No quarto do hospital Andreia dorme na poltrona coberta pela leve manta que Antonio havia levado para que ela pudesse passar a noite junto com o filho. As luzes apagadas e a tv estava desligada. Através de uma fresta da cortina que estava meio aberta, a luz do poste entra pela janela ilumina parte da cama onde Davi está dormindo, com os braços estendidos ao lado do corpo por fora do lençol que o cobre até seu peito. Andreia se mexe na poltrona, tentando encontrar uma posição um pouco mais confortável. Mesmo sem acordar completamente, abre um pouco os olhos para checar o filho na cama e volta a adormecer. Os olhos de Davi abrem e ele olha fixamente para o teto do quarto, os pelos de seu braço se arrepiam e em seu peito, uma leve pressão começa a deslizar pelo seu peito até chegar em seu rosto, como se ele sentisse a mão de alguém lhe fazendo carinho. Um leve perfume de rosas toma conta do quarto. Davi abre um leve sorriso, seu peito se enche com o aroma que domina o quarto.
- Mãe...
Andreia acorda ao ouvir a voz do filho a chamar após tanto tempo e se senta assustada da cadeira olhando imediatamente para a cama onde está Davi.
- Mãe eu estou aqui. – Repete Davi.
Assustada, tentando se livrar da coberta para ir em direção ao filho, Andreia fala nervosa.
- Filho? Você falou?
Andreia se levanta e vai em direção ao filho segurando o rosto de Davi com as duas mãos tentando fazer com que os olhos do filho encontrem os dela.
- Eu estou aqui meu filho.
- Vai ficar tudo bem, mãe.
- Filho. Meu filhinho.
- A vovó está aqui comigo. Ela não me deixa ter medo. Diz que eu sou forte.
Os olhos de Andreia se enchem de lágrimas e ela leva suas duas mãos à boca tentando segurar o choro que insiste em sair.
- Ela pediu para te dizer que a senhora vai ter que ser forte e acreditar na mensagem. Fica com Deus, mãe e diz pro papai que eu amo vocês.
Os olhos de Davi se fecham.
- Davi! Davi! Responde filho. Por favor responde. – Andreia levanta assustada da cadeira em entender o que aconteceu. Ela olha para a cama e Davi está deitado, dormindo do mesmo jeito que estava antes do sonho.
- Não foi um sonho. – Fala Andreia, enquanto está sentada na poltrona, para Antonio e Paulo, na manhã do dia seguinte, ainda no quarto do hospital.
- Minha mulher. Você mesma disse que estava na cama ao lado do Davi e que acordou na cadeira novamente.
- Eu sei o que eu falei, Antonio. Mas aquilo não foi um sonho. Eu tinha certeza de que estava acontecendo. Eu pude sentir minhas mãos tocando o rosto do nosso filho.
- O sonho pode ter dado essa percepção pra ti, Andreia.
- Não. Não foi.
- Minha filha. – Pergunta Paulo, tem alguma outra coisa que você se lembre na hora em que aconteceu?
Ainda desnorteada, Andreia tenta se lembrar de alguma coisa.
- Por favor não vá rir, mas eu senti o cheiro do perfume da mamãe.
- O cheiro do perfume de rosas? – Pergunta Paulo querendo confirmar.
- Aquele mesmo.
- Sonhos não tem cheiro.
- Lembrar do perfume que a dona Marta, não signifique que ela estava aqui.
- Por favor, Antonio. Eu sei o que eu senti. Eu sei o que eu passei.
- Ok. E o que você acredita que foi?
- Não sei. Um aviso, uma mensagem...
- A mensagem que você tem que acreditar.
- Não sei se a mensagem que eu tenho que acreditar foi essa ou se vamos receber mais alguma mensagem. Eu não sei o que foi aquilo que eu vivi, mas eu sei que aconteceu.
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Médiuns (Completo)
Romance🥇1º Lugar na Categoria ESPÍRITA nos meses de novembro e dezembro de 2023 e janeiro de 2024. 🙏🏻 🥈TOP 3 nas Categorias ESPIRITISMO, MEDIUNIDADE e PARANORMALIDADE, em Janeiro de 2024. 🙏🏻 Como você se sentiria entrando em um mundo que nunca acredi...