69 - O Sonho

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- Claro seu Paulo. Eu Entendo e fico muito feliz que tenha acontecido isso. Eu conversei com o seu Eusébio, um dos responsáveis pelos trabalhos que acontecem no Centro, e expliquei a situação do Davi. Ele se prontificou a ajudar e ver como poderiam ajudar. – Fala Margot ao celular na pequena copa do escritório de advocacia. Sentada à mesa, Vitória bebe café em uma caneca branca e acompanha a conversa da amiga ao telefone. – Eu lhe aviso assim que tiver uma posição. Um abraço e melhoras ao Davi.

- Problemas com o menino? – Pergunta Vitória.

- Ao contrário. – Responde Margot se sentando à mesa, enquanto segura o celular com as mãos. – Seu Paulo estava me contando que o Davi olhou para a direção da mãe quando ela cantou uma música que sempre cantava para ele quando bebezinho.

- Que lindo! Mas... espera um pouco. Ele não estava sem ter nenhum tipo de reação? – Questiona Vitória.

- Exatamente e isso aconteceu depois da visita dele ao Centro, lembra?

- Você acha que tem alguma relação?

- O que mais eu posso achar? Não acredito que tenha sido uma simples coincidência. O que aconteceu naquele dia no Centro foi muito forte.

- É verdade! Agora me fala. O que houve que estou te sentindo meio estranha desde que chegaste no escritório, de manhã. Pergunta Vitória colocando um pouco mais de café na caneca.

- Estou pensativa com um sonho que tive esta noite.

- Um sonho? – Pergunta Vitória mexendo o açúcar que acabara de colocar na caneca, enquanto se senta à mesa novamente.

- Talvez! – Responde Margot.

- Como assim talvez? Talvez por que você acha que isso pode não ter sido simplesmente um sonho?

- Isso.

- E o que foi, então? Um recado... um aviso... uma premonição!

- Prefiro acreditar que tenha sido um alerta.

- Agora você vai ter que me contar? Como foi esse alerta?

- Não tem nada para contar, Vitória. Foi só um sonho...

- Mas ainda agora não era um alerta?

- Sonho, alerta, aviso, premonição... o que for não tem por que falar. – Responde Margot se levantando da mesa e saindo da copa com a caneca na mão.

- Premonição? Foi uma premonição? Agora mesmo que eu quero saber. – Fala Vitória, aflita, tentando tirar alguma informação da amiga. – Não adianta fingir que não está me escutando. Você me conhece muito sabe e sabe que eu não sou de desistir fácil. – Continua Vitória enquanto segue Margot que finge não ouvir.

- Posso saber o que as melhores amigas estão discutindo? – Pergunta Alfredo que encontra as duas no corredor do escritório.

- Nada! – Responde Vitória, rispidamente.

- Calma. Era só uma pergunta casual. – Fala Alfredo que segue para a sala dele sem entender a reação de Vitória.

- Eu, sinceramente não consigo entender por que você trata o Alfredo desse jeito. – Fala Margot. – Você sabe que ele arrasta um caminhão por ti.

- Mas dele eu não quero nem um par de patins, amiga.

- Mas o que foi que ele te fez? Desculpa te falar isso, mas ele é um cara legal, tem uma boa conversa e é bem bonitinho, também.

- Desculpa, amiga. Meu problema não é com você.

- Claro que não. Pelo visto o problema é com ele. E acho que ele nem sabe o porquê de ser tratado dessa maneira.

- Na verdade, nem eu sei. Só fico muito nervosa quando ele chega perto de mim. Me dá um medo, uma certa repulsa... Uma coisa que não consigo explicar.

- Medo? Repulsa? Não sei não, mas isso tá parecendo mais outra coisa.

- Que coisa, já? Você deve estar ficando louca de achar que eu quero ter alguma coisa com o Alfredo.

- Longe de mim querer dizer algo sobre isso.

- E é bom que fique longe mesmo. E não muda de assunto não que você ainda não me disse o que eu quero saber e está querendo me enrolar.

- Não tem nada, Vitória.

- Amiga... A gente se conhece há quantos anos?

- Há alguns, já!

- E você acha, sinceramente, que consegue me enganar?

Margot olha para a amiga, respira fundo e responde. - Vamos fazer o seguinte: assim que eu conseguir saber mais um pouco dessa estória eu juro que te digo.

- Eu sabia que tinha alguma coisa! – Fala Vitória ainda mais curiosa do que antes.

- E nem adianta que eu não vou falar nada agora. Me dá esse tempo que eu juro que te conto quando chegar a hora certa.

- Promete?

- Prometo! Agora voltando ao Alfredo...

- Por favor. Não começa com isso.

- Fala a verdade tu estás caidinha por ele, né? – Pergunta Margot brincando com a amiga enquanto caminham no corredor da empresa em direção das suas salas.

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