Capítulo 19 - Hero narrando.

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Assim que entrego o milkshake para Inanna meus olhos batem na loira, ou melhor, Rúbia... Meu deus, não, não, não! Não pode ser ela, impossível, eu não a vejo á anos, como isso é possível? Logo agora, nesse exato momento em que eu to seguindo em frente, ela tinha que aparecer pra foder com tudo. Uma noite, a porra de uma única noite foi capaz de me deixar mal por anos, parece invenção e loucura, mas é verdade, uma única noite marcou minha vida pra sempre.

Nos encarávamos sem reação, eu acho que estou mais surpreso que ela, na real, acho que ela ja sabia quem eu era. Inanna e a outra garota estavam pior do que eu e a Rúbia, mais perdidas do que tudo.

Rúbia: Vamos, precisamos ir. - não tenho tempo de a chamar, ela sai puxando a morena que nem um furacão.

Inanna: Que porra foi essa? - ela tava puta e super confusa, mas eu não tava com cabeça pra isso.

Hero: E-Eu conheço ela. - falo quase sem que minha voz saísse.

Inanna: Como é que é? - o espanto estava evidente em seu rosto.

Hero: Foi ela, foi com ela que... - não termino a frase pois sem perceber deixei meu milkshake cair no chão, chamando a atenção de todos que passavam por perto.

Inanna: Vem. - me puxa e fomos até o estacionamento - Onde tá seu carro? - me pergunta mas minha boca tá seca e tudo em minha volta parece querer me sufocar, não consigo a responder - Ei, me diz! - me esforço pra responder.

Hero: B34. - ela apenas assente e me puxa para caminharmos até lá, sinceramente não sei nem como eu to andando, nem sinto minhas pernas, pra falar a verdade, to praticamente no modo automático.

Inanna: Fica ai. - depois de retirar a chave do carro do meu bolso e o destrancar, ela me coloca no banco do carona - Só vou pagar o estacionamento, já volto. - vejo a mesma sumir entre os carros e volto aos meus pensamentos.

Ela tava tão linda, tão diferente, os anos só a deixaram melhor, parece menos pra baixo e com um astral melhor. Seu olhos não mudaram nada, apenas existe algo a mais do que somente sofrimento ali, apesar de ter ficado tão nervosa quanto eu. Me pego imaginando como ela está hoje em dia, será que mudou de vida? Arrumou um novo trabalho? Está namorando? Noiva? Casada? Com filhos? Tantas hipóteses, nenhuma resposta, eu preciso de respostas!

Pareço um sociopata desse jeito, querendo saber da vida dela toda, sendo que só a conheço por uma noite, uma noite que aconteceu variadas coisas, muito importantes pra mim por sinal.

Em pouco tempo Inanna já esta de volta, não ouso falar nada e ela muito menos, a mesma sabe como eu sou quando fico pensativo desse jeito, ou eu explodo com alguém, ou ignoro, melhor não testar. Seguimos o caminho em silêncio, não se tocava nem mesmo uma música no rádio, meu subconsciente estava lotado com um nome e uma imagem, Rúbia, nada mais se passava lá. Eu precisava a reencontrar, vê-la de novo, a sentir, a tocar e principalmente, conversar com ela.

Inanna dirigia tranquilamente, em certo momento paramos por causa do semáforo, eu observava aquelas pessoas passando de um lado pro outro, mas tudo parecia acontecer em câmera lenta, mal percebo quando abro a boca pra falar.

Hero: Preciso sentir aqueles lábios de novo. - ao me ver falar de repente, Inanna me encara rapidamente sem saber o que falar, logo voltando sua atenção para a rua, já que o semáforo havia ficado verde.

No restante do caminho nada se era escutado, ao chegarmos em meu apartamento, descemos do carro e fomos até o elevador. Adentramos ele depois de um tempinho esperando, Inanna aperta o botão do andar em que eu moro sem falar nada. Chegando no andar, entramos logo na sala, pois meu apartamento era o da cobertura. Não falo nada, apenas me dirijo até meu quarto, Inanna já é de casa, não vai se importar de ficar sozinha, na verdade, nem sei se ela ficará aqui, qualquer coisa ela deve me mandar uma mensagem avisando.

Tiro toda a roupa que eu vestia e vou até o banheiro. Fico debaixo daquela água gelada, sentindo ela escorrer por todo o meu corpo nu, a ansiedade me inundava, ao invés de me aliviar, aquele banho só fez com que minha mente trabalhasse mais ainda, que ideia estúpida, vir para o banho pra tentar esquecer os últimos acontecimentos, sendo que eu sempre reflito sobre minha vida nele.

