77 - O Trabalho

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- Eu espero, sinceramente, que você saiba o que está fazendo, indo até o Centro onde o Pedro trabalha, para ver sei lá o que. – Fala Carmem sentada ao lado de Francisca no banco traseiro do carro.

- É óbvio que eu não sei. – Responde Francisca.

- Então por que ir?

- Porque se não fosse assim, eu não seria a mãe dele. Tem alguma coisa muito estranha nessa estória.

- A única coisa estranha é o teu comportamento, minha irmã.

- É aqui, senhoras. – Fala o motorista.

- Paga a corrida que eu já vou descendo para ganhar tempo. – Diz Francisca descendo do carro

- Como assim? – Fala Carmem reclamando da irmã que já está entrando no Centro.

- A corrida deu doze e sessenta, a senhora pode confirmar no aplicativo. – Diz o motorista.

- É. Já vi. – Fala Carmem abrindo a bolsa para pegar a carteira.

Dentro do Centro, Francisca caminha arrumando os cabelos e cumprimentando algumas pessoas, até encontrar o banco onde Pedro está sentado, e se senta atrás dele.

- O senhor pode fazer a gentileza de me explicar o que está acontecendo? – Pergunta Francisca, sussurrando, após cutucar no ombro de Pedro.

- Mãe! – Responde Pedro assustado, sem entender o que a mãe fazia no Centro. – O que houve?

- Eu é que pergunto. – Sussurra Francisca. – Duas moças que trabalham contigo aqui no Centro estiveram lá em casa perguntando por ti e eu me assustei sem saber se estavas aqui ou não.

- E pra onde eu iria, mãe?

- Não faço a menor ideia. Mas fiquei preocupada!

- Eu ainda disse pra ela que era besteira. – Fala Carmem, se sentando ao lado de Francisca.

- Tia! A senhora também veio? – Fala Pedro, surpreso.

- Claro. Você acha que eu ia ficar sozinha naquela casa?

- Como assim sozinha? E o pai?

- Acabei de chegar. Recebi o recado da tua mãe. O que está acontecendo, amor? – Pergunta Jorge para Francisca.

- Não está acontecendo nada! – Responde Pedro.

- Agora a gente sabe, né! – Fala Francisca.

- Você não tinha que ter feito isso, meu filho. – Fala Carmem. - Tua mãe ficou muito aflita.

- Mas o que eu fiz?

- Deixou a gente sem saber o que estava acontecendo. – Reclama Francisca.

- Custava avisar que estava vindo para o Centro? – Fala Jorge – A gente ia entender.

- Olha eu não vou discutir isso com vocês, agora. Eu avisei que vinha pra cá.

- Mas, pelo que a sua tia me falou, sua mãe ficou bem nervosa quando duas moças que frequentam esse mesmo Centro que você, chegaram em casa perguntando por você e aí ela achou que você não estava aqui.

- Mas eu estava... quer dizer, eu estou aqui como podem ver. – Responde Pedro já aflito com a situação.

- Pedro, a Sr. Luís pediu para lhe chamar. – Fala Margot que acabara de chegar perto de Pedro.

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