8 - Começando a Aprender

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- Isso é muito mais comum do que pensa. – Falou Eusébio. - O que está acontecendo com você é que sua mediunidade está se manifestando. É normal, fique tranquila que você veio ao lugar certo para receber ajuda.

Um misto de tranquilidade e curiosidade tomou conta de Margot. Parecia que Eusébio tinha entendido absolutamente tudo sem que ele precisar explicar nada. E agora ela queria mais. Queria entender como essa coisa funcionava. Como aquilo iria afetar o dia a dia dela.

- Venha por aqui. Vou lhe colocar sentada em um dos bancos aqui atrás. Você poderá ficar mais à vontade. Vitória. Venho junto filha. Você poderá ficar ao lado dela. – Eusébio colocou ambas sentadas em um dos longos bancos que compunham o grande salão. Margot ficou na ponta. Mas não sabia explicar ao certo, não sabia se era a voz, o olhar, o jeito tranquilo do Eusébio ou o conjunto de todos esses fatores juntos, a deixava um pouco mais tranquila em relação ao que iria acontecer. Mas, na verdade, ela estava bastante tensa.

- Vocês ficarão aqui. Agora vai acontecer uma pequena palestra de uns quinze minutos aproximadamente, depois terá uma oração e logo após, acontecerá o trabalho propriamente dito. Vitória me disse que você nunca esteve em um Centro Espírita.

- Nunca. É minha primeira vez – Responde Margot.

- Quero que você fique bem tranquila. Durante o trabalho nada de mal irá lhe acontecer. Você não ver gente pulando, se jogando no chão, subindo pelas paredes... Tudo é muito calmo. Costumamos dizer que nossa Casa é como se fosse uma espécie de pronto-socorro espiritual. Você já esteve em um pronto-socorro?

- Já sim.

- Então... O que você ouviu lá é o que você vai ouvir aqui. Gente, se lamentando, chorando, alguns pedindo ajuda, outros sem entender o que está acontecendo... Só isso. A diferença é que lá, quem pedia ajuda estava encarnado e aqui estão desencarnados. Já morreram. Mas não poderão lhe fazer nenhum mal. Só preciso que vocês fiquem de olhos fechando durante os trabalhos fazendo a oração que se sentirem mais tranquilas. E não precisa ser nenhuma oração especial. Quero que seja a que vocês mais gostem. Pai Nosso, Salve Rainha, Ave Maria, Prece de Cáritas... Qualquer uma. Combinado?

- E se eu não me sentir bem. Se eu ficar com mais medo? – Perguntou Margot que não conseguia mais esconder o nervoso.

- Fique tranquila minha filha, já lhe disse. Nada de mal vai lhe acontecer. A Caravana Espiritual que trabalha nesta casa vai lhe ajudar. Vai lhe proteger. Confie em Deus. Vou pedir para o irmão que arruma nossa casa para ele ver a possibilidade de colocar um médium aqui ao seu lado.

- Como assim médium?

- Um irmão que irá lhe ajudar. Esse senhor que apareceu para você no ônibus pode estar precisando muito de ajuda. E isso que fazemos aqui.

- Mas quem apareceu pra mim foi uma senhora.

- Estou falando do irmão que você viu aparecer ao lado do senhor no ônibus. Além de todos os outros que você viu durante o dia todo.

Margot se lembrou dos olhos, da névoa, do arrepio que sentiu no ônibus. – Mas quem disse que o que eu vi são irmãos. Pode não ser nada. Só borrões.

- Fique calma, não se preocupe. Tudo sairá conforme o planejado por Deus.

Margot agradece, mas seu nervosismo só faz aumentar. Eusébio se afasta para o fundo do salão e começa a conversar com outras pessoas que chegam ao Centro.

- Ele é uma espécie de aconselhador aqui no Centro. – Explica Vitória. – Trabalha aqui há mais de 20 anos.

- Vitória. Não sei se quero ficar aqui. Tô com medo do que pode acontecer.

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