Termino de tomar e me enxugar, saio do banheiro indo até meu closet, só coloco uma cueca, não vai ser nada legal se Inanna entrar aqui e dar de cara com a minha bunda branca, ela me mataria. Meu corpo se joga na cama por si só, como se fosse uma ação involuntária, acabo por me lembrar das compras que fizemos, Inanna deve deixar a minha calça na sala, depois eu vejo.

Tento relaxar, meus músculos estão tensos, queria poder dormir, mas não consigo! Não consigo, preciso de alguma distração, não posso ficar assim. Faço de tudo para não fazer o que eu tava pensando, porém a vontade de vê-la e estar com ela foi maior, tive que fazer o que se passava pela minha mente.

Em poucos segundos eu já estava passando pelo corredor que conectava a minha sala com os quartos, procuro por Inanna, mas nada, nenhum resquício dela, deve ter ido embora, comprovo meu pensamento ao ver uma mensagem sua em meu celular.

Percebo uma sacola na poltrona e rapidamente identifico qual é, minha calça estava dentro dela, pego a mesma e arranco a etiqueta, colocando a calça em seguida, volto ao meu quarto e visto um camisa social, passo um perfume e um gel no cabelo, penteio e divido ele com um pente, pronto! Ponho um sapato e sem perder mais tempo vou até o elevador, faço o caminho de sempre e chego no meu carro. Entro nele e saio da garagem sem dificuldades, tudo está correndo bem, espero que não aconteça nada de ruim, preciso que tudo de certo agora.
Ando muito distraído, hoje não foi diferente, mal percebi quando cheguei na boate, impossível me esquecer daquele caminho, perdi a conta de quantas vezes o fiz mas desisti ao achar que era uma má ideia e que ela nem se lembrasse mais de mim. Antes de sair do carro, eu me olho no retrovisor, ajeitando mais uma vez o fio do meu cabelo que teimava em cair na testa e em seguida o minha camisa. Quando tudo está perfeitamente alinhado, saio do carro e o tranco, guardo a chave no meu bolso e me dirijo até a entrada do local.

Ao por meus pés na fachada, meu coração já começa a palpitar e lembranças da última vez em que estive aqui me atingem com força, aquela noite eu tive a certeza que muita coisa havia mudado dentro de mim, isso é irônico né, tipo, foi apenas uma noite, meras horas, bom, pra mim foi muito mais, algo muito mais importante, espero que pra ela também tenha sido, porém duvido um pouco, ainda mais pela forma que ela me tratou hoje. Afasto isso da minha mente e entro. Como da última vez que vim, luzes fortes, mulheres por todo canto e uma música lenta e sensual de fundo, mas dessa vez meus olhos não se prenderam em nada, não senti uma áurea boa me invadindo como da última vez, não sentia sua presença.

Era apenas mais um lugar, mais um ambiente sem nada interessante, observei tudo em volta á sua procura, mesmo sabendo que ela não estava ali, eu sentia que ela não estava, isso é bizarro, uma sensação estranha, é como se eu estivesse conectado á ela. Passo meus olhos pelo local e balanço minha cabeça, o que eu tava fazendo aqui? Porquê eu tinha vindo aqui? Eu só posso ser a porra de um maluco, ter vindo atrás de uma mulher que eu vi somente duas vezes na vida, sendo uma anos atrás e outra hoje, isso é totalmente ridículo. Não sei o que se passou pela minha cabeça quando resolvi vir aqui, são nesses momentos que Inanna estando perto de mim me ajuda, me impede de fazer esse tipo de burada, merda.

Saio apressadamente da boate, vendo que algumas garotas já estavam vindo pra cima de mim, não queria transar com ninguém hoje, ninguém além... Dela. É, eu realmente tenho que ir atrás de um psicólogo, não é possível que ficar obcecado por uma garota seja normal.

Dirijo e dirijo, fico dando voltas sem rumo até me cansar, então volto pra onde eu nem devia ter saído, minha cama. Hoje era aquele tipo de dia que ter ficado na cama seria uma opção mil vezes melhor, pena que minha vida não é tão fácil assim. Deito na cama após ficar apenas de cueca novamente e afundo o rosto nos travesseiros, dando um grito abafado, me recuperando do surto temporário começo a me questionar. Será que ela conseguiu mudar de vida? Pra uma melhor? Por isso não quis falar comigo? Não queria lembrar do passado? Merda, tantas perguntas, agora as respostas que são boas, nada. Adormeço com isso em mente, lutando contra meu próprio subconsciente.

Estou quebrado(a), mas ok.Onde histórias criam vida. Descubra agora