cabeça na sua, sabendo que aquilo se tratava de muitas mais coisas, isso ia além de Lind — Ela não tá mais aqui com a gente, mas nós vamos lembrar dela pra sempre, não é? Sim, nós vamos, eu sei que vamos — ela relincha parecendo entender, o que poderia ser considerado doidera, mas acredito que animais sentem muito mais do que seres humanos, a conexão e o vínculo que podemos criar com eles é surreal — sente falta dela também, né? Quem não sente, certo? Ela quem dava vida a tudo isso aqui, ela era a própria vida, cheia de energia e com um enorme sorriso no rosto desde do momento em que acordava até ter que ir dormir. — sorrio e é ai que eu percebo que já havia perdido o controle das lágrimas, elas escorriam como uma cachoeira.

Puta merda, eu acho que nunca vou conseguir pensar nela sem querer chorar.

Hero: Mas não to aqui pra me lamentar, vou seguir o conselho da Jo, ela não iria querer me ver assim, ela seria contra todas essas lágrimas, ela só iria querer um sorriso no meu rosto, e vou viver por ela, a carregando em cada pensamento meu. — continuo sorrindo e sinto que de algum lugar, talvez minha irmãzinha estivesse orgulhosa de mim agora.

Me abaixo e pego mais uma cenoura.

Hero: Isso menina, toma — Lind não perdeu tempo em agarrar a cenoura — É, isso ai, nós vamos ficar bem — encaro o teto pensando em tudo que me atormentou nesses anos, tentando deixar toda essa dor pra trás — Ficaremos bem por ela, porque sei que de algum lugar isso é tudo o que ela mais deseja. — respiro fundo cessando o choro.

Depois de ter me reestabelecido, saio do estábulo e caminho com calma até a casa, consigo escutar as vozes de Jo e Josie lá dentro, acabo por soltar um sorriso bobo.

Hero: ENTÃO quer dizer que as senhoritas estão fofocando ai, né? — chego dando um susto nelas, mais especificamente em Josie que estava de costas — Que isso, quase caiu pra trás mulher, estavam falando de mim, não é? — estreito os olhos para as duas que soltam um olhar cúmplice e riem.

Jo: Nada demais, só algumas histórias suas de quando era criança, muito interessantes viu. — Jo cai pra trás rindo e eu lanço um falso olhar sério pra Josie que solta uma risadinha.

Hero: Anda me explanando dona Josie? — levo a mão ao meu peitoral e faço a minha melhor cara — Me sinto traído. — tento manter uma pose mas não aguento por muito tempo e caio na gargalhada.

Elas me acompanham nisso e logo eu abraço Josie por trás, a amo por tudo que fez na minha infância e até mesmo na pré adolescência. Agora que já não estávamos mais rindo tanto, Jo me encara com um olhar intrigado que demoro a entender o porquê dele, mas a fixa cai em alguns segundos.

O choro, merda. Minha cara deve estar entregando o que ocorreu a alguns minutos atrás. Por sorte ela não fala nada aqui na frente de Josie, o que é um alívio, se não eu teria que responder dois questionários.

Hero: Josie, temos que ir agora, se não chegaremos muito tarde lá. — aperto de leve seu ombro e ela me lança uma carinha triste.

Josie: Poxa, essa casa fica bem mais animada com vocês, e também irei sentir falta da pequena Ari, ela é um anjinho.

Hero: Só quando não está abrindo o berreiro, essa menina tem uma voz muito potente, me assusta até. — rimos e a Jo revira os olhos.

Josie: Mas é melhor irem então, não quero que cheguem tarde lá. — se levanta para nos acompanhar até a saída.

Nos acomodamos no carro, Jo iria atrás para tomar conta de Ari, mesmo com a cadeirinha é perigoso, e eu iria dirigir.

Hero: Beijos Josie, vou sentir sua falta e falta da sua comida maravilhosaa. — mando um beijinho no ar pra ela que ri e me manda outro.

Jo: Também vou em, e tenho certeza que Ari poderia dizer o mesmo se soubesse falar. — elas riem e se despedem.

Josie: Vão logo, se não ficarei preocupada com vocês.

Hero: Tá bom, tá bom, já estamos indo, sabemos que você está doida pra se livrar da gente. — dramatizo tudo rindo e logo acelero o carro.

Ponho uma música e seguimos viagem em um silêncio confortável, apenas com o som baixinho da música. Eu esperava que Jo não lembrasse ou não fosse me questionar da minha cara de choro, ata né, essa mulher é a própria teimosia em pessoa.

Jo: Acha que eu não notei aquela carinha que você tava quando entrou lá na sala? Já estamos passando meses juntos, não é difícil de te decifrar, lindo. — ela se desenconta de seu banco, se inclinando para ficar mais perto de mim.

Hero: As lembranças com ela, é algo que ainda machuca só de pensar, e ficar perto de Lindsey me faz pensar nela mais do que nunca, e apesar do choro, é bom, me sinto perto dela — suspiro vendo sua feição pelo retrovisor — Sei que não faz muito sentido, mas me sinto mais completo, não sei. — não sei como me expressar, não é algo que dê pra falar, eu só sinto.

Jo: Me sentia assim com Bartolomeu, em relação á minha avó... — Jo nunca toca no assunto da vó dela, acho que tudo é recente demais, a ferida não está nem perto de se curar e respeito esse tempo dela.

Hero: O que houve com Bartolomeu? — sei que é o gato que elas tinham, ela me contou isso em uma das vezes que conseguimos conversar sobre isso.

Jo: Não tinha como eu o levar comigo para a... Para a boate — outro assunto proibido entre nós, nunca citamos sobre a boate — Então o deixei com uma vizinha, nem faço ideia de como ele está agora, mas sinto falta dele.

O assunto não se prolonga, acho que nesse momento nós dois estamos pensando nas pessoas que perdemos, o clima não tá pesado, mas o silêncio se tornou algo melhor no momento.

Estou quebrado(a), mas ok.Onde histórias criam vida. Descubra agora