74 - A Conversa com Antonia

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Vitória e Margot descem do carro na frente do Centro, Margot paga a corrida ao motorista e caminham em direção à porta de entrada.

- Não pense você que eu engoli aquela explicação fuleira que você me deu sobre a parada na casa do Pedro. – Fala Vitória.

- Eu lhe falei exatamente o que eu sei, Vitória. Por mais que eu queira, não tenho todas as respostas.

- Tá bom! Vou ter que aceitar isso, então.

- Eu juro que se souber de algo a mais eu te conto. – Fala Margot dando a mão para apressar a amiga. – Olha! O teu tio e o seu Luís estão ali.

- Ah claro. Pra eles tenho certeza de que vais contar tudinho.

- Não acredito, Vitória. – Reclama Margot puxando a amiga para irem ao encontro de Eusébio e Luís.

Pedro, está sentado na ponta de um dos bancos corridos quando Antonia se aproxima dele e fala:

- Este lugar ao seu lado está livre?

- Está sim. Pode sentar. – Responde Pedro recolhendo suas pernas para que Antonia possa passar e sentar-se ao seu lado.

- Pouca gente por aqui, não é?

- Talvez pelo horário. Como ainda é um pouco cedo, as pessoas não chegaram.

- É sua primeira vez aqui? – Pergunta Antonia para Pedro.

- Não. Já frequento há algum tempo. E a senhora? Não lembro de tê-la visto antes.

- Eu vim uma ou duas vezes só.

- Entendo.

- Mas insistiram que eu viesse, hoje.

- Insistiram? – Pergunta Pedro.

- É modo de falar. Na verdade, uns amigos disseram que seria importante que eu viesse para que pudesse tentar receber a ajuda que preciso.

- Sei bem o que é isso. Todos estamos precisando de ajuda.

- Mas uns precisam de ajuda e outros precisam ajudar.

Pedro concorda acenando a cabeça.

- E qual é seu caso? – Pergunta Antonia.

- Acho que um pouco dos dois. – Responde Pedro pensativo.

- Que bom que você pensa assim. Fico mais tranquila com o que pode acontecer esta noite.

- E o que pode acontecer esta noite? – Pergunta Pedro, antes de ser interrompido por um rapaz acompanhado de uma jovem.

- Com licença, podemos nos sentar aqui nesse banco? – Pergunta o rapaz.

- Podem, claro. Se sentem ao lado da senhora. – Reponde Pedro.

- Que senhora? - Pergunta o rapaz depois de olhar para a jovem que o acompanha.

- Esta senhora que... - Pedro olha para o lado e se percebe sozinho no banco. Olha pelo Centro procurando Antonia e a vê seguido em direção ao portão de entrada. – Melhor ainda, eu vou precisar falar com um amigo que está lá na frente e devo me sentar em outro lugar, depois. Podem ficar à vontade. – Fala Pedro se levantando do banco e segue em direção à entrada.

Eusébio e Luís estão conversando com Vitória e Margot próximos à entrada do Centro.

- A família do Davi ainda não chegou com ele? – Pergunta Margot.

- Ainda não, minha filha. Estamos aqui na entrada aguardando por eles. – Responde Eusébio.

- Eles confirmaram que vêm?

- Sim, confirmaram. Por isso que marcamos o trabalho. – Responde Luís. – Mas ainda estamos aguardando uma resposta do Hernan.

- Como assim? – Perguntou Margot.

- Não podemos nos esquecer que Hernan é o presidente material desta casa. E não poderemos realizar o trabalho aqui sem a concordância dele. – Fala Luís.

- Entendo. – Responde Margot.

- E por que ele não concordaria? – Questiona Vitória.

- Não temos como saber tudo o que acontece na alma de um homem. – Responde Eusébio. - O ser humano é um labirinto com alguns caminhos bem sombrios, minha filha.

- Com licença. – Pergunta Pedro. – Viram uma senhora de camisa branca e cabelos curtos passar por aqui, agora a pouco?

- Oi. – Responde Margot visivelmente nervosa com a chegada de Pedro. – Não... não vi não.

- Verdade, filho. – Complemente Luís. – Mas estávamos conversando entre nós e não estávamos prestando atenção. Então, ela pode realmente ter passado por aqui e não percebemos.

- E por que essa senhora e tão importante? Algum problema com ela? – Pergunta Luís.

Pedro, ainda procurando por Antonia pelo Centro, responde:

- Ela estava sentada ao meu lado no banco e falou sobre algo que poderia acontecer esta noite. E quando me virei para perguntar o que era, ela havia sumido.

Luís e Eusébio se olham rapidamente e Luís responde:

- Procure direito. Ela deve estar por aí e você ainda não a encontrou.

- Seu Luís, podemos conversar aqui no jardim? – Pergunta Hernan.

- Claro, vamos. – Responde Luís. – Bem, com licença, amigos. – Fala Luís para outros enquanto segue para acompanhar Hernan.

- O que o senhor acha que vai acontecer, tio? – Pergunta Vitória para Eusébio.

- O que a espiritualidade achar ser o melhor, filha. 

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